oGol.com.br
·17 de outubro de 2025
Atacante brasileiro dribla o frio e o idioma e luta pela segunda artilharia na Polônia

In partnership with
Yahoo sportsoGol.com.br
·17 de outubro de 2025
Nascido no litoral, mas adaptado ao frio. O atacante Jonathan Júnior começou nas categorias de base do Internacional, passou pelo futebol catarinense e pelo interior mineiro, mas despontou sua veia artilheira no futebol polonês.
Na sua terceira temporada no país, Jonathan é um dos quatro brasileiros na divisão de acesso da Polônia e busca pela segunda vez a artilharia no futebol local.
O atacante, natural de Capão da Canoa, integrou as categorias de base de Juventude e Internacional, mas nunca atuou profissionalmente no estado. Estreou no Avaí e teve experiência por Chapecoense, Athletico Paranaense, Athletic e Pouso Alegre, antes de receber uma proposta da Europa.
Contratado pelo Kotwica Kolobrzeg, clube que disputa a Liga II, Jonathan driblou as dificuldades com a língua local e deslanchou com 24 gols em 31 jogos. Logo na sua primeira experiência no exterior, o brasileiro terminou como artilheiro da competição e conquistou o acesso inédito para o clube polonês.
Apesar das dificuldades com o idioma e com as temperaturas extremas, o atacante aproveitou um compatriota na comissão técnica para impulsionar seu desempenho em campo.
"Eu fui muito bem recebido por todos, mas quem me ajudou muito foi o Hermes, o auxiliar técnico brasileiro que atuou e trabalha lá há muitos anos. Ele traduzia tudo para mim, me passava tudo de maneira clara", relembrou Jonathan em entrevista para oGol.
"Tinha um português do time, Filipe Oliveira, também foi um grande amigo que eu fiz e me ajudou bastante. Eu me adaptei rápido ao estilo de jogo também, porque é um jogo meio parecido com o que eu gosto, o que eu tenho. É um estilo de jogos mais físico e isso me favoreceu", completou.
Principal artilheiro do futebol polonês na temporada de estreia, o brasileiro mudou do Kotwica para o Stal Stalowa Wola no ano seguinte e não conseguiu repetir a mesma eficiência. Na nova casa, o atacante passou em branco em dez jogos disputados e decidiu novamente mudar de clube na última janela.
Atualmente no Stal Rzeszów, Jonathan busca o segundo acesso na carreira e repete o faro de gol da primeira temporada, lutando novamente pela artilharia na segunda divisão polonesa. Em 12 jogos, o atacante marcou sete gols e contribuiu com uma assistência.
"O acolhimento do treinador é fundamental para o resultado do jogador, principalmente quando ele tá em um ambiente muito diferente. Nas minhas duas melhores temporadas aqui, tive treinadores que buscaram entender o meu estilo de jogo, como eu gosto de jogar e aproveitaram isso de uma forma boa para o time", afirmou.
Único brasileiro em todo o plantel do Stal Rzeszów, Jonathan explora o idioma inglês e espanhol para se comunicar com o técnico polonês Marek Zub. O atacante afirma conseguir se comunicar com o comandante e que a linguagem universal do futebol ajuda no entrosamento. Para o jogador, a principal ausência sentida é a saudade dos costumes brasileiros.
"Me comunicar com o treinador e com os companheiros foi algo que me adaptei rápido, sinto falta mesmo da resenha do dia a dia. Sempre fui um cara de gostar da resenha no vestiário. Mas isso não me atrapalha em campo", brincou.
"A língua não me incomoda mais, sinto falta mesmo do nosso churrasco, que aqui é diferente e difícil de achar. Eu me arrisco, vou atrás, mas não é igual. Recentemente encontramos um grupo de brasileiros aqui, que conhece uma fonte melhor para encontrar carne. Melhorou bastante, mas ainda dá saudade do nosso churrasco", relembrou.
Nesta temporada, Jonathan é um dos poucos brasileiros presentes na segunda divisão da Polônia. Lucas Piazon, Lucas Ramos e Cássio são os outros representantes na liga. Jonathan atribui à limitação de estrangeiros como principal obstáculo para a chegada de mais brasileiros.
"Os poloneses são muito receptivos com os brasileiros. Eles depositam uma expectativa muito positiva e demonstram um carinho muito grande. Fui companheiro do Lucas Ramos e do Cássio nas categorias de base do Inter e conversamos bastante e eles também tiveram essa percepção", ressaltou Jonathan.
"Acredito que o baixo número de jogadores estrangeiros permitidos é o único motivo que impede a chegada de mais jogadores. A língua, a cultura, a temperatura, tudo isso a gente acaba se acostumando. Além disso, a divisão de acesso daqui tem características parecidas com o Brasil, com um jogo físico, bastante disputado", completou.
Em busca do segundo acesso e da segunda artilharia no país em três anos, Jonathan planeja continuar construindo uma carreira goleadora no gelado futebol polonês, mantendo aquecida a sua veia artilheira.