Calciopédia
·18 de novembro de 2023
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Em uma sexta-feira 17, para os italianos o equivalente a uma sexta-feira 13 no Brasil, a Itália precisou enfrentar um de seus fantasmas mais recentes, a Macedônia do Norte, responsável por sua eliminação da na qualificatória para a última Copa do Mundo, a de 2022. Dessa vez, para a Nazionale, o encontro valia o seu futuro na Euro 2024: a trupe de Luciano Spalletti tinha que vencer a adversária, já eliminada, para ampliar as chances de classificação direta para o torneio. Os macedônios até ensaiaram arruinar os planos dos azzurri, mas o categórico 5 a 2 mostrou quem mandava no Olímpico.
Para o jogo desta sexta-feira, Spalletti promoveu sete mudanças em relação à equipe titular que enfrentou a Inglaterra em outubro, no confronto anterior da Nazionale – as trocas ocorreram por conta de suspensões, lesões e mesmo por opção estratégia do técnico. Além disso, o comandante pode contar pela primeira vez com Chiesa nestas eliminatórias. A presença do ponta da Juventus se demonstraria fundamental ao longo do confronto e mostrou o quanto pode ser crucial contra a Ucrânia, no duelo que valerá a classificação direta para a próxima edição da Euro.
Em Roma, o jogo começou logo com um susto para a Nazionale. Não por oportunidades criadas pela Macedônia do Norte, mas sim por uma pancada que Chiesa sofreu ainda nos primeiros momentos da partida e o tirou de campo por alguns minutos, preocupando a torcida italiana. Felizmente, logo o ponta da Juventus voltou ao gramado e tentou surpreender o goleiro Dimitrievski com arremate de fora da área
A Itália mostrou que queria decidir a parada rapidamente e, aos 12 minutos, até abriu o placar, com bela enfiada de Jorginho para Raspadori, que entrou na área e deu um sutil toque por cima do goleiro, mandando para as redes. Entretanto, o gol foi anulado por um claro impedimento do atacante do Napoli.
Jorginho perdeu mais um pênalti importante pela Itália e voltou a ser alvo de críticas (Getty)
Mas logo em seguida, aos 15 minutos, a Itália ganhou um escanteio após boa finalização de Chiesa. Raspadori cobrou e, em jogada ensaiada, após tabela com Dimarco, cruzou perfeitamente na cabeça de Darmian, que abriu o placar para a Squadra Azzurra, aos 17. O segundo gol do lateral pela seleção, oito anos após o primeiro, foi uma boa amostra da importante participação que atletas da Inter teriam para a atuação da Nazionale.
Após o gol, a Itália desfrutou de algumas arrancadas de Chiesa e finalizou algumas vezes, com o próprio Chiesa e Dimarco, mas num geral, o jogo se manteve morno até os 37 minutos, quando a pressão azzurra fez com que a defesa macedônia mandasse a bola para escanteio – que, mais uma vez, foi crucial na partida. Gatti tentou cabecear e o resultado foi um pênalti para a Nazionale, após toque de mão de Serafimov.
Corajosamente, Jorginho logo pegou a bola e se preparou para a batida. Spalletti já havia afirmado, em entrevista, que esperava que o ítalo-brasileiro fizesse isso, mesmo que ele tivesse desperdiçado três dos últimos cinco pênaltis batidos pela seleção – um na vitória sobre a Inglaterra na final da Euro 2020 e outros dois, fatídicos, contra a Suíça, que resultaram na ida da Itália para a repescagem da Copa de 2022, contra a própria Macedônia do Norte. Novamente, o catarinense foi mal: desta vez, Dimitrievski fez a defesa após o já tradicional pulinho do meia do Arsenal.
Chiesa e Raspadori marcaram gols na vitória da Itália sobre a Macedônia do Norte (Getty)
Mas a Squadra Azzurra não se deixou abalar pelo pênalti perdido e, ainda na sequência do lance, após arremesso lateral, a bola passou pelos pés do próprio Jorginho, que tocou para Barella, mandando um belo passe de calcanhar para Chiesa. Aos 41 minutos, o juventino chutou de primeira e acertou o canto de Dimitrievski, que não teve tempo de comemorar a defesa e, desta vez, não pôde fazer nada.
A Itália não se acomodou com o placar e, antes do final da primeira etapa ainda buscou o terceiro gol, com mais uma arrancada do imparável Chiesa. Após lançamento de Berardi, o bianconero invadiu a área e bateu para a rede, contando com o desvio de Manev para matar Dimitrievski no lance e mandar as equipes para o vestiário com uma confortável vantagem italiana. Até a tal sexta 17, a Nazionale jamais havia conseguido uma vantagem temporária de mais de um tento sobre a Macedônia do Norte.
Para o segundo tempo, enquanto a Itália voltou sem alterações, a Macedônia do Norte fez três mudanças. Dentre elas, a entrada de Atanasov, que, com o perdão do trocadilho, atazanou a vida dos azzurri. Aos 52, o meia colocou sua seleção de volta ao jogo após desviar de cabeça o cruzamento de Alioski, aproveitando a desatenção da defesa italiana após cobrança de falta.
Apesar do gol sofrido, a Itália não se deixou abalar e continuou atacando, chegando a ficar muito perto do quarto tento, com um chute “em dupla” de Bonaventura e Barella, que foi parado pelo goleiro Dimitrievski. Aos 62, Spalletti promoveu uma substituição tripla, tirando aqueles que vinham sendo alguns dos melhores jogadores em campo: Jorginho, Bonaventura e Chiesa, possivelmente visando o confronto contra a Ucrânia.
Jogando em casa, El Shaarawy fechou a conta para a Itália (Getty)
Após a saída do trio, a Nazionale sentiu dificuldades e, num lance fortuito, viu a Macedônia do Norte diminuir novamente o placar. Atanasov arriscou de fora da área e o desvio em Acerbi serviu tanto para matar Donnarumma quanto para terminar no segundo gol do meia no jogo. O tento poderia baquear os mandantes e evocar lembranças da traumática noite em Palermo, mas em Roma esse raio não caiu.
No momento em que a Itália mais estaria propensa a sofrer, sete minutos após o gol da Macedônia do Norte, após uma bela arrancada, Barella encontrou Raspadori. O atacante do Napoli recebeu na entrada da área, invadiu e bateu cruzado no canto de Dimitrievski, fazendo o quarto tento da Azzurra e aliviando o clima de tensão que pairava no Olímpico.
Depois do gol de Raspadori, as chances passaram a ser mais escassas e o jogo físico tomou conta, com dois cartões amarelos para a Macedônia do Norte e um para a Itália. Isso durou até a entrada de Scamacca já nos minutos finais. O centroavante deu um último gás para os mandantes, tentando surpreender Dimitrievski por cobertura, e ajudou a mantê-los no ataque. Até que, nos acréscimos, Dimarco encontrou El Shaarawy livre e o romanista, em pleno Olímpico, não teve trabalho para marcar o quinto. Foi o seu primeiro tento pela Nazionale em três anos.
Com a vitória, a Itália atingiu os mesmos 13 pontos da Ucrânia, mas leva vantagem no primeiro critério de desempate, o de confronto direto. Dessa forma, um empate em Leverkusen, na Alemanha, onde os ucranianos mandarão seu jogo, na segunda-feira, será suficiente para que a Nazionale garanta sua classificação direta para a próxima Eurocopa.