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·22 de junho de 2025
Bap cita fatores que podem impedir construção do estádio e dispara: 'Tenho o Maracanã por 19 anos'

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·22 de junho de 2025
O sonho da Nação Rubro-Negra de ter um estádio para chamar de seu terá que esperar um pouco mais, ou pelo menos, ser encarado com uma dose extra de realismo.
Ao atender a imprensa nos EUA, o presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista (Bap) adotou um tom de extrema cautela ao abordar o ambicioso projeto, deixando claro que a empolgação não atropelará a responsabilidade fiscal e, principalmente, o sucesso do time dentro de campo.
"O estádio é um projeto para 50 anos. Ele tem que funcionar daqui a cinco, daqui a 10, daqui a 15, daqui a 20. Minha promessa é que eu jamais faço nada na minha vida, seja baseado em emoção. Todas as decisões importantes da minha vida que eu não baseei em emoção, eu fiz coisa errada", confessou.
A grande preocupação de Bap é que um passo em falso na construção de uma arena possa levar o clube a um caminho sem volta: a transformação em Sociedade Anônima do Futebol (SAF) por obrigação financeira.
"Se a gente não tiver certeza absoluta que isso não empurra o Flamengo para virar uma SAF, porque isso vai comprometer a performance esportiva do Flamengo, eu não vou fazer o estádio", cravou o presidente.
O caso mais emblemático citado por Bap foi o do Corinthians. O clube paulista inaugurou sua arena em 2014, pouco depois de conquistar a Libertadores e o Mundial em 2012.
"O que que aconteceu de lá para cá com o Corinthians do ponto de vista esportivo?", questionou Bap, apontando para as dificuldades financeiras e a queda de rendimento que o rival enfrentou após o pesado investimento.
"Aprender com a experiência da gente é prova de inteligência. Aprender com a dos outros é prova de sabedoria. É melhor a gente olhar em volta", refletiu.
O presidente também trouxe um banho de água fria nos mais otimistas ao revelar que as projeções iniciais de custo e tempo para o estádio já se mostraram defasadas.
"Os estudos que nós estamos fazendo até agora, eles já demonstram que não dá para fazer no tempo que foi dito, nem no preço que foi comentado", afirmou.
Segundo ele, quatro empresas estão reavaliando os trabalhos preliminares e a conclusão não é animadora. "A conclusão, infelizmente, é de que as coisas vão demorar mais tempo e vão custar mais do que tinha sido colocado naquela época. E, infelizmente, é a vida como ela é."
Com a concessão do Maracanã garantida por mais 19 anos, Bap reitera que não há pressa. A prioridade, segundo ele, é manter o time competitivo, gerando caixa e tomando decisões "abalizadas" quando houver mais clareza sobre os projetos.
Ele descartou que premiações, como as da Copa do Mundo de Clubes, possam ter um impacto direto no financiamento do estádio, cuja ordem de grandeza é estimada em cerca de 500 milhões de dólares.
"A premiação aqui, se ganhar, é de 2, se passar para a próxima fase, é 7 milhões. Então, não dá para comparar a ordem de grandeza", explicou.
Reafirmando uma postura adotada desde o período eleitoral, Bap concluiu:
"Não vou enganar ninguém dizendo que é simples, rápido e fácil. Porque não é. Um dia de cada vez." Por enquanto, o foco do Flamengo segue sendo o que acontece dentro das quatro linhas, enquanto o sonho do estádio próprio continua sendo tratado com prudência pelo mandatário.