Última Divisão
·11 de maio de 2022
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·11 de maio de 2022
A Série C do Campeonato Carioca é um torneio para torcedores iniciados.
Se você pensa em clubes de menor orçamento do futebol do Rio de Janeiro, logo pensa em America, Bangu, Americano e Volta Redonda, por exemplo. Talvez clubes como Madureira, Boavista, Resende e Friburguense também venham à mente.
Mas é preciso ir um pouco mais fundo. Passar reto por times como Cabofriense, Nova Iguaçu, Macaé e Olaria. Deixar pelo caminho clubes como Artsul, Campo Grande, Duque de Caxias e Serrano.
Quando você encontrar agremiações como 7 de Abril, Nova Cidade, Serra Macaense e Paduano, está na metade do caminho. Aí, é passar por Mageense, Carapebus e até por times de presenças recentes na elite estadual, como Barra Mansa e Tigres do Brasil.
Passados todos estes times, que figuram nas quatro primeiras divisões do Campeonato Carioca, você chega aos integrantes da Série C de 2022 – que apesar do nome, é o quinto nível.
Chegou a hora de conhecer quem sonha em fazer parte da lista de times ali acima. Confira!
Quando a gente pensa em Série C, logo vem a mente que esta é a terceira divisão. Pelo menos este é o nome do terceiro nível do Campeonato Brasileiro.
No Rio de Janeiro, o significado de Série C foi de quarta divisão entre 2017 e 2019. Porém, em novembro de 2019, a Ferj anunciou uma mudança na pirâmide do futebol estadual.
Antes, a Série A tinha 16 clubes, sendo que seis deles jogavam a Seletiva; a Série B1 tinha em média 20 times; a Série B2 variava muito de acordo com o número de desistências, mas em média, tinha 15 a 16 times; e a Série C, tinha de 16 a 18 times. Ou seja, as divisões de baixo tinham mais clubes que a elite. Além disso, os clubes muitas das vezes não tinham condições financeiras de disputar um campeonato tão longo quando a B1.
Com essas queixas na mão, a Ferj resolveu criar a Série A2, uma divisão entre a Série A (que passaria a ser Série A1) e a Série B1. Assim, as divisões abaixo da Série A2 passaram a ter um nível mais baixo. Ou seja, a B1 virou a terceira, a B2 virou quarta e a Série C se tornou a quinta.
As mudanças não pararam por aí. As quatro primeiras divisões passaram a ter 12 times cada, imitando o modelo paulista, onde as três primeiras divisões têm 16 times e a última divisão tem mais que o dobro.
Apesar da Série C ser a quinta divisão, a própria Federação, no Regulamento Geral de Competições, classifica a Série C como a terceira divisão. Mas para efeito de referência, vamos falar da Série C como a quinta divisão mesmo.
Em 2021, 17 clubes se inscreveram, mas 14 disputaram. Já em 2022, 13 clubes se inscreveram: Vera Cruz, Barcelona, CAAC Brasil, Atlético Carioca, Esporte Clube Resende, Futebol Clube Rio de Janeiro, Magé Brescia, Império Serrano, Brasileirinho, Juventus Rio, Belford Roxo, Paraty e Uni Souza.
O regulamento é o mesmo da Série B2: os times se enfrentam entre si no sistema de pontos corridos, a partir do dia 12 de maio. Os quatro primeiros vão para as semifinais, sendo que os dois primeiros colocados da primeira fase têm a vantagem de jogar por dois empates.
Os finalistas sobem para a quarta divisão do Campeonato Carioca, e na final, não há vantagem: em caso de empate no agregado, pênaltis.
Agora vamos aos participantes, sendo que dos 13 clubes, três estão estreando em competições profissionais neste ano e dois estão de volta às competições. Confira informações dos elencos e de contratações (atualizadas até o dia 7 de maio de 2022).
O Vera Cruz é o primeiro estreante desta lista. Fundado em 1928, passou boa parte de sua história como time amador, com foco nas categorias de base. No entanto, para participar de torneios chancelados por Ferj e CBF, profissionalizou-se em 2021 para estrear em 2022.
O clube fez muitas contratações de jogadores. A começar pelos goleiros Bernardo Coelho (que apesar de ter 22 anos, possui experiência no futebol fluminense e estava no Varginha, clube do Módulo II do Campeonato Mineiro) e Davi Esteves. Para a zaga vieram Uéslei Souza, Matheus Lima e Matheus Guimarães.
