O presidente Alessandro Barcellos deu uma longa entrevista no Beira-Rio, admitiu erros, falou de vestiário e comentou a reconstrução do Inter para 2026. Mas, enquanto ele falava, outro assunto tomou conta dos bastidores: Tite. Entre vazamentos, matérias publicadas durante a coletiva e relatos de repórteres presentes, o clima é de que o ex-técnico da Seleção virou a ficha 1 para assumir o time.
PVC já havia adiantado no UOL que Abel Braga tinha feito contato com um grande treinador. A matéria do Globo.com, assinada por Joana de Assis, praticamente cravou: o Inter fez proposta para Tite e aguarda resposta. Os repórteres no estádio Beira-Rio confirmaram o clima: a direção trabalha com Tite como prioridade absoluta.
Barcellos foi perguntado diretamente sobre o nome do treinador. A resposta foi evasiva, mas reveladora. Ele disse que Tite “é um grande profissional que sempre estará na pauta”, mas negou contato formal — reforçando a palavra “formal”. Entrelinhas claras: se Abel ligou, é outra história. E, ao mesmo tempo, o presidente lembrou que o clube precisa “construir o ambiente” antes de fechar com o novo técnico. Traduzindo: manter o Abelão nos bastidores, contratar um diretor executivo e só depois avançar de forma oficial.
O movimento faz sentido. Durante a coletiva, repórteres que estavam no local disseram a mesma coisa: o sentimento é que Tite é o alvo número um. A diretoria quer ele. Se conseguirá, é outra conversa. Tite já avisou publicamente que vai voltar a trabalhar e, embora sonhe com Europa, a Europa não sonha tanto com ele — pelo menos até agora. O caminho mais provável é que ele aceite um projeto no Brasil. Resta saber se esse projeto será o do Inter.
A leitura de PVC vai nessa linha: Abel procurou um técnico que recusou. A dúvida é se esse nome era o Tite — e se a recusa foi definitiva ou apenas temporária. Pode ter acontecido de o treinador dizer que não quer voltar ao Rio Grande do Sul agora, ou que tem outro plano em andamento, ou simplesmente que quer esperar. E vale lembrar: Corinthians também está no jogo. Se Dorival cair, por exemplo, tudo muda de figura.
Tem outro ponto importante: se vier para o Inter, Tite teria que reconstruir sua comissão técnica. Kleber Xavier, que trabalhou com ele por 30 anos, saiu para ser treinador e assumiu o Santos — já foi demitido e segue buscando novos caminhos. Matheus Bachi, filho e braço direito do treinador, também estava no Santos como auxiliar permanente até o fim da temporada. Não se sabe se ele renova. César Sampaio segue como nome forte ao lado dele. E o preparador físico Fábio Mahseredjian, considerado de “prateleira acima”, agrada muito ao Inter. Mas tudo isso teria que ser reestruturado.
Ou seja, Tite não chegaria apenas como treinador. Chegaria com um pacote. E o Inter sabe disso.
O que importa agora é a sinalização. O presidente não negou. Abel Braga está confirmado como homem forte dos bastidores. Um diretor executivo deve ser anunciado — com Fabinho Soldado muito cotado. E, depois disso, o movimento natural é ir no treinador que mais agrada a direção e ao próprio Abel.
Hoje, esse treinador é Tite. É o ficha 1. É o nome que a direção quer. É o nome que o vestiário entende que está sendo buscado. E é o nome que os repórteres no Beira-Rio sentiram que está mais próximo do que se imaginava.
Se vai fechar, ainda não dá para cravar. Mas o Inter já colocou o alvo na parede. E o alvo é claro: Adenor Leonardo Bacchi.