Agnelli e Nedved condenados, mas livres de prisão após se declararem culpados: «Foi muito difícil» | OneFootball

Está concluído o caso Prisma, processo que culminou na condenação de Andrea Agnelli, Pavel Nedved, Fabio Paratici e Cesare Gabasio, todos eles antigos dirigentes da Juventus condenados por anomalias financeiras detetadas aquando das respetivas passagens pelo emblema italiano.

Apesar da sentença ter decretado mais de um ano de pena suspensa - um ano e oito meses - a cada um dos quatro antigos responsáveis do conjunto de Turim, os respetivos castigos ficam sem efeito, já que todos eles se declararam culpados e encontraram uma plataforma de entendimento com o Ministério Público local.

Na sequência do resultado do julgamento, Agnelli, antigo presidente da Vecchia Signora, veio a público mostrar o arrependimento pelos crimes agora provados.

«Hoje reitero o meu profundo respeito para com as autoridades chamadas a avaliar as minhas ações, com plena consciência de que as investigações desportivas e criminais constituem um capítulo muito pesado no plano pessoal, mas também um útil ponto de partida para análises futuras», começou por dizer em carta aberta difundida pela imprensas transalpina.

«A decisão de requerer a aplicação de uma pena suspensa, isenta de consequências cíveis e penas acessórias, sem reconhecimento de responsabilidade e, portanto, consistente com a minha posição de inocência, foi, sem dúvida, muito difícil», acrescentou.

«Estou convencido de que representa a escolha mais adequada, considerando que este processo penal, iniciado há quase quatro anos, ainda se encontra na fase inicial de audiência preliminar, e a alternativa teria sido um limbo destinado a se arrastar por muito tempo», contextualizou ainda.

Recorde-se que a operação Prisma foi iniciada em 2022 e motivou o afastamento dos quatro nomes acima mencionados dos cargos de presidente (Agnelli), vice-presidente (Nedved), diretor desportivo (Fabio Paratici) e diretor jurídico (Cesare Gabasio).

Além disso, o clube de Turim viu-lhe aplicada uma subtração de 15 pontos em janeiro de 2023, tendo evitado novas penalizações nos meses que se seguiram.

Eis o discurso de Agnelli na íntegra:

«Hoje reitero o meu profundo respeito às autoridades competentes chamadas a avaliar as minhas ações, com plena consciência de que as investigações desportivas e criminais constituem um capítulo muito pesado no plano pessoal, mas também um útil ponto de partida para análises futuras.

A decisão de requerer a aplicação de uma pena suspensa, isenta de consequências cíveis e penas acessórias, sem reconhecimento de responsabilidade e, portanto, consistente com a minha posição de inocência, foi, sem dúvida, muito difícil. Após muita reflexão, porém, estou convencido de que representa a escolha mais adequada, considerando que este processo penal, iniciado há quase quatro anos, ainda se encontra na fase inicial de audiência preliminar.

A alternativa teria sido um limbo destinado a arrastar-se por muito tempo. Portanto, tendo a oportunidade hoje, acredito ter sido correto encerrar este longo período, cumprindo integralmente os procedimentos.

O meu amor pela Juventus permanece completo e inalterado, assim como minha conexão com a Itália, e especialmente com Turim, minha cidade natal. O meu compromisso como investidor na transição energética continua graças ao desenvolvimento do FIEE, o Fundo Italiano de Eficiência Energética, que opera há quase dez anos sob a orientação de uma equipa de gestão experiente.

Também continuarei a dedicar-me apaixonadamente ao meu papel como Presidente do IRCCS Istituto di Candiolo - Fondazione Piemontese per l'Oncologia, cargo que ocupo desde 2017 e do qual me orgulho, graças ao trabalho de médicos e pesquisadores excepcionais que lutam diariamente contra o câncer, ao mesmo tempo em que tratam mais de trinta e cinco mil pacientes a cada ano. Por fim, há mais de dois anos, moro em Amsterdã, a cidade onde minha família e eu escolhemos nos estabelecer e de onde construirei meus planos para o futuro.

Andréa Agnelli»