No meio, Gabriel Feliciano e Kauer (ex-Serrano) foram anunciados. No ataque, Dener Henrique e Léo Campanha foram contratados.
E todos estes atletas serão comandados por um técnico que dirigiu o coirmão Serrano em 2019 e 2020: Alex Arruda. Com 44 anos, o treinador atuou nas categorias de base de Flamengo e Vasco. Como jogador de futebol, fez uma carreira estável na Hungria, Áustria e Bulgária, além do São Cristóvão.
Time criado no fim de 2021, o Paraty marca a volta da cidade homônima aos torneios estaduais após mais de 20 anos.
Para isso, o clube pegou o registro do Independente FC, clube do Morro do Dendê, na Ilha do Governador, zona norte do Rio, que jogava o Campeonato Amador da Capital. O time promete ser um sopro de esperança para uma cidade que sofreu com a tragédia das chuvas no final de março de 2022.
Apostando sobretudo em talentos obtidos em peneiras realizadas no fim de 2021, o Tricolor Paratiense terá como treinador Luciano Moraes, que tem uma passagem de quatro anos pelo Audax e treinou Nacional-SP e Itaboraí Profute em 2021.
Diferente de outros times novos apoiados por prefeituras, o Paraty terá apoio massivo da população, apesar de mandar os seus jogos na vizinha Angra dos Reis.
O Rio de Janeiro é mais um time que tem sua origem no antigo Departamento Amador da Capital. Criado originalmente como Ação e sediado em Realengo, o time era figurinha fácil nos campeonatos amadores sub-15 e sub-17 organizados pela Ferj.
Ainda como Ação, estreou no profissional em 2018 e ficou em 11º lugar, sendo eliminado na primeira fase. Em 2019, passou perto da glória: foi semifinalista da Série C, mas perdeu para o Campo Grande.
Em 2021, mudou de nome e passou a se chamar Rio de Janeiro, mas não jogou a Série C. Em 2022, o clube conseguiu se regularizar e finalmente vai estrear com o atual nome.
Até agora, o clube confirmou apenas um reforço: o atacante Michael Vinícius, de 28 anos. Revelado pelo Fluminense, o jogador passou por Resende, América-MG, River-PI, além de Japão e Europa.
O Esporte Clube Resende foi o primeiro clube profissional da histórica cidade do sul do estado, mas sempre passou por muitas dificuldades.
Em 2004, estrearia nos gramados profissionais, mas desistiu de jogar a Série C (na época, terceira e última divisão do Rio). A estreia foi mesmo em 2017, quando fez uma boa campanha e conseguiu até disputar o playoff de promoção para a Série B2, mas perdeu a vaga para o 7 de Abril. Em 2019, fez uma boa campanha na primeira fase, mas caiu diante do Campo Grande na segunda.
A verdade é que o EC Resende foi praticamente ofuscado pelo mais antigo e tradicional Resende Futebol Clube, que embora seja um clube centenário, só veio a se profissionalizar em 2003 e que ganhou muitos incentivos da prefeitura local. A chegada do Pérolas Negras para a cidade também dificultou um pouco a vida do áureo-anil.
O EC Resende iria jogar a Série C em 2021, mas a preparação do clube foi extremamente bagunçada: uma briga entre investidores fez o time se dividir em dois. Uma parte ficou no Sul fluminense e a outra se estabeleceu no bairro carioca de Campo Grande e fundou o Esporte Clube Mendanha. Para piorar, o presidente morreu de Covid-19 e sem comando, o clube se viu forçado a desistir.
Para 2022, o Resende apostou em um rebranding. Trocou o escudo – embora ele ficou um pouco esquisito, já que ao invés de Esporte Clube Resende, se lê Esporte Resende Clube. Com ou sem escudo feio, o hoje terceiro time da casa da AMAN fechou várias contratações.
Literalmente um time inteiro. Na primeira leva, vieram cinco jogadores: os laterais Jonas e Matheus, o zagueiro Nathan, o meia Vinícius e o atacante João Vitor. Na segunda leva foram anunciados os goleiros Robert e Deyvison e o atacante Guga. Na terceira leva, vieram os meias Thiago e Samuel e o atacante Dedé.
