Fogo Na Rede
·09 de novembro de 2024
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Após Botafogo 0x0 Cuiabá, o técnico Artur Jorge destacou a injustiça do resultado no Nilton Santos. O Alvinegro finalizou 28 vezes na partida contra quatro vezes do adversário.
– Hoje o resultado foi extremamente injusto para nós. Fizemos muita coisa suficiente para ganhar este jogo. Finalizações, bolas na trave, atacamos pela esquerda, pela direita, pelo centro, acabamos o jogo com quatro homens na linha de frente… Há jogos assim. Futebol é isso mesmo. Não quero passar de uma euforia na rodada passada em que tínhamos seis pontos para uma depressão quando temos quatro. Temos quatro pontos de vantagem e temos que saber lidar com isso. Temos que pensar no que podemos fazer melhor, porque há, e depois preparar esse último ciclo de cinco jogos mais a final da Libertadores para acabarmos bem – disse Artur Jorge.
– Sobre o jogo, eu disse no início sobre a abordagem que deveríamos ter, da importância que era continuar a ganhar. Tenho falado muito sobre controlar as expectativas, porque quando se tem um campeonato tão equilibrado quanto este, em que qualquer jogo é uma dificuldade imensa, temos que ter a capacidade de perceber os momentos que a equipe vai vivendo. Essa equipe já viveu com um ponto de vantagem há quatro rodadas, depois viveu com três, com seis, hoje com quatro. Temos que nos equilibrar emocionalmente, faltam cinco jogos e continuamos a ter uma posição privilegiada em relação à ambição de ser campeão. Esse é o nosso objetivo, fazer deste Botafogo é campeão.
— Essa pergunta (sobre cera, fair-play e pouco acréscimo), em um momento num dia menos bom, posso correr o risco, mas é aquilo que me vai na alma. Eu não gosto, eu estou aqui para ganhar jogos, não estou para ter uma equipe simpática. Não estou para ter uma equipe que quer fazer amigos do outro lado, estou aqui para ganhar jogos e é dessa forma que eu me avalio. Não fiquei satisfeito, vocês perceberam que não fiquei satisfeito de devolver a bola, quando claramente aquilo foi uma paragem técnica. O jogador estava no chão para que toda a gente fosse ao banco e pudesse receber instruções. Não gostei e fiquei chateado com o Bastos. Disse no intervalo exatamente isso porque já ando nisto há muito tempo e sei perfeitamente que tudo serve para poder arranjar maneira de quebrar o ritmo de jogo. E sabendo que somos uma equipe rápida, uma equipe que tem dinâmicas intensas, do outro lado vamos apanhar e já apanhamos algumas equipes desta forma. Que percebendo ou não, ou compreendendo ou não, estratégias que o adversário possa ter.
— Eu não jogo nem tenho que me pronunciar sobre isso. Agora, para mim, sobre mim, nós temos que fazer o jogo para poder ter o resultado que queremos. E se nós tivemos algum papel em alguns momentos que foi cúmplice de uma estratégia que o adversário trouxe de quebrar o ritmo de jogo, tivemos mal. É dessas coisas que temos que corrigir. E também parece que nós permitimos muito, e eu falei disso desde o primeiro minuto, ao auxiliar que estava do meu lado, porque todas as vezes esperar para dar um cartão aos 60, ao goleiro que teve sempre com a bola parada e a atrasar o jogo, a quebrar com os jogadores constantemente no chão, simular lesões. Qualquer encosto agora simulam. Eu acho que é do mau profissionalismo quando é assim, é o comportamento que se tem que não favorece nada o espetáculo e o espetáculo não é isto, no meu ver, o futebol que eu defendo.
— Não posso julgar nem avaliar aquilo que é a estratégia de qualquer um dos meus rivais. Compete a mim ter soluções para poder contrariar essas estratégias e aquilo que é a forma, a sua abordagem ao jogo. E a nossa abordagem tem sido muito consistente, pelo menos nós, Botafogo, temos sido muito consistentes. E hoje tivemos um jogo também nesse aspecto, muito próximo daquilo que é a nossa realidade, ou seja, uma equipe que procurou atacar, tentamos, finalizamos. Se calhar, tivemos algum demérito também em algumas finalizações, mas temos que saber lidar com isso de uma forma natural, ainda que não possamos estar satisfeitos, porque não estou satisfeito, obviamente, com o resultado. Um ponto aqui hoje foi curto para aquilo que a equipe produziu e não estou satisfeito com o desempenho. Não tem a ver com o desempenho dos jogadores, também com o resultado só, porque os jogadores lutaram, trabalharam, foram abnegados na forma como tentaram lá chegar, mas não conseguimos, hoje não. Não deu. Portanto temos que perceber que há dias assim e melhores dias virão seguramente.
