Balanço do Corinthians apresenta R$ 1 bi de receita; dívida de R$ 2 bi é contestada | OneFootball

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Gazeta Esportiva.com

·16 de abril de 2024

Balanço do Corinthians apresenta R$ 1 bi de receita; dívida de R$ 2 bi é contestada

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O balanço financeiro de 2023 do Corinthians, presidido por Duilio Monteiro Alves na ocasião, foi entregue aos membros do Conselho Deliberativo na tarde desta segunda-feira. O documento, o qual a Gazeta Esportiva teve acesso, foi auditado pela RSM Global e teve o acompanhamento de Rozallah Santoro, diretor financeiro da atual gestão.

O balanço apresenta uma arrecadação recorde, que atingiu R$ 1,010 bilhão. Em relação ao ano de 2021, o último antes de Duilio assumir o clube, o aumento é de 92,5%.


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(Foto: Reprodução)

O resultado operacional consolidado (Ebitda) também foi positivo: R$ 259 milhões. Esse montante se refere à geração de caixa, ele abrange tudo o que o clube arrecadou e subtrai deste valor tudo o que o clube gastou, sem despesa de juros e amortizações.

O triênio da gestão anterior, portanto, obteve um lucro operacional total de R$ 608 milhões, valor que não fica no caixa justamente porque é destinado a pagamentos de dívidas, juros, amortizações, entre outros compromissos.

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Entre as principais variações do balanço, foi destacado, por escrito, a receita com a Brax, empresa de placas de publicidade da Neo Química Arena. O texto confirma o recebimento de R$ 2,5 milhões em luvas ainda em 2023 e também a garantia do pagamento de mais R$ 47,5 milhões para 2024, receita que ficou para o mandato de Augusto Melo.

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Ainda segundo os gráficos apresentados no balanço, o endividamento do Corinthians com o clube social mais o futebol, sem contar a Neo Química Arena, caiu. Quando Duilio assumiu a presidência, esta dívida era de R$ 949,2 milhões e fechou 2023 em R$ 885,8 milhões.

A dívida sobre a Neo Química Arena, que se refere ao empréstimo junto a Caixa Econômica Federal, fechou 2023 em R$ 703,1 milhões. Sendo assim, a dívida bruta do Corinthians (“Clube + Arena”) virou o último ano em R$ 1,588,9 bilhão.

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O problema é que no último gráfico do balanço, que trata justamente da dívida bruta, apresenta o valor de R$ 1,968,8 bilhão, ou seja, quase R$ 2 bilhões. Nele, a dívida do clube é apontada em R$ 1,2 bilhão + R$ 703 milhões da Arena.

A Gazeta Esportiva, então, ouviu Wesley Melo, ex-diretor financeiro do clube e responsável pelo setor durante a gestão de Duilio Monteiro Alves.

“Esse número, visto isoladamente, não significa nada, é inócuo. Ele está desconsiderando o que temos a receber. A gente sempre usa o mesmo critério, que é o endividamento: quanto tem a pagar menos o que tem a receber. É óbvio, bancos, todos usam esse número assim. Se eu quero saber como está a saúde financeira de uma empresa, vou usar o que tem a pagar e o que tem a receber, contabilidade é débito e crédito. Esse número de quase R$ 2 bilhões não existe”, argumentou Wesley Melo.

“Você pode usar outras metodologias, mas não pode ficar mudando, porque você perde base de comparação. Não fui eu que inventei isso. É assim que o mercado usa, é assim que o clube usa há décadas”, completou o economista.

Ainda sobre o resultado final do balanço, Wesley se mostrou bastante satisfeito.

“O clube tem duas dívidas separadas, porque são duas entidades legais separadas: o clube e a Arena. No clube, onde temos a gestão de gastar menos do que arrecadamos, conseguimos abaixar a dívida. A dívida teve uma queda nominal. Se não estivéssemos feito nada, se a dívida fosse só corrigida pela inflação, estaria acima de R$ 1,2 bilhão. A gestão pagou e ainda conseguiu reduzir, isso mostra que foi feito um trabalho de gestão”.

Questionado sobre o aumento das despesas operacionais, que foram de R$ 341 milhões para R$ 646 milhões, Wesley Melo respondeu o seguinte:

“Há 3 anos, o Corinthians faturava R$ 450 milhões, hoje, ele fatura R$ 1 bilhão, isso aumenta o volume de negócio tanto no passivo quanto no ativo. Por isso, não faz sentido olhar só uma ponta. Os volumes cresceram demais, em nível de patrocínio, de receitas e de custo também. Você tem uma inflação que não é uma inflação normal, um futebol que está mais caro, as folhas mais caras, tudo isso faz parte deste novo contexto, deste novo cenário”, concluiu.

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A Gazeta Esportiva também procurou Rozallah Santoro, atual diretor financeiro do Corinthians e responsável pela conclusão dos números apresentados nos gráficos do balanço. A intenção da reportagem era ouvir Santoro sobre a divergência relatada por Wesley sobre a dívida bruta do clube, mas o dirigente disse que não poderia atender naquele momento.

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