A confusa história do Atlético Carioca começa em 2006, com a criação do São Gonçalo Futebol Clube, time cujo escudo era uma cópia descarada do Los Angeles Galaxy, dos Estados Unidos. O SGFC, entretanto, só veio a estrear em torneios profissionais em 2012 e nunca teve uma grande trajetória dentro da terceira divisão, tendo seu último registro como clube profissional em 2014.
Em 21 de dezembro de 2012, surge o que conhecemos como Clube Atlético Carioca, nos campos de pelada do Aterro do Flamengo, por obra de Maicon Villela, um ex-cantor de funk. Por volta de 2016, o CAC resolve se profissionalizar e acaba pegando o registro do São Gonçalo FC.
O clube só estreou em 2018, na Série C, que na época era a quarta divisão, e logo fez a sua primeira contratação de impacto: tira Túlio Maravilha da aposentadoria e ele se torna o jogador mais velho a atuar no futebol brasileiro, aos 49 anos de idade. No entanto, Túlio atuou duas vezes, contra Brasileirinho e Paduano. Naquele mesmo ano, foram reveladas denúncias de que os jogadores tinham que vender material esportivo nos sinais de trânsito de São Gonçalo, além do próprio presidente cobrar para que candidatos à atletas participassem de peneiras.
Porém, no começo de 2020, uma reportagem da TV Globo denunciou um esquema de manipulação de resultados justamente na Série C do ano anterior. Atlético Carioca e São José de Itaperuna foram os primeiros apontados, mas durante as investigações, a polícia descobriu o envolvimento de mais seis clubes. Os finalistas Campo Grande e Ceres não estavam entre os envolvidos. A suspeita era de que o presidente do time gonçalense se aliou a milícias cariocas para fraudar os resultados em sites de apostas.
Foi o primeiro escândalo envolvendo apostas esportivas no futebol carioca depois da legalização, no final de 2018. O grande ponto alto foi um áudio em que Maicon comemora um gol contra seu próprio time. O atacante uruguaio Acosta estava nesta campanha, que inclusive foi a melhor da história do clube. Maicon e a comissão técnica do São José foram banidos do esporte e os dois clubes protagonistas foram suspensos, mas o Atlético-RJ voltou às atividades em 2021.
Em 2021, o Alvinegro gonçalense começou o ano com um curioso sorteio: para arrecadar fundos que seriam usados para despesas do time, o CAC fez um post nas redes sociais anunciando o sorteio de uma rifa. O prêmio: um jantar com a atriz de filmes adultos Elisa Sanches. A publicação foi apagada depois.
Pouco antes do começo da agora quinta divisão, o clube anunciou a contratação do goleiro Bruno, condenado por matar a modelo Elisa Samudio. Curiosamente, o arqueiro já havia passado pelo Rio Branco-AC, onde jogou a Série D do Brasileiro. Ele iria jogar pelo Araguacema-TO, mas com a suspensão do Campeonato Tocantinense em razão da pandemia da Covid-19, Bruno assinou com o Atlético. Mas a campanha não foi lá um primor. O time terminou em 13º lugar, foi penúltimo colocado, com cinco vitórias, dois empates e nove derrotas, entre elas, um humilhante 7 a 1 para o Belford Roxo.
Para 2022, o CAC renovou o seu time. Trouxe 19 jogadores ao longo de duas semanas. O primeiro reforço foi o zagueiro Valadão, que estava no Socorrense-SE. Logo em seguida vieram oito jogadores de uma vez: o goleiro Breno, os laterais Chagas e Claudinho, o volante Dentinho, os meias Kaká e Bento e os atacantes Ruan Rafael e Moreira.
Nos dias seguintes ao anúncio, o Alvinegro gonçalense anunciou o zagueiro Angolano, que jogou no Foz do Iguaçu-PR e Vitória-ES; o lateral Gustavo Joga Fácil, com passagens por Vasco, Flamengo e Volta Redonda; o volante Robertinho, que soma passagens por Londrina-PR, Duque de Caxias e São Gonçalo; o goleiro Bujão; o atacante Pedro Bezerra, que acumula passagens por Botafogo, Macaé, Madureira, Vasco e até a Seleção Brasileira sub-20; e os meias Flavinho, ex-Itaboraí; Henrique, Formigão, Jhota e Panela.
