Até breve, São Victor! | OneFootball

Consagrado entre os mais importantes nomes da história do Clube Atlético Mineiro, Victor Bagy encerrou mais um ciclo e se despediu do Galo, no qual ocupava o cargo de Diretor Executivo de Futebol. Na manhã desta quarta-feira, 10 de dezembro, São Victor foi homenageado durante a cerimônia de apresentação do novo CEO Pedro Daniel.

O acionista da SAF do Galo, Rafael Menin, prestou agradecimentos pelos serviços prestados de Victor, primeiro como um goleiro multicampeão, herói da conquista da Copa Libertadores de 2013 com defesas e milagres inesquecíveis. Depois, na função de gerente de futebol entre 2021 e 2023, e, por fim, no cargo que ocupou nas duas últimas temporadas, marcadas pela presença do Galo em finais da Copa do Brasil, da Libertadores e da Copa Sudamericana.

“É difícil dizer qualquer coisa num momento como esse, tanta emoção, depois de um longo ciclo, quase 14 anos vivendo intensamente o dia a dia do Clube (…) Saio daqui com sentimento de gratidão, orgulho, e sabendo que saio numa situação muito melhor do Clube quando pisei aqui em 2012, quando cheguei”, afirmou Victor.

Como goleiro, Victor Bagy disputou 424 partidas pelo Atlético (terceiro mais atuante da posição) entre julho de 2012 e fevereiro de 2021. Foi o símbolo da Libertadores de 2013, venceu ainda a Recopa Sudamericana e a Copa do Brasil de 2014, além de cinco troféus do Campeonato Mineiro. Pendurou as luvas no fim da temporada de 2020 e, logo em seguida, iniciou a trajetória de dirigente. Como gerente de futebol, esteve nas conquistas da Copa do Brasil e do Brasileirão de 2021, e da Supercopa do Brasil de 2022. Foram mais cinco títulos estaduais.

Declaração de Rafael Menin:

“A gente fez questão de agradecer. Acho que uma nota pela internet não é do tamanho desse cara que está aqui do meu lado. Além de ser mais alto que eu, mas o tamanho como atleta, como dirigente. O Victor ficou conosco aqui por 14 anos. E um dos maiores ídolos da história desse Clube. Atleta amado pela torcida, tem história gigantesca, que proporcionou para gente, para nós torcedores. Você está guardado na história do Clube. E vai continuar aqui, daqui a pouco terá o Museu, outras coisas na Arena, e sempre terá um espaço grande para nosso Santo. Te agradeço pelos quatro anos como profissional fora de campo”.

“O Victor é um cara mais na dele, não é de falar muito. Mas é uma pessoa que trabalhou de forma séria nesses anos, se preparou. Fez coisas boas, foram sete campeonatos e você chegou em cinco finais, ganhamos dois Mineiros, infelizmente não tivemos tanta sorte na Copa do Brasil, na Libertadores, agora na Sudamericana. Então, você sai daqui com as portas abertas, porque um dia você vai voltar, tenho certeza. Você tem que ter essa certeza e tranquilidade que você fez muito e de forma séria, e isso a gente não abre mão”.

“A gente sabe o quão difícil é a cadeira do diretor de futebol, não é só contratar, ou só demitir. É um trabalho de 24 horas, sete dias por semana, e foi assim que você trabalhou em quatro anos, de forma incansável, tentando fazer o melhor para esse clube. Acertou muito, errou, aprendeu. Sai daqui com uma bagagem grande, vai continuar aprendendo. Tenho certeza que você tem um futuro brilhante na sua continuidade na carreira do futebol, não só como atleta, mas como dirigente. Foi uma honra ter tido você na nossa equipe. É agradecer. Tenho certeza que a nossa torcida tem uma gratidão gigantesca por ter o Santo aqui conosco”.

Declaração de Victor Bagy: 

“É difícil dizer qualquer coisa num momento como esse, tanta emoção, depois de um longo ciclo, quase 14 anos vivendo intensamente o dia a dia do Clube. Mas colocar que foi uma escolha, uma decisão que não é fácil, por toda a história, envolvimento, o vínculo que se cria nesse período no qual eu vivi aqui dentro. Mas são 30 anos, praticamente, dentro do futebol. No qual o corpo, a cabeça e a família pedem uma pausa, para o descanso. E também traçar novas rotas. Então, saio daqui com sentimento de gratidão, orgulho, e sabendo que saio numa situação muito melhor do Clube quando pisei aqui em 2012, quando cheguei”.

