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·15 de novembro de 2024
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Um Palmeiras quase rebaixado e que foi salvo por um centroavante artilheiro. Henrique Dourado igualava o placar no empate em 1 a 1 entre Palmeiras e Athletico-PR, pela última rodada do Campeonato Brasileiro de 2014, em 7 de dezembro daquele ano, e cravava seu nome como autor do primeiro gol do Verdão da história do Allianz Parque.
O gol foi o quarto da história do estádio, mas o primeiro marcado por um atleta do Palmeiras. Henrique Dourado não só entrou na história pela marca, mas também porque aquela bola na rede salvou o time palestrino do rebaixamento para a Série B do Brasileirão em meio ao ano de centenário. Antes do empate em 1 a 1 contra o Athletico-PR, o Verdão já havia perdido do Sport na estreia da nova arena.
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Dez anos depois, o atacante, que atualmente defende as cores do Botafogo-PB, relembra a dramática história, que começou com a derrota para os pernambucanos e terminou no sofrido empate que garantiu a permanência na elite. Ao NOSSO PALESTRA, detalhou o que sentiu no momento em que marcou o gol naquele domingo, dia 7 de dezembro de 2014.
– Era um jogo bastante tenso. Sabíamos que ali tinha que estar concentrado porque qualquer deslize poderia causar aquilo que ninguém queria – relembrou o camisa 19.
– A partir daquele gol eu entendo que muita coisa foi mudando e o Palmeiras voltou ao caminho dos títulos. Imagina você cairmos naquela temporada, com o time que tínhamos. Era uma equipe muito boa, mas que não conseguiu render tanto em campo. Na hora do pênalti, eu sabia que a responsabilidade seria toda em mim. Sempre treinei e confiei muito. Claro que o frio na barriga tem sempre. Estádio lotado, aquele silêncio. Só que eu sabia que só dependia do meu foco. Quando vi a bola entrando foi um alívio incrível – acrescentou.
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O clima tenso havia começado três rodadas antes, no dia 19 de novembro, na derrota para o Sport na 35º rodada do Brasileirão e o primeiro jogo da história da Arena, que completa dez anos nesta semana. O revés deixou a equipe treinada por Dorival Júnior na 14º posição, com 39 pontos, um fora da zona da degola – o time terminou o torneio com 40 pontos, em 16º lugar.
– Todos estavam aguardando aquele jogo (contra o Sport), porque era a inauguração de algo grandioso. Quem jogou no antigo Parque Antártica tem boas lembranças, claro, a gente ouve as histórias, mas a grandeza do Palmeiras necessitava ir além – recorda Dourado.
– Infelizmente o resultado da inauguração não foi o que gostaríamos, ficou marcado. Mas Deus não prometeu facilidade, sim, felicidade. O palmeirense tem sido muito feliz em sua casa, mesmo que o primeiro jogo tenha sido um revés.
Time do Palmeiras que entrou em campo contra o Athletico-PR (Foto: Cesar Greco)
A trajetória de Henrique Dourado no Palmeiras foi interrompida após salvar o time do descenso. Artilheiro do clube naquela edição do Brasileirão, com 16 gols, e vice-artilheiro da competição, atrás de Fred, ele não renovou o contrato e seguiu trilhando carreira por outros clubes brasileiros, como Cruzeiro, Flamengo e Fluminense.
Cinco anos mais tarde, em 2019, já com o Verdão de feridas curadas, estabilidade financeira e dois títulos do Campeonato Brasileiro, em 2016 e 2019, o atacante teve uma segunda passagem para encerrar sua história na equipe. Apesar do pouco tempo, com somente cinco partidas, atuou no segundo semestre de 2019, sob comando de Mano Menezes, um ano antes da chegada de Abel Ferreira na Academia de Futebol.
– Foi muito bacana (a segunda passagem). Eu vinha de uma lesão grave, a única em minha carreira, logo na minha estreia no Henan. Voltei da China depois de um período da cirurgia para tratar aqui no Brasil, perto da família. O Flamengo me abriu as portas para a parte médica, sempre falo que sou grato por isto e o Palmeiras me deu a chance de retornar aos gramados. Foram poucos minutos em quatro ou cinco jogos, mas reencontrar bons amigos, ver a estrutura ainda melhor, o carinho da torcida comigo, isso valeu bastante e me fortaleceu – afirmou ao NP.
Ao todo, foram 43 jogos com a camisa palmeirense, com 18 gols – todos nos 39 duelos da primeira passagem. Destes duelos, quatro foram disputados dentro do Allianz Parque, com duas vitórias – ambas em 2019 -, um empate e uma derrota. O único gol foi o do empate contra o Athletico. O Ceifador relembrou novamente a bola na rede e traçou um paralelo entre aquele Palmeiras de 2014 com o de 2024.
– Em dez anos, desde aquele pênalti para cá, o Palmeiras cresceu ainda mais. Sempre foi um multicampeão, a história fala por si, mas nesta última década os títulos falam por si. Sem dúvidas o estádio mais moderno atraiu ainda mais o torcedor e investimentos, para sempre ter um time competitivo. Jogar no Allianz sempre será especial – concluiu.
Durante estes dez anos, o Palmeiras atuou 308 vezes em seu estádio, com 205 vitórias, 60 empates e 43 derrotas – 73% de aproveitamento. Após Henrique Dourado marcar o primeiro gol palestrino na moderna arena multiuso, outros 585 tentos ajudam a totalizar os 586 – média de 1,9 por partida. São nove taças no estádio.
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