Todos estes jogadores devem ser comandados por Eric Rodrigues, que apesar de nascer em São Gonçalo, possui experiência em times amadores de Niterói e treinará um time profissional pela primeira vez.
Depois de 13 anos, o Brescia carioca está de volta aos torneios profissionais.
O clube foi fundado em 1982, com o nome de Grande Rio e passou a disputar torneios amadores na região de Magé, na Baixada Fluminense. Em 1999, o Brescia (Itália) firmou uma parceria com o Grande Rio, que passou a usar as cores e o nome do Brescia. A parceria acabou em 2005, mas o clube brasileiro continuou usando o nome e os símbolos do italiano.
Já como profissional, o Grande Rio começou disputando a Série C do Carioca em 2006, mas o time saiu da Baixada Fluminense para a cidade de Itatiaia, no sul do estado. Disputou a terceira divisão e chegou até as semifinais, perdendo a vaga para o Silva Jardim, mas conseguindo subir junto com Resende Futebol Clube, Cardoso Moreira e Floresta de Cambuci. Ficou na segunda divisão por três anos.
Em 2007, foi eliminado na primeira fase, mas conseguiu revelar o atacante Meneghel, que acabou indo para o Resende e logo depois, para o Vasco, onde fez parte da campanha do primeiro rebaixamento. Em 2008, avançou para a segunda fase, mas foi eliminado. No entanto, esta foi a melhor campanha da história do clube, um 13º lugar. E em 2009, com menos clubes, foi o lanterna da primeira fase, com 12 pontos e nem disputou o hexagonal de rebaixamento. Após a terrível campanha, o Brescia resolveu se licenciar.
No entanto, em 2022, com o apoio da prefeitura de Magé, o agora Magé Brescia retorna aos gramados querendo reescrever a sua própria história. Para começar, o Leão da Baixada contratou dois experientes profissionais para a comissão técnica: Leandro Simpson, treinador com passagens pelas categorias de base do Vasco e Seleção Brasileira sub-15, além de clubes do Oriente Médio; e Andrate, ídolo do Flamengo como jogador e treinador, para coordenador técnico.
Embora o clube dê oportunidades para jovens jogadores da cidade, o Magé Brescia foi ao mercado e contratou vários reforços experientes, a maioria deles oriundos de clubes do Sergipe – casos do lateral-esquerdo Pedrinho Silveira, ex-Confiança; do atacante Toco, que terá a sua primeira experiência fora de Sergipe; dos laterais-direitos Yan Amorim e Alan Santana, do goleiro Shiba e do zagueiro Fabrício, que estavam no Sete de Junho; e do meia Antônio Lukas, ex-Maruinense.
Também foram anunciados o volante Patrick, que jogou a Segunda Divisão do Campeonato Paulista de 2021 pelo América de São José do Rio Preto e terá a sua primeira experiência fora do clube do noroeste paulista; o atacante Adilson Roberto, ex-Cascavel; e o meia Wagner, formado nas categorias de base do próprio Brescia.
Oriundo da tradicionalíssima escola de samba Império Serrano, várias vezes campeã do Carnaval do Rio e berço de importantes sambistas como Arlindo Cruz e Dona Ivone Lara, o time de futebol do Menino de 47 (referência ao ano de fundação da escola de samba, 1947) foi criado em agosto de 2020, a partir da iniciativa do presidente da agremiação Sandro Avelar. A escola, passa por sérias dificuldades financeiras desde pelo menos os anos 90, conseguiu os R$ 200 mil da taxa de filiação à Ferj graças aos associados e parceiros externos.
Entre os parceiros estiveram a Universidade Castelo Branco, que cedeu o campo de futebol de seu famoso curso de Educação Física (que chegou a ter Romário como um de seus alunos), atrás do campus de Realengo, e o Madureira, que cedeu seu estádio para as partidas. Detalhe: nos jogos em que o time era mandante, os jogadores saíam da quadra do Império Serrano e faziam o trajeto até o estádio a pé e com muito samba.
Apesar do maciço investimento, que contou até mesmo com a eterna rainha de bateria do Império Quitéria Chagas, o Reizinho de Madureira não conseguiu o acesso em 2021. Foi uma das melhores campanhas na fase de classificação, mas não foi páreo para o Paduano, que viria a ter mais um acesso meses depois.