“Então, é um privilégio para mim fazer parte dessa história, desse Clube, de ter ligação tão forte, acho que é um privilégio para poucos. Muitos atletas constroem uma carreira sólida, patrimônio, mas é um privilégio de poucos ter uma história tão bonita e apaixonada quanto a minha história aqui no Atlético. Sei que nesses dois últimos anos o torcedor saiu um pouco machucado, principalmente por não termos conquistado decisões importantes nas quais participamos, mas chegamos. E acho que o futebol e a vida não se resume só a sucesso esportivo, e conquistas. Para mim, sucesso também é saber que dentro desse ciclo que eu encerro hoje, eu deixei um legado. Entendo que, enquanto gestor e líder de um departamento, o sucesso não é só resultado, mas é trabalho. Sempre entendi que liderança não é só comandar, dar ordens ou apontar. É dar o caminho, é servir. A posição de um líder é de serviço. Ouvir as pessoas. Foi sempre o que procurei fazer”.

“Nos últimos dias, o que mais ouvi foram as pessoas agradecendo por isso, pelo respeito, pela atenção, carinho, transparência, pela parceria, amizade, alguns até com certo receio de abordar, porque como o Rafa falou, tenho uma história como atleta, ídolo do Clube. E valorizo demais isso. Mas me coloco como uma pessoa qualquer ao lado dos demais, são amigos de trabalho. O legado que levo foi justamente ter construído muitas amizades. Tem muita gente competente no Atlético, mas o que mais me chama atenção é a qualidade humana dentro do Atlético. Aqui na sede eu não tinha tanto convívio, mas sei da qualidade. No CT, que era meu habitat, o ambiente de trabalho muito bom, muito leve, e isso é muito importante. Talvez não ganhe título, mas pode fazer perder se você não tiver um bom ambiente de trabalho. Isso é sucesso, também, você receber tanto carinho, tantas mensagens de gratidão, inclusive dos colegas de vocês que hoje estão aqui, que por vezes criticam, e faz parte do contexto, e sempre com lealdade, mas também muitas manifestações de carinho”.

“Deixo o meu agradecimento ao Rafael, ao Paulo (Bracks), ao presidente (Sérgio Coelho), que me deram a oportunidade, que acreditaram no meu trabalho, e a todos os diretores que estão aqui presentes. O próprio Rodrigo Caetano, que hoje é diretor da Seleção, que também me ajudou muito, me preparou para assumir esse grande desafio. Agradeço aos atletas, que foram extremamente profissionais, compreensíveis quando precisaram ser, e o pessoal do CT, e principalmente a Massa Atleticana, que sempre esteve ao meu lado, me apoiou”.

“Sentimento de gratidão, e de orgulho de poder fazer parte dessa história, de escrever uma página bonita de vitórias, seja dentro ou fora de campo. Peço para que a Massa demonstre sempre seu orgulho de torcer por essa instituição, porque existe vontade, boa intenção e o objetivo de, a cada ano, formarmos equipes cada vez mais vitoriosas e competitivas, que representem o que é ser atleticano dentro de campo. Obrigado a todos! Até breve e tenham certeza que o Atlético sempre será a minha casa. Eu saio de cabeça erguida, leve por saber que as portas estão abertas e deixei um legado importante aqui nessa instituição”

Placa em homenagem a Victor Bagy

“Victor Bagy,

Fazer parte do Clube Atlético Mineiro por 14 anos seguidos é para profissionais que respeitam e honram as nossas cores. Sua entrega dentro e fora de campo, defesas inesquecíveis e postura exemplar como atleta e como gestor marcaram para sempre a história do Galo!

Obrigado, Victor, por toda lealdade, profissionalismo, e por honrar o nosso escudo. Seu nome está eternizado na memória e no coração da Massa Atleticana. Você é, e sempre será, um dos maiores símbolos da nossa história. Gratidão eterna!”

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