Calciopédia
·11 de dezembro de 2025
A Juventus superou o Pafos e emendou a sua segunda vitória na Champions League

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·11 de dezembro de 2025

A Juventus entrou em campo pela sexta rodada da Champions League com a necessidade de colocar em prática um de seus maiores mantras: “vencer não é importante, é a única coisa que conta”. Foi difícil, demorou, e o triunfo por 2 a 0 contra o Pafos, em Turim, por pouco não se transformou em um novo vexame bianconero na competição. Sorte de Luciano Spalletti que a estrela europeia de McKennie brilhou mais uma vez, somada às boas mexidas proporcionadas pelo treinador, que mudaram o rumo da partida.
Apesar dos bons resultados recentes, a derrota para o Napoli no último fim de semana claramente se refletiu em campo nesta quarta-feira. Mesmo com a diferença técnica, o revés anterior, somado aos perigos apresentados pelo time do Chipre – em um cenário em que a Juve mantinha a posse de bola, mas era ineficaz –, expôs mais uma vez as limitações com a bola nos pés que essa equipe possui. Di Gregorio figurou novamente na meta, após uma breve sequência de Perin. A já habitual defesa com Kalulu, Kelly e Koopmeiners foi mantida. Nas alas, McKennie à direita e Cambiaso pela esquerda atuaram ao lado de Miretti e do capitão Locatelli. No ataque, a novidade Zhegrova completou o tridente com Yildiz e David.
Apesar do favoritismo já mencionado, foi o Pafos que, com apenas 4 minutos, levou perigo. Após excelente lançamento de David Luiz – ele mesmo –, o ponta João Correia encontrou Anderson Silva, outro brasileiro do time cipriota, finalizou de letra, e a bola passou raspando a trave de Di Gregorio. Apenas alguns segundos depois, Bruno Felipe, fechando o trio canarinho em campo, cruzou com muita força para a área; na tentativa de afastar, Kelly chutou a bola em Cambiaso e quase marcou contra o próprio patrimônio.
Depois do ímpeto inicial, a Juventus só respondeu após esses dois sustos. A tentativa foi com Yildiz, que recebeu na entrada da área, cortou para o meio e finalizou colocado; porém, foi Michail quem brilhou ao fazer a defesa. Apesar da boa oportunidade em cabeceio de Koopmeiners pouco depois, o Pafos se defendia com muita solidez, com verdadeiros “ônibus” postados da metade para trás do campo, enquanto a Velha Senhora se limitava a girar a bola na esperança de encontrar algum espaço, que demoraria a aparecer. Zhegrova virou o refúgio criativo num primeiro tempo apagado do camisa 10 bianconero. Já os visitantes aplicavam com eficiência seu jogo de ligações diretas ao ataque e, sempre que escapavam, levavam enorme perigo.
Com 31 minutos, após recuperar a posse no meio-campo, Orsic conduziu bem pela direita e encontrou Anderson Silva sozinho na entrada da área. O brasileiro finalizou e viu a bola carimbar a trave de Di Gregorio. Logo depois, em cobrança de escanteio, Dragomir apareceu livre e emendou um lindo voleio, defendido pelo goleiro italiano, e Goldar ainda teria outra chance, também em bola parada, agora de cabeça, que passou rente à meta juventina. Era um excelente momento do Pafos, que só não inaugurou o marcador por acaso, após meia hora de uma Juventus inoperante ofensivamente.
No fim da primeira etapa, David teve a chance de aliviar o sufoco quando Kelly, após novo escanteio, o encontrou sozinho na pequena área; porém, o canadense fez o mais difícil, que foi perder o gol. Quando foi decretado o intervalo de jogo, os italianos deixaram o gramado muito vaiados por sua torcida.
Para a sequência da peleja, Spalletti não esperou para voltar com Conceição no lugar de Zhegrova, em mudança que alteraria o rumo do confronto. Além dessa troca, a Juventus retornou com outra postura, o que foi fundamental para uma etapa complementar condizente com a urgência pela vitória. Com apenas 48 minutos, Koopmeiners – muito participativo no ataque – finalizou de fora e obrigou Michail a operar outra boa defesa; no rebote, Yildiz isolou com a perna esquerda.
Conceição, atuando ao lado de um time mais vibrante, virou a peça-chave para desmontar a boa defesa do Pafos, como aos 58 minutos, quando driblou muito bem seu compatriota Pêpê, invadiu a área e finalizou em cima do goleiro, acendendo de vez o Allianz Stadium. Pouco depois, após jogada ensaiada em escanteio, Cambiaso encontrou McKennie; o camisa 22 dominou muito bem, girou para cima do defensor e, com um chute fortíssimo no canto do goleiro, finalmente inaugurou o placar. Era um prêmio por uma etapa complementar muito mais consistente da equipe como um todo.
O norte-americano, peça fundamental para qualquer treinador da Juventus desde Andrea Pirlo, ultrapassou, com seu oitavo gol na competição, simplesmente Tévez (sete) em gols na Champions League pela Juve. E é o segundo estadunidense com mais bolas na rede no torneio, atrás apenas de Pulisic, do Milan. Esse foi seu segundo gol nesta edição, e sua presença nesses momentos – especialmente no cenário europeu – evidencia o motivo dele ser tão estimado por quem passa pelo comando dos bianconeri. Até Barcelona e Manchester City já sofreram com o camisa 22.
Pouco antes do gol que inaugurou o placar, Openda havia entrado no lugar de Locatelli, o que alterou o esquema e empurrou a equipe de vez para o ataque. Menos de 10 minutos depois do 1 a 0, Conceição recuperou uma bola no meio-campo e iniciou um contragolpe perfeito ao acionar Yildiz pela esquerda; de primeira, o turco serviu David do outro lado da área. Dessa vez, o canadense não desperdiçou e resolveu o confronto, algo que vinha sendo dificuldade recorrente da Juventus em suas partidas. Sem surpresas, com o triunfo garantido, Thuram e Adzic entraram nos lugares de Miretti e do autor do segundo tento logo após a comemoração.
O Pafos, que havia feito uma excelente primeira etapa, desmoronou após os dois gols e pouco conseguiu ameaçar a Juventus, que continuou tentando ampliar o marcador, mas sem sucesso. Fim de jogo, e muito alívio com a segunda vitória seguida da Juve, que não pode pensar em nada além de vencer – não somente no cenário europeu, mas no nacional também, já que ocupa, neste momento, apenas a sétima colocação na Serie A, na disputa por um acirrado G4. Spalletti ainda terá muito trabalho se quiser competir com esta Juventus, que se mostra extremamente instável, sobretudo no aspecto mental. É um time frágil, previsível, mas ao mesmo tempo muito talentoso e promissor. Ainda mais com o reforço de Bremer, que voltou ao banco ao lado de Gatti.
Pela Champions League, a Juve retornará a campo somente em 2026, no fim de janeiro, quando receberá um de seus algozes históricos, o Benfica, antes do repeteco com o Napoli pela Serie A. Uma tarefa nada simples para a Velha Senhora que ocupa atualmente a 17ª posição na fase de liga, com nove pontos, e tenta se garantir nos playoffs da competição. Já o Pafos, com seis, visitará o Chelsea na próxima rodada europeia.









