Para a temporada 2022, o Império contratou vários jogadores que foram campeões da Série C e da Série B2 pelo Paduano no ano anterior – casos dos volantes Anderson Domingues, com passagens por Juazeirense, Caxias-RS, Nova Iguaçu, Gama e até pelo extinto CFZ; o zagueiro Inácio, que jogou no Vasco, no Operário-PR e que estava no Belford Roxo; e o atacante Allan, artilheiro do século XXI no futebol carioca, superando até mesmo Romário e Fred, e ainda em atividade. Cria do Vasco, Allan defendeu inúmeros clubes de baixo investimento como America e Bonsucesso, e também estava no Belford Roxo. Ronaldy, atacante que defendeu o Campo Grande nas duas últimas temporadas, também reforça a equipe.
O time tem também o retorno do meia Keven, que também foi bicampeão em 2021 pelo Paduano e tem passagem também pelo São Gonçalo EC. Além disso, alguns jogadores que estiveram ano passado no Império renovaram seus contratos – casos do goleiro Léo Flores, do atacante Richardson e do zagueiro Yuri Ribeiro.
O restante do elenco é formado no próprio Império Serrano com base em uma peneira que foi realizada em Irajá, zona norte do Rio de Janeiro, no início do ano.
A Sociedade Esportiva Belford Roxo é o quinto clube de futebol com sede na Cidade do Amor, e o terceiro com Belford Roxo no nome. Os outros “Belford Roxos” foram um criado em 1993 e o Santa Cruz que se chamou Belford Roxo FC entre 2013 e 2014. Os outros clubes da cidade são o Heliópolis (mais antigo deles, criado em 1950) e o Bayer (time da fábrica da Aspirina e que chegou a jogar a Série C do Brasileiro em 1995, mas hoje é apenas um clube para os funcionários).
A história do Belzão se cruza com a da escola de samba Inocentes de Belford Roxo. A família Gomes, que criou a escola de samba, resolveu fundar um time de futebol em 2020, com apoio de empresas e até mesmo do prefeito da cidade, Wagner Carneiro, o Waguinho. E não parou por aí: o clube também construiu um estádio próprio, perto do 39º Batalhão da PM, no bairro Santa Maria. A praça esportiva inclusive recebe jogos do tricolor de Bel e de outras equipes.
O Belford Roxo teve uma excelente campanha em 2021. Dez vitórias e apenas uma derrota, por WO, contra o Independente de Macaé, simplesmente porque a ambulância que estava no estádio do CFZ não tinha enfermeiros. Na semifinal, porém, caiu diante do Búzios.
Para 2022, o clube contratou sete jogadores e renovou os contratos de outros sete. Os que renovaram foram o goleiro Dida, o volante David, os laterais Heloan e Moysés, o zagueiro Rafael, o meia Jean Cláudio e o atacante Edinho. E foram contratados o atacante Santos, bicampeão em 2021 pelo Paduano; o lateral Klebinho, que estava no Nova Cidade; o zagueiro Brenner, com passagens por Olaria, Rio São Paulo e Elosport-SP; o volante Vitinho, com passagens por Bonsucesso, Portuguesa, Boa Esporte-MG, America, Olaria e Cabofriense; o volante Alemão, que tem até uma passagem pelo futebol português no currículo, além dos atacantes Luquinhas, destaque do CAAC Brasil na Série C do ano passado; e Gabriel Buscapé, com passagens por Carapebus e Profute Volantes.
Todos estes jogadores serão comandados por Diego Brandão, que estará mais um ano no cargo. Filho do ex-jogador Gaúcho, que chegou a ser treinador do Vasco, Diego tem passagens por Olaria, São Cristóvão e Sharjah (Emirados Árabes).
O Uni Souza nasceu em 1987, mas não com este nome. Originalmente, o clube foi criado como Dá-lhe Souza, por obra dos irmãos Souza e disputava campeonatos amadores na região da Penha, Zona Norte do Rio. Em 1990, o clube decide se filiar à Ferj, mas por imposição do então presidente Eduardo Vianna, o Caixa d’água, mudou seu nome para Unisouza.
A equipe teve um relativo sucesso no Departamento Amador da Capital nos anos 90, mas se enfraqueceu muito depois que um dos irmãos saiu do clube para ajudar na profissionalização do União Central.
