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·14 de agosto de 2024

Aos 35 anos, Luciano Castán reflete sobre carreira e mira acesso com o Sport

Imagem do artigo:Aos 35 anos, Luciano Castán reflete sobre carreira e mira acesso com o Sport

Desde sempre o futebol esteve presente na vida de Luciano Castán. Filho de jogador e irmão mais novo de Leandro Castán, ex-Vasco e Corinthians, ele não deixaria de seguir o caminho. Aliás, na família, são todos zagueiros. Mas a caminhada do hoje atleta do Sport não foi nada fácil e, em entrevista a oGol, ele refletiu sobre a carreira, estreia tardia na primeira divisão e os últimos anos de destaque em clubes de massa.

Natural de Jaú, no interior de São Paulo, Luciano Castán se mudou para cerca de 150km de distância para iniciar a sua carreira no União São João de Araras. Foi por lá que ele disputou a primeira Copa São Paulo de Futebol Júnior e assinou seu primeiro contrato profissional aos 17 anos. O zagueiro disse recordar com carinho dos momentos.


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"É um clube querido, um clube que eu guardo no meu coração e tenho um carinho enorme e trouxe para que quem sabe aí ele volte a disputar uma primeira divisão do Campeonato Paulista", declarou.

O bom desempenho na Série A2 do Paulista levou Castán a ser emprestado ao Santos em 2010. Ainda muito novo, ele dividiu vestiário com outros garotos que despontavam em uma geração de enorme talento do Peixe, como Neymar e Ganso. Com a camisa do clube acabou sendo apenas um jogo, mas Castán não se arrepende.

"Foi um grupo que entrou para a história, não só do Santos, mas do futebol brasileiro, por grandes jogadores promissores, e fico feliz de estar presente ali também. Não atuei tanto, era meu início de carreira, um garoto ainda que estava aprendendo muito, estava sonhando muito, mas foi um momento marcante na minha carreira. [Foi] um grupo vencedor, alegre, que fazia futebol de uma maneira muito leve, então guardo com carinho essa passagem e feliz de ter participado,  de estar naquele ambiente fantástico, de grandes jogadores que marcaram a história."

Mas em uma reflexão sobre a sua carreira, Castán admite que os seus primeiros anos no futebol profissional não foram como o esperado. O zagueiro começou a ter mais minutos em campo atuando em times tradicionais, como Ponte Preta, Paraná e Bragantino. No entanto, más decisões impediram um salto para a elite brasileira.

"Esse início de carreira, eu vejo que ele não foi tão bom profissionalmente. Hoje, já com outra cabeça, outra idade, olho para trás e eu vejo tomei muitas decisões erradas. Comportamentais, vamos dizer assim. Passei por alguns clubes bons, tradicionais, mas que não aproveitei bem essas oportunidades por comportamentos meus, por mentalidade minha. Esse início foi bastante conturbado para mim", reconheceu Castán.

A carreira de Castán começou a mudar quando ele foi atuar no São Bernardo, em 2013, e ganhar destaque. Mas o zagueiro aponta que o motivo dessa melhora foi mesmo o extracampo, após conhecer a mulher que se tornaria a sua esposa.

"Até então era solteiro em São Bernardo ali eu conheço minha esposa e começo a formar uma família. Em 2015, a gente ganhou nosso primeiro filho e a partir desse presente que Deus nos deu, as coisas começaram a mudar. Eu começo a ser um atleta profissional melhor, um cara mais mais dedicado ao trabalho e consequentemente as coisas começam a mudar dentro de campo", explicou.

Castán pertenceu ao São Bernardo entre 2013 e 2016, com empréstimos para Portuguesa e Paraná para a disputa da Série B, já que o clube paulista tinha calendário concentrado no primeiro semestre. O zagueiro se tornou conhecido no futebol brasileiro e foi ganhando seu espaço.

Ao oGol, Castán contou a experiência de atuar na Portuguesa um ano depois do escândalo que resultou no rebaixamento do clube paulista para a segunda divisão do Brasileiro.

"Me assustei com o que vi, o clube parecia totalmente abandonado. Vi um clube muito mal gerido e ali a gente tinha um grupo até relativamente bom de trabalho, jogadores profissionais, mas que toda a parte de fora do campo atrapalhava. Eram salários atrasados, muitas coisas envolvidas nos bastidores que ficava difícil do futebol dar certo. Então, esse período na Lusa foi bastante delicado. Uma pena, um clube do tamanho da Portuguesa, tão tradicional, passar por tudo isso."