— Esse é um comportamento que nós temos que ter e mais uma vez que hoje tivemos também, porque não permitimos o adversário ter tempo de bola, não permitimos o adversário ter situações com uma ou outra saída de bola longa. E essa é uma característica. Por isso eu digo que nós hoje tivemos um Botafogo muito igual a si próprio, um Botafogo que trabalhou, que reagiu muito forte à perda de bola, que foi intenso também, que tentou de várias formas chegar ao gol, mas não conseguimos aquilo que nós fizemos depois na segunda metade, ainda mais na parte final. Tentámos ter finalizações, tentamos chegar com a bola ao último terço. Claro que ficamos mais expostos. As posições do adversário, percebemos isso, mas fomos sempre muito competentes nesse processo defensivo também. A equipe esteve sempre equilibrada e reativa àquilo que eram as saídas do adversário, portanto conseguimos estar bem posicionados para isso, mas não foi o dia de fazer o gol hoje. O resultado é aquilo que fica, é aquilo que fica como registro, mas no todo, satisfeito com o desenvolvimento dos jogadores, porque, volto a dizer, tentamos de várias formas chegar à vantagem e o resultado não é de todo justo para aquilo que nós produzimos.
— Hoje todas as alterações que fizemos têm a ver com a opção técnica só. Ao contrário do jogo anterior em que tivemos necessidade, por exemplo, de ter o Vitinho e o Alex Telles, que foram substituídos por fadiga, pediram para poder sair ou que estavam no limite quando eu os substituí. Hoje não, todas as substituições foram feitas, foram quatro, foram todas feitas por opção para eu tentar dar energia, tentar meter a gente na frente, tentar ajudar que a equipe conseguisse ir em busca daquilo que nós queríamos.
— Sobre aquilo que é a programação que nós temos para esta parada de Data Fifa. É muito idêntico aquilo que nós temos feito também nas datas anteriores. A programação foi feita e nós, estrutura, os jogadores, estão identificados com tudo aquilo que é este período e aquilo que vamos fazer para que possamos ter, como disse, este próximo ciclo de cinco jogos de campeonato, mais a final da Libertadores, de correspondência das expectativas e, acima de tudo, das exigências que isso nos traz. É essa a programação e a planificação que temos. Para este último mês de temporada.
— Temos jogadores influentes e importantes para nós, para aquilo que é a Data Fifa. Já falei sobre isso também, sobre a questão, me parece um absurdo, ter um jogo após as seleções jogarem e estamos a falar que vamos ter a seleção brasileira a jogar aqui no Brasil, vamos ter uma seleção argentina a jogar em Buenos Aires, vamos ter uma seleção venezuelana a jogar no Chile. Portanto, temos jogadores espalhados por este continente afora e com menos de 24 horas ou 24 horas para tentar chegar ao jogo seguinte. Obviamente que isto vai ter impacto e influência naquilo que vai ser as minhas opções para o jogo do Atlético Mineiro? Sim, vai, obviamente. Se todos jogarem ou se todos darem o contributo para as suas seleções fico eu, ficamos nós, fico o Botafogo privado de poder tirar esses jogadores ou pelo menos na sua plenitude para o jogo que vai ter de extrema importância, extrema importância. Estamos a falar, estou a falar disto nos últimos cinco jogos do campeonato, não estou a falar nos primeiros cinco. Nos 5 últimos jogos, nós conseguimos ter uma equipe que luta pelo título e condicionada e privada de jogadores porque têm os jogos de seleção no dia anterior ao seu jogo. Isto para mim é um absurdo, é só a minha opinião.
— Da mesma forma que eu preparei este jogo do Cuiabá, que eu tenho dito e disse também aqui convosco, para mim são finais que nós temos até o final do campeonato. Não há margem para nós pensarmos que o jogo, aliás, vocês é que estão a falar na questão da tabela, porque o Cuiabá é penúltimo classificado e nós empatamos em casa. Portanto, há aqui alguma desvalorização sobre o nosso rival e o resultado por nós conseguido. Mas a verdade é que isto, vemos a dificuldade daquilo que são os jogos, e já vimos esta equipe a tirar pontos, a outras equipas que teoricamente são mais fortes, nos seus próprios campos até, não podemos ter de forma alguma a ilusão de escolher adversários ou pensar que o jogo vai ser mais ou menos importante. A importância está neste jogo, será agora dia 20 o Atlético, depois o Vitória, depois o Palmeiras, a Libertadores e por aí adiante. E depois vamos ver aquilo que é a nossa competência.
O Botafogo volta a campo contra o Atlético-MG, quarta, 20, às 21h30, pela 34ª rodada do Campeonato Brasileiro.