Trivela
·28 de novembro de 2022
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·28 de novembro de 2022
Foi notável contra o Brasil e novamente apareceu no eletrizante empate por 3 a 3 com Camarões nesta segunda-feira: a Sérvia tem qualidade e é um time competitivo quando joga com alta intensidade e impondo a sua condição física, mas uma hora o gás acaba. Não foi exatamente isso que levou ao empate da seleção camaronesa, com dois contra-ataques proporcionados pelo posicionamento ruim de Nikola Milenkovic, mas prejudicou a busca pela vitória na meia hora final. O resultado obrigará os sérvios a ganharem da Suíça na última rodada.
Antes de Vicent Aboubakar ficar em posição legal um por milímetro da chuteira de Milenkovic e encobrir Vanja Milinkovic-Savic para descontar, a Sérvia estava bastante confortável em campo – até um pouco demais, talvez. Havia saído atrás, em uma jogada de bola parada dos africanos, mas conseguiu a virada sem nenhum problema antes do intervalo. Aos oito minutos da etapa final, um lindo (e fácil) gol coletivo que envolveu seus principais talentos parecia ter matado o jogo.
O técnico Dragan Stojkovic fez duas mudanças em relação ao time que perdeu do Brasil. Nemanja Maksimovic entrou no meio-campo no lugar de Nemanja Gudelj, e Filip Kostic estreou na ala esquerda. A presença do jogador da Juventus, mesmo sem ter brilhado, deu muito mais força para a Sérvia pelo lado esquerdo.O jogo teve uma natureza muito diferente, mas apenas Kostic deu sete cruzamentos, mais da metade de todo o time da Sérvia contra a Seleção.
Sem precisar se preocupar com Vinícius Júnior, Andrija Zivkovic foi um dos destaques, Dusan Tadic carimbou a bola na construção e Milinkovic-Savic marcou de fora da área, com contribuição do goleiro Devis Epassy, substituto de André Onana, cortado de última hora por um caso de indisciplina indeterminado, segundo a agência de notícias AFP. Aleksandr Mitrovic, desde o começo do jogo, foi um perigo constante. Acertou a trave, perdeu alguns gols e deixou o seu.
No entanto, talvez confortável demais e sabendo que o saldo de gols pode fazer a diferença na última rodada contra a Suíça, a Sérvia se descuidou em um contra-ataque aos 18 minutos do segundo tempo. É verdade que até no replay Aboubakar parecia impedido. E os próprios jogadores, incluindo o camaronês, não foram com tudo na jogada. Mas esse lance abriu as porteiras para os africanos, que empataram logo depois, em outro contra-ataque, um pouquinho mais imperdoável, e de repente o jogo estava empatado novamente.
Ainda faltava meia hora. A lógica era simples: se a Sérvia foi bem melhor até aquele lapso de quatro minutos, bastava ser novamente e reconstruir a sua vantagem. No entanto, além de uma mudança drástica no ponteiro anímico da partida, contra um adversário bem mais confiante, os europeus não conseguiram se impor como haviam feito antes. Nem em um jogo bem mais aberto, com campo para contra-atacar. Entre outros lances parecidos, houve um de Mitrovic em que ele carrega a bola no meio-campo, para tentando proteger, é desarmado e permite outra transição camaronesa. A Sérvia passou a atacar um pouco mais em câmera lenta.
É uma questão geral da seleção, mas também pontual. Depois do jogo contra o Brasil, Stojkovic afirmou que três de seus principais jogadores não estavam com as melhores condições físicas. Um deles era Mitrovic, que ficou até o fim, mas claramente não tinha mais tanta perna. Outro era Kostic, em campo por 89 minutos. Ausência sentida pelos espectadores, o terceiro era Dusan Vlahovic, que nem entrou em campo. Machucado, ficou fora dos últimos cinco jogos da Juventus antes da paralisação e disputou 24 minutos contra o Brasil.
Se a seleção brasileira vencer a Suíça daqui a pouco, haverá uma decisão pelo segundo lugar do grupo na última rodada entre os times europeus. A Sérvia caminhava para ter vantagem do empate e agora terá que vencer. Pela rivalidade que existe entre os sérvios e jogadores de origem kosovar da Suíça, como Xherdan Shaqiri e Granit Xhaka, tudo indica que será um confronto muito pegado, e além de questões táticas e técnicas, a Sérvia também precisará mostrar que terá físico para suportá-lo até o fim.