A montanha-russa de Van Bommel no Wolfsburg durou apenas 13 jogos e o treinador já foi demitido | OneFootball

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Trivela

·25 de outubro de 2021

A montanha-russa de Van Bommel no Wolfsburg durou apenas 13 jogos e o treinador já foi demitido

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A temporada sequer chegou na metade, mas o Wolfsburg atravessou os últimos meses de maneira bastante intensa. Os Lobos arrancaram em ótima forma na Bundesliga e, por um momento, pareceram de novo sérios candidatos à vaga no G-4. Entretanto, quando o tombo veio, ele foi gigantesco. Os alviverdes não vencem há oito partidas, incluindo três rodadas em jejum na Champions League e quatro derrotas consecutivas no Campeonato Alemão. No fim das contas, a montanha-russa já custou o emprego do técnico Mark van Bommel, demitido após míseros 13 jogos na Volkswagen Arena. “Estou surpreso e desapontado com a decisão, porque tenho certeza que juntos poderíamos voltar ao caminho do sucesso”, diria Van Bommel.

Quando Van Bommel chegou ao Wolfsburg, parecia exatamente uma aposta. O holandês tinha sua reputação principalmente pelo passado como jogador, liderando inclusive o Bayern de Munique em anos vitoriosos de sua carreira, mas a experiência como técnico era insuficiente. O veterano trabalhou como assistente do sogro Bert van Marwijk em algumas seleções, além de ter dirigido a base e o time principal do PSV, onde fez sucesso como atleta. A caminhada à frente do elenco profissional dos Boeren durou pouco mais de uma temporada, demitido em dezembro de 2019 sem manter o sarrafo na sucessão a Phillip Cocu. O Wolfsburg, então, concedeu o segundo trabalho de Van Bommel no comando de uma equipe adulta.


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A base deixada por Oliver Glasner, contratado pelo Eintracht Frankfurt, era satisfatória. O Wolfsburg conquistou sua classificação para a Champions League em 2020/21 com uma defesa bastante sólida, além de destaques pontuais do meio para frente. Enquanto isso, na janela de transferências, os Lobos fizeram um dos melhores mercados da Bundesliga. As perdas foram somente pontuais, como os empréstimos de Josip Brekalo e Marin Pongracic. As contratações vieram em nível mais alto, e para todos os setores. Sebastiaan Bornauw e Micky van de Ven reforçaram a defesa, Aster Vranckx chegou para o meio, o ataque adicionou Luca Waldschmidt, Lukas Nmecha, Maximilian Philipp e Dodi Lukébakio. No total, os alviverdes gastaram €52,5 milhões em novas peças.

A estreia de Van Bommel na Copa da Alemanha foi desastrosa. O Wolfsburg até venceu o Preussen Münster por 3 a 1 na prorrogação, mas uma substituição irregular, excedendo os limites da competição, provocou a eliminação precoce. Depois disso, os Lobos sustentaram os 100% de aproveitamento na Bundesliga. Conquistaram quatro vitórias nas quatro primeiras rodadas, embora os adversários mais acessíveis facilitassem o trabalho. Apenas o RB Leipzig, ainda se acertando sob as ordens de Jesse Marsch, era um adversário mais duro. Bochum e Greuther Fürth acabaram de subir, enquanto o Hertha Berlim encontra dificuldades para engrenar.

E quem pedia cautela sobre a empolgação inicial com Van Bommel teve razão. Desde então, o desempenho do Wolfsburg despencou. Primeiro, a equipe colecionou empates contra Lille, Eintracht Frankfurt e Sevilla, além de perder para o Hoffenheim. Já a partir de outubro, só derrotas para os Lobos. O time perdeu para Borussia Mönchengladbach, Union Berlim e Freiburg na Bundesliga, além de sucumbir também diante do Red Bull Salzburg na Champions. A situação é ruim no torneio continental, com apenas dois pontos, mas num grupo ainda aberto. Já no Campeonato Alemão, os alviverdes caíram da liderança para o nono lugar.

Após a derrota por 2 a 0 para o Freiburg, o diretor Jörg Schmadtke justificou a decisão: “A percepção ganhou forma durante as últimas semanas e levou à conclusão pela demissão. O time parecia inseguro. No fim, não havia confiança de que Van Bommel poderia reverter a queda recente e nós deveríamos redirecionar a temporada da forma como imaginamos. Vocês podem dizer agora que isso aconteceu rápido. Por outro lado, fizemos a avaliação depois de uma conversa intensa e avaliamos que as ideias eram diferentes”.

“A demissão de um técnico sempre significa que o planejamento não funcionou. É uma derrota para todos, não só para o treinador, mas nesse caso também para mim, porque pensei em outras coisas com a contratação de Van Bommel. É um momento triste para mim, porque admito que cometi um erro. Ainda acho que a ideia era boa e empolgante, mas tivemos problemas para implementar. Vamos procurar um treinador que seja bem sucedido e traga uma ideia de jogo que inspire as pessoas, que se encaixe no elenco e que melhore a situação. Queremos nos classificar para as copas europeias de novo. Esse ainda é o objetivo principal”, complementou.

A demissão de Van Bommel indica um pouco a falta de paciência da diretoria do Wolfsburg, que preferiu não esperar uma guinada futura, num início de trabalho que poderia mesmo ser mais instável. Pior do que isso, também demonstra a falta de certeza na escolha do holandês como treinador. Se o negócio tinha seus poréns desde o princípio, uma sequência ruim bastou para minar a confiança de seus superiores e provocar a mudança precoce no comando. E fica difícil de imaginar que Van Bommel ganhe de novo em breve uma oportunidade tão boa como esta na Alemanha, ainda mais num clube já presente na Champions.

Neste primeiro momento, o Wolfsburg será dirigido interinamente por Michael Frontzeck. O veterano era assistente de Van Bommel e possui experiência em vários clubes da Bundesliga, ainda que seu desempenho como técnico principal não seja tão impressionante assim, com aproveitamentos baixos em equipes que frequentavam a parte inferior da tabela. Na Volkswagen Arena, em compensação, terá um elenco talentoso e com capacidade não somente de melhorar seu nível, como também de buscar a classificação na Champions. Todavia, até pelo investimento do clube, é de se esperar que outro treinador mais renomado chegue em breve.

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