Em 2019, o Uni Souza foi vice-campeão do Amador da Capital sub-17. Por conta de uma regra que impõe o profissionalismo aos clubes que só investem em categorias de base, o Alvinegro da Penha resolveu se profissionalizar e em 1º de março de 2021, ganhou uma licença provisória da FERJ.
No primeiro campeonato como profissional, em 2021, o clube apostou nos talentos das categorias de base e até conseguiu um honroso sexto lugar, com dez vitórias, dois empates e quatro derrotas.
Para 2022, o Unisouza vai apostar nas categorias de base e nos talentos da Leopoldina. O time irá mandar seus jogos em Moça Bonita, estádio do Bangu, assim como no ano passado.
Imagina a seguinte situação: você monta um time para participar de um campeonato, e a seleção dos melhores deste torneio acaba virando um time de futebol que se filia à Ferj e a CBF. Pois essa é a história do CAAC Brasil Futebol Clube.
Tudo começou em junho de 2009, quando o Centro Administrativo Apologético Cristão do Brasil, uma instituição sem fins lucrativos que legaliza e estrutura igrejas no estado do Rio de Janeiro, criou a Copa CAAC Brasil, que tinha 16 times sub-17. O vencedor foi o time Deus é Fiel, e os melhores jogadores deste campeonato foram selecionados. Em 22 de dezembro daquele ano, surge o CAAC Brasil FC.
Inicialmente, o time passou a jogar o Amador da Capital, sempre com foco nas categorias de base. Com o time sub-17, chegou a vencer o Campeonato Estadual de Ligas Municipais em 2015, representando a cidade do Rio de Janeiro.
Até que veio um novo passo na história do time evangélico: o clube se profissionalizou e passou a disputar a Série C (então quarta divisão) a partir de 2018. Na temporada de estreia, ficou em terceiro lugar em um grupo que tinha Canto do Rio, Cardoso Moreira, Campo Grande e Arturzinho (time criado pelo ex-jogador e técnico do Fluminense em 1997). Na classificação geral, foi 10º lugar.
Em 2019, foi penúltimo na Série C e lanterna de um grupo que tinha Campo Grande, Ceres, Paduano e São Cristóvão. O único ponto foi conquistado na primeira rodada, contra o Campo Grande. O time chegou a ganhar as páginas dos jornais de São Paulo, destacando o fato de ser um time 100% cristão. Assim como nos dois clubes de futebol que a Igreja Universal teve (e tem) no Brasil (Universal FC, no Rio, e Canaã EC, na Bahia), no CAAC Brasil, os jogadores não são obrigados a serem evangélicos, mas precisam seguir um código de posturas baseado na Bíblia, como o veto a palavrões. O maior objetivo da equipe é ajudar jovens a se manterem longe do tráfico de drogas.
Em 2021, a melhor campanha do time: um 7º lugar, com oito vitórias, um empate e sete derrotas. O grande destaque foi o atacante Luquinhas, que logo chamou a atenção do Belford Roxo e foi contratado para 2022. Já no sub-17, o clube foi campeão da Série C da categoria.
E agora, em 2022, o CAAC Brasil resolveu apostar sobretudo no marketing. Trouxe Júnior Dida, vindo do Nova Cidade, e logo apelidou o atleta de “goleiro de Cristo”. Também anunciou o atacante José Felipe, “sósia” do meia Diego Ribas, do Flamengo.
Além disso, ainda lançou uma campanha para atrair a simpatia de botafoguenses, vascaínos, flamenguistas e tricolores evangélicos.
Apostando no pioneirismo, sendo o primeiro clube profissional cristão (o que não é verdade, já que o Universal FC é de 2000). Curiosamente, o técnico Ilmar de Almeida também é pastor, assim como o presidente do clube
O Barcelona carioca nasceu a partir de uma divisão no antigo Internacional de Jacarepaguá. Parte da diretoria do Inter não gostou da venda do clube para a Igreja Universal do Reino de Deus e resolveram criar o próprio clube. Como o Futbol Club Barcelona estava fazendo seu centenário, surgiu o “nosso” Barça, azul e grená, assim como o espanhol.
