Altos e baixos: os seis meses de Fernando Diniz no comando do Vasco | OneFootball

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·15 de novembro de 2025

Altos e baixos: os seis meses de Fernando Diniz no comando do Vasco

Imagem do artigo:Altos e baixos: os seis meses de Fernando Diniz no comando do Vasco

Quando Fernando Diniz assumiu o Vasco, em 13 de maio, encontrou um cenário desolador. A equipe acumulava oito partidas sem vencer na temporada, ainda sob o comando de Fábio Carille e Felipe, e carregava dois vexames recentes diante de Puerto Cabello e Vitória. A sequência negativa derrubou Marcelo Sant’Anna, então diretor de futebol, e acendeu o alerta da diretoria diante do risco real de rebaixamento no início do Brasileirão.

Apenas na oitava rodada do campeonato, Pedrinho — em sua decisão mais autoral à frente da SAF — não hesitou e trouxe Diniz, seu nome favorito desde o início da gestão. A aposta era clara: havia tempo para reconstruir.


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Seis meses depois da estreia, na derrota por 1 a 0 para o Lanús na Sul-Americana, o panorama mudou. O Vasco já não disputa o torneio continental, mas deixou para trás o fantasma do Z-4, subiu para a primeira metade da tabela e alimenta o sonho de conquistar a Copa do Brasil de 2025. O time chegou a flertar com o G-7 após uma sequência expressiva de seis vitórias em sete rodadas, mas três derrotas consecutivas esfriaram o embalo.

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Fernando Diniz, Vasco x Juventude — Foto: Jorge Rodrigues/AGIF

Menos dependência de Vegetti e um novo modelo de jogo

Desde o primeiro treino, Diniz tentou implementar sua identidade. As ideias são conhecidas: posse de bola, agressividade ofensiva, linha defensiva alta e ocupação coordenada dos lados do campo. Se antes o Vasco vivia da bola cruzada para Vegetti, a transformação foi profunda — e positiva.

O time passou a trabalhar melhor a posse e a criar mais situações de gol. Nuno Moreira e Philippe Coutinho ganharam protagonismo, tornando-se os motores criativos da equipe pelo lado esquerdo, onde formam um setor forte ao lado de Tchê Tchê e Lucas Piton. Pela direita, Rayan e Paulo Henrique viraram as principais válvulas de escape.

A explosão definitiva de Rayan

Cercado de expectativas desde a base, Rayan ainda não havia correspondido no profissional. A chegada de Diniz mudou tudo. O atacante virou peça central e passou de promessa contestada a nome monitorado pela Seleção. Com 12 gols no Brasileirão, é o quarto maior artilheiro da competição — e vice-artilheiro da Copa do Brasil.

No meio do ano, Diniz fez apenas um pedido à diretoria: não vender Rayan sob nenhuma hipótese. Pedrinho segurou o jogador, e o resultado está em campo. Hoje, o garoto é a principal arma ofensiva do time e a maior valorização da era Diniz.

O resgate de Coutinho

Coutinho viveu seus meses mais difíceis antes da chegada de Diniz. Sem sequência, limitado fisicamente e frequentemente substituído no início do segundo tempo, o camisa 10 chegou a dizer que não queria mais jogar.

O treinador mudou sua rotina. Aumentou a carga de treinos, evitou poupar o meia e trabalhou sua confiança. O reflexo apareceu rapidamente: Coutinho voltava a completar partidas e se tornou o grande organizador do Vasco — iniciando jogadas na defesa e finalizando no ataque.

Os números confirmam a retomada: esta é sua melhor temporada desde 2019, quando atuava pelo Bayern de Munique.

Participação direta no mercado

Diniz teve papel decisivo na última janela de transferências. Participou da avaliação de nomes com Admar Lopes, Pedrinho e Felipe, e foi ativo nas negociações — ligando pessoalmente para reforçar o projeto vascaíno.

Robert Renan, Cuesta, Andrés Gómez, Matheus França e Thiago Mendes ouviram o treinador antes de fechar. A venda de Luiz Gustavo, promovido por Diniz ao time profissional, ajudou a gerar caixa para a chegada desses atletas.

Robert Renan detalhou o processo:

“Meu primeiro contato com o Diniz não foi só um contato, foram vários. Ele me ligou muito, falou coisas boas do Vasco e que ia me ajudar bastante.”

Arrancada no Brasileirão e sonho na Copa do Brasil

A evolução individual acompanhou os resultados. De setembro ao início de novembro, o Vasco fez uma de suas melhores sequências na temporada: seis vitórias, três empates e apenas uma derrota em dez jogos. O período tirou o clube da zona de risco, aproximou a equipe do G-7 e garantiu vaga na semifinal da Copa do Brasil.

O time também passou a ser um visitante indigesto — goleou o Santos por 6 a 0 no Morumbis, venceu o São Paulo por 3 a 1 no mesmo estádio e bateu Fortaleza, Bragantino e Sport fora de casa.

Hoje, está a três pontos dos 45 considerados suficientes para evitar o rebaixamento e mantém viva a esperança do bicampeonato no mata-mata.

Desempenho abaixo em São Januário

Se fora de casa o Vasco empilhou boas atuações, em São Januário o rendimento ficou aquém. O time perdeu para Bragantino, Corinthians, São Paulo e Juventude, e empatou com Atlético-MG, Ceará e Grêmio. Foram apenas quatro vitórias como mandante em 11 jogos do Brasileirão.

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Coutinho em Santos x Vasco pelo Brasileirão 2025 — Foto: Matheus Lima

A defesa segue vulnerável

Apesar da melhora ofensiva, a defesa continua sendo o ponto fraco. São 48 gols sofridos em 33 jogos — média de quase 1,5 por partida. Nos últimos três duelos, contra São Paulo, Botafogo e Juventude, foram oito gols sofridos. A maior parte, fruto de erros individuais.

As críticas: insistências e escolhas contestadas

A má fase recente reacendeu críticas ao treinador. As insistências em Tchê Tchê e Matheus França ganharam o rótulo de exageradas, especialmente após o uso de França como segundo volante, esquema que desfigurou o meio-campo no clássico contra o Botafogo e irritou a torcida.

No jogo contra o Juventude, a repetição da estratégia resultou em vaias e gritos de “burro” em São Januário.

As dúvidas do time: Vegetti e a dupla de volantes

Hoje, dois pontos seguem sem resposta clara:

  • quem será o atacante referência ao lado de Nuno Moreira, Coutinho e Rayan?
  • quem formará a dupla de volantes com Barros?

Vegetti e Tchê Tchê, antes intocáveis, vivem momento ruim. Andrés Gómez e Hugo Moura foram bem, mas oscilaram nas últimas rodadas. Diniz terá até dezembro para ajustar a equipe titular que enfrentará o Fluminense na final da Copa do Brasil.

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