Central do Timão
·21 de janeiro de 2025
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O Conselho Deliberativo (CD) do Corinthians se reuniu na noite da última segunda-feira, 20, para votar o processo de impeachment contra o presidente Augusto Melo. Até o momento, o órgão decidiu pela admissibilidade das acusações contra o dirigente. Após o término da reunião, o presidente do CD Romeu Tuma Júnior rebateu as acusações do mandatário alvinegro, que chegou a chamá-lo de ditador. Além disso, Tuma destacou que o processo seguiu todo o rito estatutário.
“Lamento a declaração do presidente, ele devia estar emocionalmente abalado, talvez com o clima da reunião, com a votação que deu prosseguimento ao processo de impedimento. Eu quero crer que o íntimo dele não pense assim, porque ele sabe que a minha conduta foi toda dentro do estatuto. Ele estava lá com a defesa dele, com o advogado dele constituído, tudo que o advogado dele solicitou foi feito, os conselheiros puderam acompanhar, está tudo gravado, foi tudo dentro do regimento, dentro do estatuto, a gente está tranquilo, sereno.”
Foto: Central do Timão
O presidente do Conselho também falou sobre a continuidade da reunião para a da votação do impeachment: “A reunião, na verdade, ela foi suspensa, mas ela continua aberta, o artigo 85 do estatuto prevê isso, por isso que foi deliberado pelo plenário, então ela continua aberta, então, assim, quem não estava é como se estivesse chegando atrasado, então ela está aberta, a gente ainda não deliberou que data vai ser a continuidade dela”, afirmou.
Questionado sobre os prazos para que o processo tenha um desfecho, Tuma pontuou que deseja a resolução da situação o mais rápido possível.
“A gente espera que chegue no menor prazo possível, eu garanto que em menos de uma semana isso não vai ser resolvido, atendendo a um pedido da defesa do Augusto, e a gente espera realmente que essa fase seja superada e que o Corinthians possa sair dessas lamentáveis páginas policiais. A gente sofre isso, não é motivo de alegria para ninguém, ninguém gostaria de estar vivendo essa situação. O Corinthians é muito bom para todos nós, mas infelizmente o estatuto exige que a gente tome providências quando as coisas acontecem de forma lamentável como está acontecendo”, salientou.
Tuma também destacou o clima hostil nas manifestações no Parque São Jorge, assim como a postura de parte da torcida em defesa de Augusto Melo. Nesse contexto, ele expressou preocupação com a segurança dos conselheiros e criticou a falta de conhecimento sobre o estatuto do clube.
“Eu como corinthiano há 64 anos eu sempre costumo ver a torcida torcendo para o Corinthians, eu nunca vi torcida tendo lado de dirigente. O que a gente vê hoje no Parque São Jorge é a insegurança que os conselheiros sentiram, os atos de violência que eu pude ver através de rede social, minha própria família me mandou, o que alguns conselheiros passaram, eu mesmo, incitação de violência, isso é lamentável”, continuou.
“Eu acho que quem é corinthiano de verdade, se preocupa com o Corinthians, não com as questões internas, até porque elas estão sendo ditadas por fatos que acontecem com a investigação da polícia. Eu acho que a torcida precisa entender, é importante, que o tempo do estatuto, o tempo do processo interno, é diferente do tempo da polícia, é diferente do tempo da justiça. As vezes, as coisas na polícia são diferentes do que dentro do estatuto. O que o conselheiro faz é apurar se houve prejuízo para a imagem, se houve prejuízo para o clube. Se houve, o infrator tem que ser punido, e é isso que a gente está observando, independe de ter resultado em inquérito policial, ter resultado em processo”, explicou.
O Conselho, representado por Tuma Júnior, tem sido alvo de acusações de torcedores, que criticam a falta de fiscalização em gestões recentes do Timão, apontando isso como um dos motivos para classificarem a ação contra Augusto Melo como um golpe. No entanto, o conselheiro refutou essas acusações, destacando a oposição que exerceu ao longo do período.
“É óbvio que hoje, como presidente do Conselho, a gente tem mais destaque. Então, tem muita gente na rede social, uns que são robôs, a gente sabe disso, tem um inquérito contra a milícia digital que está apurando muitas coisas, então a gente sabe, e tem outras pessoas que são jovens, não acompanharam. Eu, desde 1995, sempre fui uma pessoa independente e sempre fui oposição a algumas gestões.”
“Na gestão do Andres, nós votamos contra as contas deles. Eu entrei contra ele no Conselho Deliberativo, perdi, fui à Justiça, só que tinha que pagar a ação e eu não podia pagar do meu bolso. Se essas pessoas pudessem ler mais, se informar melhor, elas iam ver que eu sempre estive do mesmo lado, ou seja, defendendo o Corinthians e me insurgindo contra coisas que eu achava erradas. E eu, como presidente do Conselho, não posso fazer diferente daquilo que eu sempre preguei, que o Conselho pudesse ser um órgão fiscalizador e cumprisse seu papel e cumprisse especialmente o Estatuto, que eu sempre reclamei que as outras pessoas não cumpriam”, explicou.
Por fim, Romeu Tuma Júnior respondeu sobre o trabalho de Fred Luz e da empresa de consultoria Alvarez & Marsal no Corinthians, esclarecendo se essa situação teria desgastado sua relação com o presidente Augusto Melo, em razão de divergências sobre a contratação.
“Não teve nenhum problema. A questão do Fred Luz e da Alvarez & Marsal, eu sempre fui muito mal interpretado. Eu sempre falei que por questão jurídica o Corinthians não poderia, nem nenhum clube deve ter um CEO como pessoa jurídica, CEO é pessoa física, e não jurídica, até porque a responsabilização criminal não recai sobre a pessoa jurídica. É só isso, eu nunca fui contra o Corinthians ter um CEO pessoa física, eu sempre fui contra qualquer organização de futebol ter um CEO pessoa jurídica. Além de tudo, a pessoa jurídica é sempre favorável à SAF e eu era contra isso”, completou.
Ainda não foi definida uma nova data para a votação do impeachment. O processo seguirá de onde parou, com a previsão de que, após o reinício da sessão, ocorram pronunciamentos de Roberson de Medeiros, presidente da Comissão de Ética e Disciplina, e da defesa de Augusto Melo, que poderá ser realizada por ele ou um representante legal, antes da votação definitiva sobre o afastamento. Por questões de segurança, a reunião pode ser realizada na Neo Química Arena, em vez de ocorrer no Parque São Jorge.
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