Na estreia como profissional, em 2000, teve uma péssima campanha. Foi lanterna da quarta divisão, um campeonato com 7 times. Somou 7 pontos no primeiro turno e nenhum no segundo. Duas vitórias, um empate e dez derrotas. Na verdade, o torneio teve nove times, mas São João de Meriti e Heliópolis desistiram no primeiro e segundo turnos, respectivamente.
Ficou afastado e só voltou em 2003, na terceira divisão. Foi terceiro colocado em um grupo que tinha Bonsucesso, Três Rios, Coelho da Rocha e Esporte Clube Lucas. Mais um afastamento e em 2006, jogou a preliminar da segunda divisão. Foi quarto colocado em um grupo com Teresópolis, Villa Rio, Profute, Campo Grande e União Central. Caiu para a Terceira Divisão, mas desistiu de disputar ao lado de mais de 20 times – entre eles o Bayer, o Sendas (atual Audax) e até o Arraial do Cabo, clube que emprestou seu registro para o Araruama. Ficou mais quatro anos licenciado e voltou aos gramados em 2011.
Entre estes afastamentos, o Barça de Jacarepaguá teve entre seus jogadores o zagueiro Thiago Silva – sim, o experiente defensor do Chelsea e da Seleção Brasileira deu seus primeiros passos no futebol no Barcelona, antes de rumar para o Juventude, o Fluminense e depois para o mundo.
Na Série C de 2011, até fez uma boa campanha na primeira fase, ficando em quarto lugar em um grupo que tinha Goytacaz e Carapebus. Mas na segunda, foi lanterna de um grupo que tinha Mangaratibense (o time que revelou o atacante Deyverson), Búzios e Arraial do Cabo. O mesmo desempenho se repetiu em 2012: classificado na primeira fase e eliminado na segunda. Em 2013, o Barcelona foi longe no campeonato. Segundo lugar em seu grupo na primeira fase, perdeu a vaga na Segunda Divisão no playoff contra o Queimados. E no ano seguinte, 2014, subiu para a Série B, ao derrotar o Artsul no mesmo playoff.
Mas a boa fase terminou aí. Em 2015, fez uma campanha horrível na Série B e foi rebaixado, com 9 pontos no geral, na 17ª e penúltima colocação – só fez campanha melhor que o Mangaratibense. Virou clube-ioiô. Em 2016, sobe de novo no playoff do acesso, derrotando o Rio São Paulo. Já na novíssima Série B1 em 2017, teve uma campanha instável: foi terceiro lugar em seu grupo no primeiro turno, a seis pontos de Audax (ainda em São João de Meriti) e Americano, e no segundo turno, foi penúltimo, com campanha melhor que o Queimados. No total, foram sete vitórias, um empate e 12 derrotas. O 16º lugar na B2 foi o melhor resultado da história do clube.
Mas a partir de 2018, o Barcelona de Jacarepaguá começou uma verdadeira curva descendente. Com três vitórias, quatro empates e 12 derrotas, foi rebaixado para a Série B2 na 18ª colocação, a três pontos do Serrano. Em 2019, teve uma péssima campanha no primeiro turno da B2, sendo lanterna de seu grupo, e quarto colocado no segundo turno. Escapou do rebaixamento por apenas dois pontos e na penúltima rodada, porque goleou o Casimiro de Abreu e o Santa Cruz, rival direto, foi goleado pelo Rio São Paulo.
Mas em 2020, não teve jeito. Como vários times de futebol ao redor do mundo, o Barça também sofreu os efeitos da pandemia de Covid-19. Com o campeonato invadindo 2021, fez uma péssima campanha na B2 e caiu para a Série C junto de Bela Vista, Profute e Mesquita (que ainda se envolveu em um esquema de fraude de testes de Covid que lhe rendeu uma suspensão de 4 anos). E ainda por cima, tomou a maior goleada da competição: um 10×0 contra o Campo Grande. Na Série C, agora quinta divisão, foi 10º lugar, com 6 vitórias, 3 empates e 7 derrotas.
