Alan Patrick dono do time, Hyoran surpreende, Alario mostra pra que veio e Inter ganha com protagonismo do Coudet
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O Inter não só venceu, como convenceu. Jogou muito mais que seu adversário e teve condições, inclusive, de fazer uma goleada.
E, sim, eu sei que o rival é o Tomayapo, mas era o que o Inter tinha pra jogar. Aliás, contra esses mesmos caras, foi empate no Beira-Rio. Então, diante de tudo, é preciso ver os pontos positivos que essa vitória trouxe.
O único ponto a lamentar é que faltou um gol, né? Fosse 3 x 0, o Inter jogaria pelo empate, na última rodada, contra o Delfín. Só que vamos combinar, se tu conseguires vencer o Delfín, no Jaconi, não merece ir para a repescagem. É claro que tem que vencer. Se jogar como jogou nesta noite, vai vencer.
A vitória tem um protagonista: Eduardo Coudet. Ele roubou o protagonismo na escalação. Mesclou todo o time, colocou vários reservas em campo, inclusive tirando Wesley e colocando Hyoran de titular. Deu certo. Hyoran não jogava há meses e foi um dos melhores em campo.
O time foi organizado, tinha um propósito e criou diversas chances de gol. Aquela posse de bola não foi improdutiva. Foram 73% de posse, com 28 finalizações e várias com perigo. Hyoran perdeu uma em baixo do gol, Alan Patrick perdeu de cabeça, o Alário também teve suas chances e isso fora os muitos impedimentos que o VAR marcava.
A forma de jogar foi bem parecida com a anterior. Thiago Maia buscava a bola entre os zagueiros, Bruno Gomes fez a do Aránguiz, dois meias nos lados (Maurício e Hyoran), com Alan Patrick revesando entre segundo atacante e armação e o Alário na frente. Nada muito diferente do que normalmente acontece. Porém, com uma melhor execução.
Pra mim, a melhor notícia da noite foi o Alan Patrick novamente sendo protagonista. Nesta retomada de jogos, não estava sendo ainda. Óbvio que são poucos jogos, mas é o que temos pra avaliar. E ele foi bem mais ativo, participativo desta vez. Em um híbrido entre meia e ataque, com Hyoran sendo mais meia por dentro do que ponteiro. Foi o armador que todo mundo queria. Quando o camisa 10 arma, é provável que se tenha mais chance do que quando um zagueiro arma, não acham?
Hyoran foi surpreendente. Não vou negar. Jamais imaginei que ele jogaria tão bem após tanto tempo sem atuar. Na comparação, foi melhor até que o Maurício. Embora, diga-se, Maurício foi melhor do que vinha sendo. Estou apenas comparando os dois com funções parecidas em campo.
Alario claramente é centroavante. Perdeu um pênalti e fez um gol logo após. Outra, a capacidade dele de finalizar do jeito que a bola vem é invejável. Não tem muito o que ajeitar. Do jeito que recebe, o Alario sabe chutar. Isso é bem difícil conseguir. Eu sigo acreditando que é uma das melhores contratações desta temporada. Digo mais, se jogar no mesmo nível que jogou antes da lesão, pode fazer mais gols que Borré. Sua característica indica isso.
A fase do Wesley é um negócio impressionante. O cara entrou no final do segundo tempo e conseguiu ser protagonista nos poucos minutos recebidos. Tá em uma fase maravilhosa. Tem drible, tá sendo inteligente para saber que jogada escolher e faz tudo em velocidade. Que ótimo jogador está se mostrando.
Bustos foi outro que, penso, precisa ser elogiado. Gostei dele.
Não é uma crítica, mas deixo aqui a consideração: e o Bernabei, hein? Não vai jogar nunca esse rapaz? Na fase que todos sabemos do Renê, seria uma boa ver o Bernabei jogar.
Bacana ver a estreia do goleiro Fabrício. Não foi exigido, mas é uma história de vida. O cara tem 38 anos e estreia com a camisa do Inter, em um jogo de Sul-Americana. Para quem estava jogando no Nova Iguaçu, olha a volta que o mundo deu pra ele.
Também muito bom ver o Lucca entrando novamente. Apesar de todas as contratações, Lucca e Gustavo Prado merecem suas chances de ir jogando. Fizeram por merecer isso.
Enfim, uma vitória que recoloca o Inter no caminho de conseguir a vaga pra o play-off, que nada mais é do que uma repescagem que a Conmebol fez. E, já que está nessa situação, o caminho agora é sair dela. Esse caminho começou a ser conquistado agora.