Zerozero
·23 de outubro de 2024
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·23 de outubro de 2024
Depois de um grande arranque no regresso ao comando técnico do Benfica, Bruno Lage teve o seu primeiro percalço e viu a equipa deixar muito a desejar e colecionar erros, especialmente na defesa, na receção ao Feyenoord, para a Liga dos Campeões, que culminou na derrota por 1-3. Será este o fim da lua de mel ou apenas um percalço no caminho?
De volta à Liga dos Campeões, Bruno Lage apostava no que tem sido o seu onze habitual, repetindo a equipa apresentada na última jornada da prova, contra o Atlético Madrid. Do outro lado, o técnico Brian Priske apresentava a mesma equipa que, no fim de semana, venceu o Go Ahead Eagles, para o campeonato, por 1-5.
A jogar em casa, o Benfica assumiu a posse de bola no início de jogo, pressionando alto, intenso, e mostrando-se bem no momento da recuperação. O Feyenoord, por sua vez, defendia em 4x3x3, com duplo pivot defensivo, com todos os elementos atrás da linha da bola. Com bola, os neerlandeses invertiam esse triângulo, libertavam o capitão Timber para missões ofensivas e mostravam-se verticais nos ataques, assertivos com bola, quase sempre em busca da velocidade dos extremos Usman e Igor Paixão, que procuravam o espaço entre centrais e laterais.
Com o passar dos minutos, o Feyenoord começou a pressionar mais alto, especialmente na saída a partir de trás do Benfica, e isso levou a alguns erros encarnados, como bem se notou aos 12'. Os de Roterdão recuperaram em zona adiantada, Igor Paixão foi explorado no tal espaço, na esquerda, entre central e lateral - Tomás Araújo mal na marcação e Otamendi a colocar em jogo - e o brasileiro serviu Ueda para o 0-1.
O Benfica até reagiu bem ao golo sofrido e quase empatou aos 20' - Bah acertou no poste, num canto -, mas pouco depois, aos 24', Ueda bisou numa jogada de insistência após cruzamento na direita, onde Trubin ainda defende as duas primeiras tentativas. Contudo, o VAR salvou (embora brevemente) o Benfica, por falta no arranque da jogada. Brevemente apenas porque o Feyenoord aproveitou este momento para crescer animicamente e, aos 33', chegou mesmo ao 0-2, numa jogada individual de Milambo à entrada da área, onde Otamendi ficou muito mal na fotografia.
O cenário estava mau para o Benfica e pior ficava pela incapacidade de rematar à baliza adversária, pelo menos com perigo, e ainda mais quando, aos 41', o VAR anulou o melhor momento encarnado da 1ª parte - uma bela jogada coletiva, com direito a toque de calcanhar de Akturoglu e um grande passe de Di María - por fora de jogo no arranque da jogada. Ao intervalo, havia muito a melhorar, nos dois lados do campo, por parte de Bruno Lage.
A precisar claramente de melhorias, o Benfica voltou a entrar intenso na 2ª parte, aproveitando as linhas mais baixas do Feyenoord - cada vez mais na expectativa - para se mostrar no jogo. Sentindo a mudança de ímpeto, a turma comandada por Priske foi cometendo alguns erros com bola, mas também tinha cada vez mais espaço para a transição e ia-se mostrando perigosa. Contudo, foi de bola parada, aos 57', que o Feyenoord assustou verdadeiramente, quando o 0-3, por Trauner, foi anulado por fora de jogo.
Não conseguindo aproveitar essa intensidade inicial, começou a sentir-se algum cansaço físco (e psicológico) do Benfica e Bruno Lage, percebendo, foi ao banco e fez entrar Beste e Amdouni. A equipa reagiu bem à entrada da dupla e, apenas dois minutos depois, reduziu para 1-2, num contra-ataque onde Beste rematou primeiro e viu Akturkoglu encostar para o golo. A Luz voltava a despertar e o jogo estava relançado.
Apesar do golo, o Benfica estava longe de estar bem, embora, agora, tivesse galvanizado e colocado as bancadas do seu lado. Lage assumiu o risco total, passando a mensagem à equipa, subiu ainda mais as linhas e fez entrar Arthur Cabral. Estavam lançados os dados para uma ponta final frenética - até porque o Feyenoord não se acanhava no contra-ataque, apesar de algumas perdas de tempo - e esta foi eletrizante em alguns momentos, mas o Feyenoord foi tentando sempre parar o jogo e isso dificultou uma verdadeira reação das águias.
A verdade é que a estratégia acabou por resultar e, aos 90+2, o jovem médio neerlandês Milambo fechou uma exibição de gala e, num canto estudado, com um remate fora da área, fez o 1-3 final e deu a machadada final no Benfica. Terá sido este o final da lua de mel do regresso de Lage ao Benfica ou apenas um percalço no caminho?