Após grito racista na terceirona alemã, clubes e torcedores agiram da maneira ideal: com tolerância zero ao racista e apoio à vítima | OneFootball

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·22 de dezembro de 2021

Após grito racista na terceirona alemã, clubes e torcedores agiram da maneira ideal: com tolerância zero ao racista e apoio à vítima

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A rodada do final de semana na Alemanha acabou marcada por um episódio execrável de racismo na terceira divisão. A reação à discriminação, ao menos, contou com uma atitude firme que se espera em outros casos do tipo. O Osnabrück não continuou em campo, após o ponta Aaron Opoku ser vítima dos gritos racistas. A atitude contou com a colaboração dos árbitros e também do Duisburg, adversário na ocasião. Enquanto isso, o agressor foi denunciado e detido ainda no estádio. As torcidas se uniram para gritar “Fora, nazis”, enquanto o indivíduo era levado para fora das arquibancadas.

Esta foi a primeira vez que um jogo profissional na Alemanha é suspenso por conta de racismo. Os ataques a Aaron Opoku aconteceram aos 35 minutos do primeiro tempo e o árbitro Nicolas Winter, de imediato, interrompeu a partida. Depois de 45 minutos, o jogo acabou oficialmente suspenso. “O Osnabrück ia cobrar um escanteio e, então, sons de macaco vieram das arquibancadas. Opoku percebeu e avisou o assistente. Fui informado e tentei ser sensível, bem como reagir de maneira rápida. Tentei cuidar de Opoku e vi como ele estava em choque”, explicou Winter, à Kicker. O árbitro foi elogiado por ignorar a determinação da Fifa, que pede para que o racismo seja anunciado nos alto-falantes antes que os times se retirem de campo.


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Diante do ocorrido, as duas torcidas se opuseram ao racismo e gritaram “Fora, nazis”. Até mesmo nos alto-falantes do estádio começou a tocar uma música considerada como símbolo da luta contra o racismo na Alemanha. O homem de 55 anos foi detido e interrogado no domingo, enquanto testemunhas deram seu depoimento – também sobre uma possível manifestação racista anterior, contra um jogador do próprio Duisburg. O inquérito foi aberto pela polícia, com pedidos para que o processo seja rápido, a fim de fazer o racista pagar pelas consequências criminais de seu ato o quanto antes.

O Osnabrück se manifestou através de Michael Welling, diretor esportivo: “Não podíamos aceitar algo assim. Aaron estava acabado e não podia mais jogar. Ao recursarmos voltar ao jogo, também queríamos mostrar que não aceitamos o racismo. Não deveria ser questão para qual clube ele [o racista] torce, porque isso acontece em vários locais da Alemanha. Não é suficiente imprimir alguns slogans no papel, empunhar bandeiras ou vestir camisetas. Acho que precisamos nos posicionar em campo e esse foi um sinal contra o racismo e pelo lado humano”.

Através de seu porta-voz, o Duisburg prometeu todo apoio às autoridades: “O jogo foi corretamente interrompido. A decisão do Osnabrück, de não continuar na partida, era absolutamente compreensível. Temos que pedir desculpas. É um ponto baixo na história do nosso clube”. Já a federação alemã publicou uma nota em que condena o racismo e cobra a imputação criminal do responsável: “Essa é a única maneira de parar essas pessoas incorrigíveis. O autor ou os autores devem ser totalmente responsabilizados”. A DFB costuma ser criticada pela falta de atitudes contundentes em casos de racismo no futebol local.

Opoku se manifestou na segunda-feira. O atacante reiterou a maneira como se sentiu chocado com o ataque racista, enquanto agradeceu o apoio a seu redor: “O incidente durante nosso jogo contra o Duisburg me chocou. Foi um sinal importante a quem foi vítima de discriminação, para que não continue no jogo. Gostaria de agradecer à equipe de arbitragem, ao Duisburg, aos torcedores e, acima de tudo, ao meu clube, o Osnabrück, pela maneira como eles reagiram e agiram. Também agradeço por cada mensagem que recebi pessoalmente e desejo um Feliz Natal a todos – continuem com saúde”.

Duisburg e Osnabrück se manifestaram em conjunto para que a partida seja disputada novamente. “Junto com o Osnabrück, gostaríamos que o futebol deixasse o campo como vencedor, não como perdedor”, apontou Ingo Wald, presidente do Duisburg. Algo reiterado pelo presidente do Osnabrück, Holger Elixmann: “Nenhum dos times deveria ser punido pela conduta do torcedor. A demonstração contra o racismo deve ser reforçada pela repetição do jogo. O futebol deveria usar seu alcance e carisma para sustentar mensagens através de decisões consistentes”.

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