Experiência internacional

Depois de jogar na Série B, Luciano Castán seguiu para o Brest para atuar na Ligue 2 (segunda divisão francesa) em sua primeira experiência fora do Brasil. O jogador participou de 34 partidas, o time francês foi bem, mas acabou apenas na quinta posição e sem o acesso. Na temporada seguinte, uma nova troca de país, agora rumo ao Catar para jogar no Al-Khor. Apesar dos desafios nas mudanças e adaptações, o zagueiro considerou positivas as experiências.

"Essa saída do Brasil foi muito boa em todas as questões, tanto profissional quanto pessoal. Essa temporada na França a gente fez uma baita campanha com o Brest, que era um projeto ambicioso. Eu peguei o primeiro ano de troca de presidente, de treinador, e a gente quase que sobe. Eu fico feliz de ver hoje o Brest bem no Campeonato Francês, essa próxima temporada agora disputa Champions League. Eu fico feliz de ter participado lá no início desse projeto e ver hoje o clube tão bem como está", disse, relembrando a última temporada do time francês, que foi terceiro colocado da Ligue 1.

"E no Catar foi uma experiência boa também. Futebol já um pouco mais diferente. Não tão competitivo. Tem questões técnicas, táticas, mas tem as suas dificuldades. É um país maravilhoso também, que eu e minha família gostamos muito de viver lá. Essas duas temporadas fora foram muito boas para gente", avaliou.

Enfim, Série A!

Já quase com 30 anos, Luciano Castán enfim estreou na primeira divisão do futebol brasileiro. A oportunidade veio após ser contratado em 2019 pelo CSA, que conseguiu um acesso histórico. O começo daquele ano já foi com o título alagoano. Em seguida, bom desempenho na elite mesmo em um clube que lutou contra o rebaixamento. Foi o início de um auge tardio.

"Essa volta ao Brasil foi muito boa. Eu volto um outro atleta de quando eu saí em 2016 e volto para jogar a Série A. O CSA foi um clube que vinha de uma época muito forte. Fico dois anos, faço minha estreia no Campeonato Brasileiro também. Ali minha carreira começa a apontar para cima."

Em 2020, Castán voltou a jogar Série B com o CSA, com direito a terminar na quinta posição e a três pontos do acesso. A sequência da carreira foi no Coritiba, com acesso à primeira divisão em 2021, título estadual e uma manutenção em 2022.

"Foram dois anos tanto no CSA como no Coritiba, com mais de 100 jogos com cada camisa e principalmente no Curitiba foram duas temporadas muito boas, onde os objetivos foram cumpridos. Fui feliz de ter participado tão intensamente dentro de campo também."

Com rápida passagem pelo Guarani, Castán teve a maior oportunidade da sua carreira e já veterano foi contratado pelo Cruzeiro, que tinha acabado de voltar à elite depois de anos no limbo. A chegada do defensor chegou a ser questionada pela torcida, mas o desempenho em campo correspondeu. O veterano foi titular na Série A, participando de 36 dos 38 jogos e um dos pilares da equipe.

"2023 foi desafiador, principalmente por ter vestido a camisa do Cruzeiro, um projeto ambicioso, um clube gigante passando por uma reestruturação. Foi um ano delicado, bem difícil, mas que a gente conseguiu os objetivos que o clube tinha. Feliz também de ter participado e ter ajudado meus companheiros a ser a melhor defesa do campeonato. Então, 2023 é um ano que ficou marcado."

Só que em meio a reformulação do Cruzeiro e a promessa de reforços de peso, Castán foi liberado pelo Cruzeiro a procurar um novo clube. O destino foi o Sport, novamente na luta pelo acesso para a primeira divisão, algo comum na sua carreira. No momento, o Leão está fora do G4, mas com dois jogos a menos e apenas a quatro pontos do líder Santos.

"É o maior clube do Nordeste, e é um clube campeão brasileiro. A gente tem uma missão difícil de colocar esse clube na série A novamente, mas o nosso grupo está trabalhando muito forte para que a gente dê essa alegria ao nosso torcedor apaixonado pelo clube. Então a gente está bem focado nesse nosso objetivo de no próximo ano, o Sport dispute a série A novamente. Quero muito fazer história com essa camisa", concluiu Castán.

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