Trivela
·04 de maio de 2023
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·04 de maio de 2023
O grito estava entalado na garganta. O título estava praticamente garantido e a confirmação era uma mera formalidade, mas para quem viveu tantas emoções duras ao longo desses mais de 30 anos de espera, poder gritar sem qualquer chance de dar errado é algo libertadores. Tudo que o Napoli precisava nesta 33ª rodada era um empate com a Udinese. Ele veio. O empate por 1 a 1 não será lembrado pelo resultado, mas pela festa. Todos os torcedores do Napoli no mundo podem encher o peito para gritar: campeões.
O empate levou o Napoli a 80 pontos na tabela da Serie A, contra 64 da Lazio, segunda colocada. A diferença de 16 pontos é inalcançável, porque só restam cinco rodadas e, portanto, 15 pontos em disputa. O Napoli conquista o título com uma antecedência incrível, mesmo para os anos que vimos domínio absoluto da Juventus.
A torcida fez a sua parte: mesmo muito distante da cidade de Nápoles, os torcedores do clube coloriram o estádio Friuli. O empate por 1 a 1 foi o menos importante. O que vai ser lembrado é que este foi o dia que o Napoli levantou os braços ao céu para, enfim, celebrar: o time é campeão da Itália. Não teve como impedir, mas a Udinese tentou.
A Udinese não queria saber de clima de festa para o adversário na sua casa e, aos 12 minutos, abriu o placar. Destiny Udogie acionou o meio-campista Sandi Lovric dentro da área e ele bateu colocado, bonito, tirando do alcance do goleiro Alex Meret: 1 a 0 para os mandantes em Udine. Um balde de água fria em um estádio que tinha o azul colorindo grande parte do estádio. A vantagem de 1 a 0 ficou assim até o intervalo.
No começo do segundo tempo, veio o gol de empate. Cruzamento de Eljif Elmas em escanteio, a bola pipocou na área e sobrou para Khvicha Kvaratskhelia, que finalizou colocado. O goleiro Marco Silvestre defendeu, mas a bola sobrou no meio da área para Victor Osimhen, que tocou para colocar na rede, em meio a muitos jogadores: 1 a 1, logo aos sete minutos.
A festa foi enorme no setor visitante do Estádio Friuli. Aliás, mais do que o setor visitante. Os torcedores do Napoli estavam espalhados em outros setores do estádio também, mesmo que Udine seja bem distante de Nápoles – são mais de 800 quilômetros de distância entre o sul da Itália e a cidade no nordeste da Itália, quase na divisa com a Eslovênia.
O jogo em si ficou em segundo plano. O Napoli administrou o jogo, enquanto a festa nas arquibancadas acontecia. Aliás, os torcedores se dividiam entre a euforia e as lágrimas. A cada minuto, a espera parecia maior e o relógio foi passando até que chegamos aos acréscimos. À beira do gramado, os reservas e toda comissão técnica e equipe do Napoli estava abraçada, só esperando o momento de celebrar.
O árbitro Rosario Abisso deu três minutos de acréscimos, que nem foram cumpridos integralmente, em uma medida sensata. O apito final do jogo fez com que o sonho tenha se materializado. O sonho do scudetto foi realizado de maneira incontestável, com um time que atropelou os rivais, mesmo não sendo favorito. É o primeiro clube fora do trio dos maiores do país, Juventus, Inter e Milan, a vencer o scudetto desde 2000/01, quando a Roma foi a campeã.
A última vez que o Napoli conquistou o título tinha como ídolo, craque e capitão o seu camisa 10, Diego Maradona, que passou a ser o nome do estádio do clube. Maradona morreu em 20 de novembro de 2020. Desde então, a Argentina conquistou o título da Copa do Mundo em 2022. Agora, é a vez do Napoli quebrar um jejum. Jejuns que se iniciaram depois de títulos com o gênio como jogador. Eternizado nos corações e mentes dos napolitanos, Maradona certamente será celebrado mais uma vez, como será para sempre.
O Napoli é o campeão da Itália e pode celebrar sem medo. A felicidade estará estampada nos napolitanos daqui até o fim da temporada, em cinco rodadas que serão de festa em campo e, principalmente, fora dele. Esses jogadores serão celebrados daqui até a eternidade. Todo torcedor Partenopei lembrará de cada um desses jogadores com o carinho que lembram dos times que se eternizaram nos anos 1980. Ao menos por uma temporada, a Itália é de Nápoles.
3-5-1-1
1
Marco Silvestri
50
Rodrigo Becao
29
Jaka Bijol
18
Nehuen Perez
19
Kingsley Ehizibue
24
Lazar Samardzic
11
Walace
4
Sandi Lovric
13
Iyenoma Destiny Udogie
37
Roberto Pereyra
30
Ilija Nestorovski
Substitutos
2
Festy Ebosele
67
Axel Guessand
99
Edoardo Piana
39
Vivaldo
15
Leonardo Buta
14
James Abankwah
20
Daniele Padelli
5
Tolgay Arslan
8
Marvin Zeegelaar
26
Florian Thauvin
3
Adam Masina
4-3-3
1
Alex Meret
22
Giovanni Di Lorenzo
13
Amir Rrahmani
3
Min-jae Kim
17
Mathias Olivera
99
Andre Zambo Anguissa
68
Stanislav Lobotka
91
Tanguy Ndombele
7
Eljif Elmas
9
Victor Osimhen
77
Khvicha Kvaratskhelia
20
Piotr Zielinski
5
Juan Jesus
23
Alessio Zerbin
70
Gianluca Gaetano
12
Davide Marfella