Atacante com passagem pela base do Corinthians revela bastidores de sua passagem pelo clube | OneFootball

Atacante com passagem pela base do Corinthians revela bastidores de sua passagem pelo clube | OneFootball

In partnership with

Yahoo sports
Icon: Central do Timão

Central do Timão

·23 de outubro de 2025

Atacante com passagem pela base do Corinthians revela bastidores de sua passagem pelo clube

Imagem do artigo:Atacante com passagem pela base do Corinthians revela bastidores de sua passagem pelo clube
  1. Por Fabio Luigi / Redação da Central do Timão

Atualmente jogando futebol de várzea, atacante Thalisson Gabriel, que teve passagem pelas categorias de base do Corinthians entre 2015 e junho de 2023, concedeu entrevista exclusiva à Central do Timão e relembrou, hoje com 23 anos, sua passagem pelo Parque São Jorge. Ele chegou, inclusive, a treinar no time principal em 2022, quando a equipe era treinada pelo técnico português Vitor Pereira.

Thalisson passou sua infância no bairro Povo Feliz de Tietê, onde frequentemente andava de skate e empinava pipa, até – com 11 anos de idade – seu desejo em se tornar jogador de futebol profissional aumentasse por influência de sua professora de educação física. Também relembrou a trajetória do seu pai, que atuou pelo Capivariano, do interior de São Paulo.


Vídeos OneFootball


Imagem do artigo:Atacante com passagem pela base do Corinthians revela bastidores de sua passagem pelo clube

Foto: Rodrigo Gazzanel/Agência Corinthians

Sua primeira peneira aconteceu no Cruzeiro, mas acabou não indo para o time de Minas Gerais – preferindo o União São João de Araras – por questões de logística e a falta de condições de sua família em uma eventual mudança: “Meu pai jogou bola, jogou profissional no Capivariano. Meu irmão também jogava bola. Mas minha primeira vez (que jogou) foi na escola. Só com 11 ou 12 anos que eu quis ser jogador. Comecei a fazer as peneiras ali com 12 ou 13 anos também”, iniciou.

Pelo time do interior de São Paulo, chamou a atenção de Vinicius Marques, técnico das categorias Sub-12 e 13 do Corinthians na época, e que atualmente trabalha como treinador do Sub-20 do Santos: “Oração vai, oração vem. Um mês lá chega um treinador, reúne todo mundo e vamos ter amistoso contra o Corinthians, lá no Parque São Jorge. Falei: ‘eu vou e não volto mais’. Perdemos de 2×1. Cinco minutos do primeiro tempo, um moleque me empurra, eu caio em cima do braço. O ombro saiu fora, mano… Aí, o fisioterapeuta voltou para o lugar, olhou para minha cara assim e falou: ‘já acabou o jogo pra você’. Na hora que ele olhou para o lado, tirei a tipa e saí correndo para dentro (do campo).”

“No final do jogo, faltando uns 10 minutos, eu pedi para sair porque eu estava com muita dor. Aí, acabou o jogo, chegou o Vinícius Marques (ex-professor das categorias Sub-12 e 13 no Corinthians): ‘Eu gostei da sua atitude, a atitude de quem quer vencer e é isso que o Corinthians precisa.”

Em 2015, chegou nas categorias de base do Corinthians para atuar no Sub-13, chegando a atuar com o goleiro Matheus Donelli (hoje no time profissional), além de ter enfrentando atletas como Kaio Jorge (revelado no Santos e hoje no Cruzeiro), Renê e Yuri Alberto (atual atacante do Corinthians). Thalisson Gabriel era considerado uma das grandes joias da base corinthiana, mas suas lesões ao longo do caminho acabaram interferindo em sua carreira.

O jovem deixou o Corinthians com 21 anos de idade, passando por todas as categorias de base do Alvinegro, desde o Sub-13 ao 20, mas não teve chances no time principal. Apesar disso, o fato em questão fez com que ele abrisse os olhos para outros aspectos em sua vida pessoal.

“Eu estou sem clube, sem a camisa 9 do Corinthians, mas estou feliz. Acho que o que mais machuca na vida de um atleta é essa saída. Tipo, acabou. Já estava treinando no profissional do Corinthians e, do nada, eu estava lá de novo na minha quebrada. Fui ‘mil grau’ nas primeiras semanas, primeiros meses, primeiro ano? Não fui nada. Você deixa tomar conta, porque você acha que não tem como mais viver a vida se não for jogador. Fiz 13 anos essa minha vida toda.”

