Coluna do Fla
·06 de setembro de 2025
Bancada feminina do Flamengo une torcidas organizadas em ação histórica contra a violência às mulheres

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·06 de setembro de 2025
Pela primeira vez na história do Flamengo, as torcidas organizadas se unem em uma ação conjunta contra a violência às mulheres. A Bancada Feminina do Conselho Deliberativo lidera o movimento, criado para ampliar a participação e valorizar as mulheres dentro do clube. Com apoio institucional, o Flamengo fortalece o compromisso com a igualdade de gênero.
A palestra acontece no dia 11 de setembro, às 18h30 (horário de Brasília), na sede da Gávea, no Rio de Janeiro. A Secretaria de Estado da Mulher comandará o encontro contará com o engajamento das torcidas. A ação demonstra que o combate à violência exige união entre poder público e sociedade civil.
A atividade integra o protocolo “Não é Não! Respeite a Decisão”, que promove a capacitação prevista em Lei Federal sobre segurança para meninas e mulheres. Assim, o evento incentiva a criação de ambientes mais acolhedores, dentro e fora dos estádios, aproximando o futebol de uma cultura de respeito e proteção.
Ao ampliar o debate sobre a violência de gênero, o Flamengo assume protagonismo social e inspira outras instituições. A união entre clube, torcedores e autoridades mostra que mudança exige ação coletiva. Dessa forma, o futebol se torna um espaço mais inclusivo, onde mulheres podem participar com liberdade e segurança.
Em entrevista exclusiva ao Coluna do Fla, Marion Kaplan, presidente da Bancada Feminina do Conselho Deliberativo do Flamengo, destacou a relevância da mobilização para o clube e para o futebol brasileiro. Segundo ela, a presença crescente de mulheres nas arquibancadas e no dia a dia do clube exige que o Flamengo olhe com mais atenção para esse público.
Recentemente, uma pesquisa O GLOBO/Ipsos-Ipec apontou que a torcida do Flamengo é composta por 48% de mulheres, e que quase 20% de mulheres brasileiras são flamenguistas. A maior torcida do Brasil tem a maior porcentagem de mulheres torcedoras. Portanto, a ideia de que o futebol é para homens cai por terra. As mulheres estão cada vez mais participando, torcendo, se envolvendo e conquistando seu espaço”, disse, antes de continuar:
Bancada Feminina do Flamengo | Foto: Reprodução
“Isso significa o quê? Primeiramente, o Clube precisa olhar para elas de uma forma mais específica e contundente. Ouvir seus anseios, suas necessidades e enxergar sua realidade. Além disso, o Flamengo, devido ao seu tamanho e ao tamanho de sua torcida, precisa ser sempre protagonista no cenário do futebol nacional. É um clube que, na sua história e na sua essência (até porque é um clube sem fins lucrativos), tem objetivos esportivos e sociais”, acrescentou.
“Ele está inserido na sociedade e tem um papel social, através da formação de atletas, mas também de projetos sociais e campanhas de conscientização. Qualquer postagem, filmagem ou ação do Flamengo atinge milhões, atinge uma Nação de quase 50 milhões de torcedores e torcedoras. O clube causa um impacto muito grande em todos os setores nos quais atua. E conscientizar as torcidas organizadas sobre a violência contra as mulheres é uma forma do Flamengo agir em prol de uma sociedade menos violenta, mais justa e equitativa”, disse.
“Na verdade, não é a primeira iniciativa deste tipo que o Flamengo fez. O clube tem aderido cada vez mais ao combate à violência contra mulheres. Ele é signatário do pacto ‘Antes que Aconteça’, contra o feminicídio, e faz parte do movimento ‘Todos por Elas’, junto à Secretaria da Mulher do Estado (essa Secretaria que vai dar a palestra para as torcidas no dia 11) e aos outros três clubes do Rio”, explicou.
“A Bancada Feminina do Flamengo auxilia o clube em todas estas iniciativas, elabora propostas e submete sugestões com frequência. E, felizmente, temos recebido bastante apoio e incentivo para darmos continuidade, não apenas nestas ações, mas também nas pautas femininas em geral”, disse.
“As torcidas organizadas podem, aliás, já estão, se tornando poderosas aliadas no combate à violência contra mulheres. Por um lado, cada vez mais mulheres estão frequentando as arquibancadas, e é fundamental que elas se sintam à vontade, sem sofrer discriminação ou assédio nos estádios. As torcidas podem ajudar muito para tornar este ambiente mais inclusivo. Por isso, a necessidade da palestra de sensibilização sobre o tema”, afirmou.
“E, por outro lado, elas são multiplicadoras para fora do ambiente da arquibancada. Conscientizar sobre o tema da violência contra mulher significa mostrar todo tipo de violência (não apenas física) que as mulheres sofrem na sociedade como um todo. Significa também desconstruir o machismo histórico e estrutural e refletir como e onde cada um e cada uma pode atuar em prol de uma coletividade mais segura e mais equitativa”, concluiu.