Gazeta Esportiva.com
·01 de dezembro de 2025
Andrés Sanchez presta esclarecimentos sobre cartão corporativo à Comissão do Corinthians

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Ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez se apresentou no Parque São Jorge nesta segunda-feira, acompanhado de seus advogados, após ser convocado pela Comissão de Justiça do Conselho Deliberativo para prestar esclarecimentos sobre os supostos gastos pessoais indevidos no cartão corporativo durante sua gestão à frente do clube.
Andrés já havia participado de uma reunião do Cori (Conselho de Orientação) para esclarecer a situação, mas o inquérito sobre o caso ainda não havia sido aberto. Nesta segunda-feira, a Comissão de Justiça deu andamento ao processo de apuração interna.
Segundo apurou a Gazeta Esportiva, outros nomes envolvidos no caso também devem ser convocados em sequência. O presidente da Comissão de Ética do clube, Leonardo Pantaleão, também acompanhará as oitivas.
Simultaneamente à investigação interna no Corinthians, Andrés Sanchez também responde à denúncia do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pelos crimes de apropriação indébita agravada continuada, lavagem de dinheiro e falsidade de documento tributário.

(Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)
Em outubro deste ano, a Comissão de Justiça do Conselho Deliberativo recebeu do departamento financeiro todas as faturas referentes aos três anos do mandato do ex-presidente, entre 2018 e 2020. Após análise, a Comissão listou cerca de R$ 190 mil em gastos suspeitos e convocou os ex-diretores que, à época, tinham a responsabilidade de fiscalizar o uso do cartão, para prestar esclarecimentos.
Andrés, portanto, é mais um a ser ouvido pela Comissão de Justiça do Corinthians. Anteriormente, o órgão interno colheu o depoimento de Matias Ávila, ex-diretor de finanças do clube, que participou da reunião via videoconferência.
Após o fim da análise da Comissão de Justiça, o caso de Andrés Sanchez irá para a Comissão de Ética e Disciplina do clube, presidida por Leonardo Pantaleão. Ele terá a responsabilidade de emitir o parecer que será enviado ao Conselho Deliberativo para que Romeu Tuma Júnior coloque a pauta em votação no plenário.
Conforme revelado pela reportagem, a Comissão de Justiça do Corinthians identificou uma série de gastos considerados suspeitos e que não teriam relação com os compromissos de um presidente.
O órgão listou, a princípio, 50 despesas, com identificação de locais e valores que, somados chegam a R$ 190.523,54. Entre as principais cobranças separadas e revistas pela CJ, estão despesas com hospitais, clínicas e farmácias, em lojas de móveis e eletrônicos, além de custos com uma empresa de taxi aéreo e centros automotivos.
Os membros da Comissão de Justiça do Corinthians entendem que não há nenhum tipo de comprovação de que tais compras foram feitas para uso do clube ou necessidade do mandatário. As despesas não possuem nenhum tipo de comprovante anexado.
No último dia 15 de outubro, o Ministério Público de São Paulo denunciou Andrés Sanchez e o gerente financeiro, Roberto Gavioli, afastado de suas atribuições recentemente, por apropriação indébita agravada continuada, lavagem de dinheiro e falsidade de documento tributário, crimes relacionados aos gastos nos cartões corporativos do clube entre 2018 e 2020.
O período investigado pelo MP-SP corresponde ao último mandato presidencial de Andrés Sanchez. Faturas de agosto de 2018 a dezembro de 2020 foram analisadas pelo promotor Cássio Roberto Conserino, que detectou uma série de irregularidades, como gastos em viagens para Fernando de Noronha e Pipa, joalherias, loja de roupas, postos de gasolina, hospitais, entre outros.
O Ministério Público ainda cobra de Andrés Sanchez o ressarcimento, com correção monetária, dos gastos com cartões corporativos do Corinthians de agosto de 2018 a dezembro de 2020. R$ 480 mil teriam de ser devolvidos ao clube, a maior parte desse valor paga pelo ex-presidente corintiano e uma menor parcela paga por Roberto Gavioli.
A denúncia do MP-SP está nas mãos do Poder Judiciário para apreciação. O caso aguarda uma manifestação da juíza juíza Dra. Marcia Mayumi Okoda Oshiro, da 2ª Vara de Crimes Tributários de São Paulo, que decidirá se irá acatar ou não a denúncia. Se o caso for levado adiante, Andrés Sanchez se tornará reu em processo penal. Haverá, portanto, audiências, novos depoimentos, produção de provas e, por fim, a decisão judicial.









