“Voltei a jogar uma várzea de novo. Estou correndo. Me sinto o cara mais feliz, mais completo, mesmo que eu tenha minhas dores ainda. Também você aprende muita coisa, também encontra muita gente boa nesse meio dos caminhos. Então, tipo, hoje eu falo: se tivesse a cabeça de hoje, um pouquinho mais de cuidado com as pessoas que trabalhavam comigo na minha gestão pessoal, minha vida teria sido totalmente diferente, mano”, continuou.

Posteriormente, comentou que seu melhor momento na base corinthiana aconteceu entre o Sub-13 e 15. Thalisson tinha como principais características a velocidade e o alto número de gols anotados. No Sub-17, por sua vez, além de desentendimentos com o treinador da época, ele viu lesões na coxa e no joelho se tornarem mais frequentes.

“Quando eu fiz 15 anos, eu já estava no Sub-17. Foi ali meu melhor período. Mas assim, vou falar pra vocês a verdade… Já no Sub-13, dei uma descabeçada, ‘bad boy’. ‘Não tô nem aí, faço o gol e ninguém manda em mim’. Tipo assim, moleque, eu tive que manter uma personalidade. A cobrança ali em cima de mim, em cima do treinador, em cima da minha pessoa, já veio da responsabilidade de pegar a seleção, de ser isso ou aquilo.”

“Na época, eu não andava muito bem com o treinador. A gente acabou se desentendendo e ele me tirou um ano inteiro. Me jogava cinco minutos no jogo. Eu já tinha uma coletividade com os caras, já tinha um respeito ali com a molecada. Quando eu joguei com os caras, eu tinha quatro jogos e sete gols. Cheguei uma categoria acima. O que que os caras falaram? Já era, mano. Vai comer a bola. Só que aí também comecei a ter uns problemas mais dentro de casa. Minha mente começou a acelerar muito o processo de querer resolver. Chegou uma hora que eu percebi que tipo assim, eu não tinha mais 15 anos (na mente). Daí foi aí que começou a ter, não essa queda de rendimento, essa questão de talvez não querer ouvir.”

Contabilizando Sub-17 e 20 do Corinthians, foram 12 gols em 38 jogos – todos eles marcados na categoria mais nova, na qual entrou em campo durante 25 vezes. Na base corinthiana, mais especificamente no Sub-20, atuou com nomes como Breno Bidon, Arthur Sousa, Pedrinho, e Gustavo Mantuan.

Thalisson ressaltou a importância de Arthur Sousa, que após deixar o Corinthians na metade 2024, acabou não se firmando em nenhuma equipe: “Atuei com Arthur Souza, Bidon…. Todos esses atletas. O Arthur, mano, foi um cara essencial pra mim nessa volta (de lesão no joelho)… Ele tava num momento muito melhor que eu e eu cheguei perto dele e falei assim: ‘o que você pode me dizer de melhor para eu ser bom assim na parede’. Aí ele falou: ‘puta, mano, também queria pegar um conselho seu’. Então, tipo, foi um cara que me ajudou muito.”

Por fim, Thalisson Gabriel revelou a frustração de quando foi cortado da lista de inscritos na Copa São Paulo 2023 depois de criar uma expectativa em estar no torneio e, quem sabe, posteriormente, ter chances no time principal.

“Acordei de manhã, peguei meu telefone. Umas semanas antes, os caras falaram: ‘Você vai pra Copinha’. No dia seguinte, eu estava fora, mano. Eu chorava igual criança de ódio, mano. Descobri pela manchete, na internet. Se tivesse que comer grama, comer terra, eu estava comendo, estava fazendo tudo, estava na minha melhor fase (em termos físicos), sendo uma das piores fases da minha vida”, finalizou.

Veja Mais:

Imagem do artigo:Atacante com passagem pela base do Corinthians revela bastidores de sua passagem pelo clube

Viva a história e a tradição corinthiana no Parque São Jorge. Clique AQUI e garanta sua vaga!

Sexta e sábado: 10h15 | 12h | 14h45Domingo: 9h20 | 11h | 13h50

Saiba mais sobre o veículo