
Gazeta Esportiva.com
·02 de junho de 2025
Análise: expulsão de Neymar pesa, e sofrimento do Santos no Z4 perdura

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·02 de junho de 2025
O Santos voltou a tropeçar no Campeonato Brasileiro, desta vez diante do Botafogo, na Vila Belmiro, e a derrota por 1 a 0, neste domingo, manteve o time afundado na zona de rebaixamento. O resultado foi duro, mas não surpreendente. Com apenas oito pontos em 11 rodadas, o Peixe vive um momento delicado, que se agrava com erros recorrentes dentro e fora de campo — e neste jogo, com a expulsão de Neymar, a crise ganhou mais um capítulo.
O camisa 10, que alterna lampejos de genialidade com atitudes questionáveis, desequilibrou negativamente. Após um bom primeiro tempo, em que quase marcou e buscou o protagonismo, Neymar se perdeu nas provocações e no descontrole emocional. Acabou expulso aos 30 minutos do segundo tempo após um toque de mão desnecessário. Um lance que, mesmo no reflexo, comprometeu o time em um momento-chave. E, talvez, tenha encerrado de forma melancólica sua segunda passagem pelo clube.
Com um a menos, o Santos perdeu intensidade, perdeu o meio-campo e acabou punido. O gol de Artur sacramentou o castigo. O time de Cléber Xavier até mostrou competitividade e teve bons momentos, mas, mais uma vez, pecou no último terço e desperdiçou oportunidades. A atuação, embora melhor do que em rodadas anteriores, foi insuficiente para compensar a inferioridade numérica e a instabilidade emocional do elenco.
A postagem de Neymar após o jogo, assumindo o erro, mas reclamando do primeiro cartão, sintetiza bem o clima atual: um time pressionado, que depende demais do talento individual e sofre quando esse talento não caminha lado a lado com a maturidade. Não se trata de crucificar o craque, mas é evidente que a equipe não tem estrutura para superar ausências como a dele — principalmente quando criadas pelo próprio jogador.
A questão que paira agora é sobre o futuro. Neymar está suspenso da próxima partida e não volta a atuar antes da pausa para o Mundial de Clubes. Sua renovação de contrato ainda é uma incógnita. Enquanto isso, o time entra em um limbo: sem referência técnica, sem pontuar e sem perspectiva de melhora imediata. O jogo contra o Fortaleza, fora de casa, ganha ares de final — e o Santos precisa encontrar soluções dentro do elenco antes que seja tarde demais.
A crise, hoje, é mais de postura do que de futebol. O time não tem jogado tão mal quanto a tabela sugere, mas se sabota em detalhes, decisões erradas e instabilidade emocional. Neymar poderia ser o diferencial técnico e simbólico desse time. No entanto, enquanto não houver mais equilíbrio e controle nas decisões individuais e coletivas, o Santos continuará enfrentando dificuldades e seguirá pressionado na zona de rebaixamento.