Esporte News Mundo
·13 de novembro de 2025
Ator alega ter sido vítima de estelionato ao tentar viajar para assistir Mundial de Clubes

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·13 de novembro de 2025

O ator Márcio Garcia registrou um boletim de ocorrência na 16ª Delegacia de Polícia, da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, alegando ter sido vítima de estelionato pela agência de turismo Outsider Tours.
O episódio ocorreu em junho deste ano, quando o artista e sua família planejavam viajar aos Estados Unidos para assistir ao Mundial de Clubes.
Segundo o relato à polícia, Márcio firmou uma parceria comercial com a Outsider para divulgar a marca nas próprias redes sociais, em troca de um pacote que incluía hospedagem, passagens aéreas e ingressos para partidas da competição.
Mesmo com o acordo, o ator afirma ter pagado R$17,2 mil pelo pacote e realizado um upgrade de R$3,9 mil para voos em classe executiva.
Os valores foram enviados via Pix à Arena Consultoria Esportiva, empresa aberta em março deste ano em nome de Letícia Coppi e Silva, ex-namorada do dono da Outsider, Fernando Sampaio. Letícia declarou que não reconhece a transação como parte das atividades de sua empresa.
No dia da viagem, ao chegar ao balcão da companhia aérea, Márcio e sua família descobriram que não havia nenhuma passagem emitida em seus nomes, desmentindo as informações que haviam sido repassadas por Sampaio.
Sem alternativa, o ator precisou arcar com as passagens do próprio bolso, o que elevou consideravelmente os custos da viagem.
Em nota enviada à imprensa, a assessoria de Márcio Garcia afirmou que o artista quitou integralmente todos os valores antes do embarque e que a suposta oferta posterior da Outsider, como ingressos para dois jogos e três diárias de hotel, não cobriria o prejuízo causado.
“Ele efetuou o pagamento integral das passagens aéreas e do upgrade para a classe executiva. No entanto, apenas no dia do embarque descobriu que as passagens jamais haviam sido emitidas. Sem alternativa, precisou comprar novas passagens, arcando com um valor muito superior”, diz a nota.
Procurado, Fernando Sampaio, dono da Outsider, negou o crime e alegou que o ator não cumpriu o acordo de divulgação da marca nas redes sociais.
Ele afirmou ainda que a empresa custou parte das despesas, incluindo hotel cinco estrelas, ingressos para jogos e uma das passagens aéreas, além de alegar que houve reembolso no cartão de crédito de Márcio.
Sampaio reconheceu ter pedido que o pagamento fosse feito via Pix à empresa de sua ex-namorada, justificando que buscava quitar uma dívida pessoal. “Foi apenas uma vez que isso aconteceu. Eu estava com um valor em aberto com ela, e o cliente fez esse pagamento”, declarou.
O nome de Fernando Sampaio já aparece em centenas de ações judiciais e inquéritos policiais em pelo menos 21 estados e no Distrito Federal.
Segundo investigações da Polícia Civil do Rio, o empresário usa diferentes CNPJs para receber pagamentos de pacotes turísticos, o que dificulta a responsabilização criminal e o ressarcimento de clientes.
A Outsider Tours, cujo CNPJ consta como inapto na Receita Federal, enfrenta mais de 600 ações judiciais relacionadas a pacotes não entregues.
Em 2022, a empresa ganhou notoriedade ao prometer aviões fretados para levar torcedores do Flamengo à final da Libertadores em Guayaquil, no Equador, promessa que não foi cumprida. Centenas de pessoas ficaram impedidas de embarcar.
Além da Outsider, Sampaio também opera por meio de outras empresas, como a Turisport Turismo LTDA, localizada no Rio de Janeiro, e a High Light Consolidadora Viagens e Turismo, ambas envolvidas em disputas judiciais. Ele afirma que a Turisport funciona como um “braço esportivo” da Outsider.
Diversos processos em todo o país relatam práticas semelhantes às enfrentadas por Márcio Garcia. Em São Paulo, há uma ação de R$1,2 milhão movida por uma empresa de viagens que contratou pacotes para a final da Champions League de 2023, em Istambul, e nunca recebeu os vouchers prometidos. Já na Bahia, uma empresa de turismo cobra R$5,9 milhões da Outsider por inadimplência em um acordo de parcelamento.
Apesar das dezenas de registros, Sampaio nega agir de má-fé e diz que sua empresa reembolsou mais de R$2 milhões em estornos de cartões, Pix e acordos judiciais. Ele alega ainda que a maioria dos processos se refere ao episódio da Libertadores de 2022 e que “muitos clientes foram reembolsados ou voltaram a viajar com a Outsider depois”.
Enquanto o caso de Márcio Garcia segue em investigação, a Outsider continua sendo alvo de novos relatos de clientes insatisfeitos e ações na Justiça. O ator, por sua vez, afirma esperar que ele e as demais vítimas sejam ressarcidos e que a empresa responda judicialmente pelos prejuízos causados.









































