Trivela
·15 de dezembro de 2021
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·15 de dezembro de 2021
A Copa Árabe definiu seus finalistas nesta quarta-feira e, como em boa parte da competição, as semifinais foram alucinantes. Tunísia e Argélia medirão forças na decisão do evento-teste organizado pela Fifa no Catar. Os tunisianos se deram melhor no clássico contra o Egito. O gol decisivo das Águias de Cartago surgiu no último lance do jogo, nos acréscimos do segundo tempo, para definir o placar de 1 a 0. Já os argelinos foram algozes dos catarianos. E o triunfo por 2 a 1 se arrastaria até inacreditáveis 19 minutos de acréscimos (!), com um empate chorado dos anfitriões aos 52, mas a resposta dramática das Raposas do Deserto com o tento da classificação aos 62 minutos do segundo tempo.
O duelo entre Tunísia e Egito seria bem pegado. Os Faraós contam com uma boa equipe mesmo sem suas estrelas, embora Carlos Queiroz venha sendo criticado pelos muitos testes e jogadores fora de posição. Do outro lado, as Águias de Cartago apresentavam um elenco mais completo em relação ao time principal. O problema dos rivais na noite foi a falta de pontaria. Num primeiro tempo sem tantas chances, os tunisianos lamentaram principalmente uma cabeçada livre desperdiçada por Youssef Msakni.
Já no segundo tempo, os egípcios devolveram a cortesia e Mostafa Fathi isolou o chute de frente para o crime. O VAR teria papel importante, ao reverter um pênalti inicialmente assinalado para os tunisianos. Já o gol decisivo saiu apenas nos acréscimos, quando o relógio havia acabado de estourar os três minutos extras dados pelo árbitro. Numa falta cobrada nos arredores da área, o capitão Amr El Solia deu uma casquinha contra as próprias redes e marcou o gol contra que classificou a Tunísia.
Mais tarde, as expectativas cresciam para o Argélia x Catar. Os argelinos reuniam uma equipe mais experiente, embora o ótimo momento na competição fizesse os catarianos acreditarem na classificação. O time da casa poderia ter aberto o placar de início, mas o artilheiro Almoez Ali desperdiçou duas oportunidades. As Raposas do Deserto cresceram no jogo e tiveram mais presença ofensiva no restante do primeiro tempo. Já na volta à segunda etapa, os argelinos martelaram mais. Depois de uma bola na trave de Baghdad Bounedjah, o gol saiu aos 14 minutos. Após um escanteio rechaçado pelo goleiro Saad Al Sheeb, Djamel Benlamri emendou o rebote de primeira e contou com o posicionamento ruim do arqueiro para surpreender.
O Catar tentou pressionar, mas parou no goleiro Raïs M’Bolhi, que faria uma defesa decisiva em cabeçada de Boualem Khoukhi aos 26. Insistindo, o time da casa ganhou uma generosa sobrevida com os exagerados nove minutos de acréscimos. Apesar de alguns atendimentos médicos, o tempo adicional soou absurdo e o próprio técnico argelino Madjid Bougherra aplaudiu ironicamente o quarto árbitro. E foram esses minutos extras que garantiram a dose cavalar de emoção no fim. No sétimo minuto, os catarianos arranjaram o agônico empate numa cabeçada de Mohammed Muntari, que fez o estádio vibrar demais. Houve a revisão de uma falta fora do lance, que acabou ignorada.
Entretanto, de maneira ainda mais inexplicável, o árbitro polonês Szymon Marciniak deixaria o relógio rodando como se os acréscimos fossem infinitos. A comemoração do gol e a revisão da possível expulsão pararam o jogo por quase três minutos, mas ele deu ainda mais cinco minutos até que a Argélia ganhasse um pênalti. Com quase 15 minutos adicionais, Yacine Brahimi sofreu falta na área e a marcação do juiz pelo menos foi correta. O goleiro Al Sheeb espalmou o chute de Youcef Belaïli, numa defesa sensacional, mas o meia aproveitou o rebote na pequena área e determinou a vitória, num duelo que só teve seu apito final aos 64 do segundo tempo.
Tunísia e Argélia decidem a Copa Árabe no próximo sábado, às 12h (horário de Brasília), com transmissão ao vivo e de graça no YouTube da Fifa. Os tunisianos tentam seu segundo título na competição, que faturaram na primeira edição, em 1963. Já os argelinos buscam o troféu inédito, em sua primeira aparição na decisão. Em nove edições anteriores, também foram campeões Iraque (quatro vezes), Arábia Saudita (duas), Egito (uma) e Marrocos (uma).