Apesar da despedida, Tyler Adams já se projeta como uma evidente liderança dos EUA para a Copa de 2026 em casa | OneFootball

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·03 de dezembro de 2022

Apesar da despedida, Tyler Adams já se projeta como uma evidente liderança dos EUA para a Copa de 2026 em casa

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Não tem como deixar a Copa do Mundo nas oitavas de final e se dizer satisfeito. Os Estados Unidos tiveram uma boa postura contra a Holanda, mas faltou mais capacidade nas duas áreas. Pior ainda quando os adversários resolvem fazer sua partida mais consistente no Mundial e, merecidamente, vencem por 3 a 1. Não é um cenário de terra arrasada para o US Team, porém. Pelo contrário, a campanha no Catar superou aquilo que se projetava. E se os americanos pretendem fazer um papel digno na Copa de 2026, dentro de casa, há um visível ponto de partida. Dá para citar em primeiro lugar Tyler Adams, que deixa o Mundial como um dos principais destaques do time de Gregg Berhalter.

Aos 23 anos, Tyler Adams estreou pela seleção adulta em novembro de 2017. Ganhou sua primeira chance exatamente depois do fracasso americano nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018. Naquele momento, o volante era uma clara aposta ao futuro. Aos 18 anos, tinha experiências anteriores em Mundiais Sub-17 e Sub-20. Também fazia sua primeira temporada na MLS com o New York Red Bulls, titular na equipe dirigida por Jesse Marsch. Era um jogador para ficar de olho, que provou o seu valor sem precisar de muito tempo. Seguiu como um dos destaques de sua franquia, ao passo que disputou frequentes amistosos com o US Team.


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Ciente do potencial de Adams, a Red Bull levou o meio-campista para Leipzig em 2018/19. As lesões atrapalharam o volante em suas duas primeiras temporadas, mas ainda assim ele participou de um momento importante. Foi dele o gol contra o Atlético de Madrid nas quartas de final da Champions 2019/20. O americano saiu do banco e decretou o triunfo por 2 a 1 aos 43 do segundo tempo, que levava os Touros Vermelhos a uma inédita campanha. Entretanto, não dá para dizer que a promessa virou tudo aquilo que se esperava na Bundesliga. As duas temporadas seguintes garantiram mais espaço entre os titulares, também como lateral ou ala. Mas não que o futebol se mostrasse maduro o suficiente para ajudá-lo.

A experiência no alto nível europeu, de qualquer forma, dava mais casca para Tyler Adams na seleção dos EUA. As lesões também impediram sua participação na Copa Ouro de 2019. Sua afirmação aconteceu mesmo nas Eliminatórias. Foi quando passou a usar a braçadeira de capitão, especialmente quando Christian Pulisic estava ausente, num sistema de rotação da faixa adotado pelo técnico Gregg Berhalter. O volante seria intocável na campanha dura dos EUA, mas que ainda assim valeu a classificação. Chegava como nome certo para a Copa do Mundo.

Por clubes, Tyler Adams buscou novos ares. Depois de trabalhar brevemente com Jesse Marsch no Leipzig, o treinador resolveu levar seu antigo pupilo para o Leeds United. Os poucos meses na Premier League também foram importantes para aumentar o nível de desafio ao redor do meio-campista e ajudá-lo a se adaptar numa intensidade de jogo maior. Mesmo que os Whites não façam grande campanha, certamente o jovem se sentia mais preparado para o Mundial. Vários de seus adversários no torneio de seleções eram conhecidos da liga, sobretudo os jogadores da Inglaterra e de Gales.

Tyler Adams foi premiado com a braçadeira de capitão para a Copa. “Tyler tem uma grande capacidade de liderança, ele lidera por suas ações e por suas palavras”, exaltou Berhalter. E isso se notou em diferentes momentos no Mundial. A maior repercussão veio na tensa coletiva de imprensa contra o Irã, quando o jovem demonstrou enorme respeito e educação diante de perguntas duras. Entretanto, dentro de campo o camisa 4 também fez uma excelente Copa do Mundo. Garantiu capacidade de marcação e de pressão sem a bola, bem como precisão na construção da equipe.

A estreia de Tyler Adams contra a Gales agradou. O volante não sentiu o peso da partida e garantiu muita pegada ao meio-campo dos Estados Unidos. Foram seis desarmes no duelo, liderando o meio-campo. Diante da Inglaterra, essa pressão sem a bola seria ainda mais importante. As estatísticas do camisa 4 não seriam tão boas, mas sua vitalidade se notava pela ocupação dos espaços sem a bola. Já diante do Irã, Adams deu firmeza ao time, bem como precisão. Foi muito bem nos passes, com 90% de aproveitamento. Dos oito lançamentos que tentou, acertou sete. Ainda precisaria trabalhar duramente na resistência final à pressão persa.

A classificação dos EUA dava uma sensação de dever cumprido. Mas, obviamente, ninguém deixaria por isso mesmo a chance nas oitavas de final da Copa do Mundo. Individualmente, Tyler Adams foi bem. E quase a história se tornou diferente com a ajuda do capitão. Aos dois minutos, ele ganhou a sobra na entrada da área e deu um tapa de primeira para deixar Christian Pulisic na cara do gol. O companheiro parou no goleiro. Já a linha zaga também não ajudaria muito, na forma como permitiu o tento inaugural da Holanda. Não que Adams tenha ido bem no lance, faltando mais velocidade para apertar Memphis Depay na finalização.

Adams teria um papel importante no domínio territorial dos Estados Unidos contra a Holanda. Foram 74 passes certos em 80 tentados, seu melhor aproveitamento nessa Copa. Ainda acertou cinco dos seis lançamentos que tentou. Entretanto, faltou contundência ao US Team e também mais consistência defensiva. A boa partida do capitão não anulou os problemas, especialmente quando os companheiros de meio não estavam tão bem. Yunus Musah, sobretudo, caiu de nível justo no compromisso mais importante. Adams ainda tentou cobrir as laterais nos lances dos outros dois gols, sem sucesso.

Apesar da eliminação, o meio-campo saiu como o grande trunfo dos EUA na Copa do Mundo. A intensidade do time era correspondida pelo trabalho entre Adams, Musah e Weston McKennie. Outros jogadores também se despedem do Mundial merecendo elogios, especialmente Christian Pulisic, repetidamente decisivo. Porém, muitas vezes o camisa 10 pareceu sobrecarregado nesse sentido. Enquanto isso, a defesa tantas vezes se tornou permissiva. Não tem a mesma qualidade de nomes que se nota logo à frente, na faixa central, até pela rodagem dos meio-campistas em ligas maiores.

E não é o amargo resultado que tira as esperanças dos Estados Unidos para pensar em 2026. Se havia um cenário de terra arrasada em 2017, a impressão cinco anos depois é que há uma base para florescer rumo à Copa do Mundo em casa. O US Team conta com um dos elencos mais jovens do Mundial e a própria base titular mantém uma média de idade na casa dos 25 anos. Do meio para frente, os mais velhos (McKennie e Pulisic) têm apenas 24 anos. E, além do potencial de desenvolvimento, é bom notar a maturidade e liderança. Tyler Adams se mostra preparado desde já para a missão de capitanear os americanos e se tornar uma das principais faces no Mundial dentro de casa.

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