Ádám Szalai se despede da seleção como um símbolo da Hungria que retornou aos grandes palcos internacionais | OneFootball

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·26 de setembro de 2022

Ádám Szalai se despede da seleção como um símbolo da Hungria que retornou aos grandes palcos internacionais

Imagem do artigo:Ádám Szalai se despede da seleção como um símbolo da Hungria que retornou aos grandes palcos internacionais

Enquanto o hino nacional da Hungria soava na Puskás Arena, Ádám Szalai chorava copiosamente no gramado. O centroavante externava a emoção por aquele que se tornaria seu último jogo pela seleção. Até se esperava que o veterano mudasse de ideia caso os húngaros se classificassem ao Final Four da Liga das Nações. Porém, a derrota para a Itália frustrou os planos da equipe de Marco Rossi e, de fato, serviu como um ponto final à trajetória do jogador de 34 anos pelo time nacional. Szalai passa longe da qualidade das verdadeiras lendas que já defenderam os magiares. Mesmo assim, se despede como uma figura notável nas campanhas que recolocaram o país em evidência no futebol internacional, após décadas de ausência nas grandes competições.

Por clubes, Ádám Szalai se colocou entre os principais jogadores húngaros de sua geração, embora não seja um sucesso estrondoso. O centroavante não alcançou tudo o que prometia, ao despontar do Stuttgart para o Real Madrid Castilla na base. Ainda assim, teve bons momentos na Bundesliga, especialmente com as camisas de Mainz 05 e de Hoffenheim. Teve a chance de disputar Champions League e Liga Europa, bem como alcançou 276 partidas disputadas no Campeonato Alemão, com 54 gols anotados. É o húngaro que mais vezes balançou as redes na liga vizinha e o segundo com mais aparições. Somente na última temporada é que deixou a Alemanha, mudando-se para a Suíça com a camisa do Basel.


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Apesar de certa relevância nos clubes, Szalai não necessariamente brigava por artilharias ou mesmo era titular absoluto. Na seleção, seu peso consegue ser maior. O centroavante marcou gols importantes e foi uma liderança expressa durante as classificações para as duas últimas edições da Eurocopa. Também se destacou pelo espírito de luta em campo, doando seu máximo a uma equipe que dependeu de uma postura aguerrida para retomar sua história nas competições internacionais. De certa maneira, o atacante servia de exemplo aos companheiros, pela maneira como não desistia das jogadas.

O início da trajetória de Szalai na seleção foi conturbado. Entrou em atrito com treinadores e chegou a anunciar sua despedida da equipe nacional em 2014, antes de mudar de ideia pouco depois. A ascensão do centroavante como titular da Hungria aconteceu exatamente na campanha de classificação à Euro 2016, que encerrou um hiato de 44 anos na competição e de 30 anos fora dos torneios internacionais. O centroavante ainda não foi tão preponderante na equipe liderada por Gábor Király, Zoltán Gera e Balázs Dzsudzsák. Mesmo assim, deixou sua marca na vitória sobre a Áustria logo na estreia do campeonato, que seria valiosa para os magiares avançarem até os mata-matas, eliminados pela Bélgica nas oitavas.

Mesmo que a história de Szalai por clubes tivesse altos e baixos, o centroavante tornou seus gols mais frequentes na seleção a partir de então. Não seria capaz de liderar os húngaros de volta à Copa do Mundo, mas marcou tentos importantes na Liga das Nações. Foram dois acessos com os magiares, enquanto recebia a braçadeira de capitão. E o sucesso na competição continental foi o que permitiu, através da repescagem, aos húngaros jogarem a Euro 2020. O time de Marco Rossi caiu no “grupo da morte” e dificultou a vida de todos os adversários. Szalai quase aprontou contra a Alemanha, com gol e assistência, mas o gol de empate sofrido no fim eliminou os húngaros.

Com a queda da Hungria nas Eliminatórias para a Copa, a Liga das Nações de 2022/23 (em mais um “grupo da morte”) marcou o ato final de Ádám Szalai pela seleção. O centroavante foi titular em todos os jogos e em todos eles usou a braçadeira de capitão. Não foi tão influente por gols e assistências, mas sim por sua briga constante em campo. E o prêmio maior aconteceu na visita à Alemanha, pela penúltima rodada, quando acabara de anunciar sua decisão de deixar a equipe nacional. Com um leve toque de calcanhar, o grandalhão definiu a vitória por 1 a 0 em Leipzig. Não escondeu a enorme emoção, por tudo o que aquele momento representava.

Szalai teria uma última oportunidade de capitanear a Hungria, no jogo que poderia dar a classificação ao Final Four. Antes que a bola rolasse, chorou durante o hino. E não deixou de se esforçar em um momento sequer contra a Itália, embora a bola tenha chegado pouco ao ataque durante o primeiro tempo. Durante a segunda etapa, quando a chance do empate caiu em seus pés, Gianluigi Donnarumma operou um milagre. O capitão foi substituído quando o placar já estava em 2 a 0 para a Azzurra e ele se via esgotado. Não foi a frustração pelo resultado que impediu a Puskás Arena de ovacionar o ídolo que deixava o campo pela última vez.

Em 13 anos de seleção principal, Szalai disputou 85 partidas pela Hungria e anotou 26 gols. Passa longe dos recordes e da classe das grandes estrelas do país no passado. Entretanto, encabeçou duas campanhas do time em Eurocopas, o que parecia muito a quem ficou tanto tempo longe dos principais palcos. Vai ser um nome obrigatório quando se falar da atual geração. Porque, afinal, o capitão resume muito bem o que é a seleção húngara atual: um time com suas limitações, mas muito empenho e garra. Szalai ajudava a impulsionar esse sentimento pela maneira como trabalhava em campo.

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