E para a temporada 2022, o Barcelona se mudou para Nova Friburgo. O clube ainda anunciou um acordo com Ceres e Araruama, times da Série B1, que emprestaram alguns atletas para ter rodagem até o início da terceira divisão, em setembro, além de ter realizado peneiras para os times profissional e sub-20. A pré-temporada foi marcada para Papucaia, distrito de Cachoeiras de Macacu, e os jogos serão no estádio Eduardo Guinle, casa do Friburguense. Até o último fim de semana antes do torneio, o clube anunciou apenas dois jogadores: o zagueiro Alex Silva, com passagens por vários times pequenos do futebol fluminense, como Bonsucesso e Olaria e o goleiro Yuri Oliveira, também com grande rodagem no futebol do Rio, tendo jogado em times como Friburguense e Artsul.
O Juventus carioca foi criado em 2006, e já mudou de cidade algumas vezes nos primeiros 15 anos de história.
No ano de estreia, que foi o mesmo da fundação, conseguiu passar para a segunda fase da Terceira Divisão, mas foi eliminado para o também recém fundado Sampaio Corrêa. Ainda jogou em 2007, teve uma péssima campanha na primeira fase antes de se licenciar pela primeira vez, entre 2008 e 2010.
Na volta aos torneios profissionais, ainda na Série C de 2011, fez uma campanha excepcional e finalmente subiu para a Série B, só perdendo o título para o Goytacaz. Durante essa campanha, a Juve carioca ainda fez parte de uma brincadeira promovida pelo programa Globo Esporte e venceu a “Liga dos Campeões do GE”, contra o Barcelona.
Mas a festa durou pouco. Em 2012, na Série B, ficou em penúltimo lugar no Grupo B, que tinha entre outros clubes, a Portuguesa da Ilha e o então Audax Rio. Fez campanha melhor que o Imperial (ex-Estácio de Sá) e se salvou por pouco na disputa contra o rebaixamento: foi quarto colocado e só não caiu porque o Teresópolis foi excluído e apenas os dois últimos do hexagonal foram rebaixados.
O clube não aprendeu a lição em 2013. No primeiro ano de disputa das Taças Santos Dumont e Corcovado, o Juve desistiu da disputa e tomou WO em todas as partidas. Foi rebaixado e se licenciou em 2014 e 2015. Na volta aos gramados em 2016, encontrou uma Série C mais enxuta e conseguiu subir. Foi campeão do primeiro turno, com três vitórias, três empates e duas derrotas. No segundo, mais relaxado, ficou em segundo no seu grupo, com quatro vitórias e duas derrotas. No entanto, apesar de ter vencido um turno, ficou em terceiro lugar na classificação geral de seu grupo e assim teve que disputar um playoff contra o Serra Macaense. Venceu um jogo e perdeu outro – o time de Macaé tinha a vantagem da melhor campanha e subiu para a Série B, que viria a se tornar a Série B1.
Em 2017, o “Torneio Amistoso”, que era disputado por times que estavam afastados das competições estaduais, se tornou a Série C, que passa a ser a quarta e última divisão fluminense. Com isso, os times que jogavam a Série C passaram a jogar a Série B2. E o Juventus foi um deles. No primeiro turno, chegou à semifinal, mas apesar de ter uma campanha melhor que o Mesquita, o Tubarão da Baixada tinha a vantagem do empate por ter sido primeiro colocado de seu grupo – assim, o Juve foi eliminado. No segundo turno, a campanha do Juventus carioca foi ridícula: apenas dois empates em sete jogos. No final das contas, o nono lugar dentre 12 times salvou o clube do rebaixamento.
Em 2018, campanha estável. Embora tenha ficado em penúltimo lugar no seu grupo no primeiro turno, com apenas uma vitória e um empate, no segundo fez uma campanha decente, com três vitórias e dois empates. O nono lugar dentre 15 times fez o Juve Rio passar longe de qualquer ameaça de rebaixamento.
Mas em 2019, as coisas deram errado. Lanterna geral, com apenas 5 pontos conquistados: uma vitória (que aconteceu apenas no segundo turno), três empates e 12 derrotas. Oito gols marcados e 41 sofridos. Pela segunda vez, o Juventus Rio era rebaixado e agora, passaria a disputar o quarto nível do futebol estadual.
Após uma pausa forçada por conta da pandemia, que cancelou a Série C, o Juve voltou em 2021, mas agora na quinta divisão. Foi 8º lugar, com oito vitórias, um empate e sete derrotas. Uma campanha digna.
E agora em 2022, o Juventus não fez contratações. Irá apostar em jogadores selecionados em peneiras, uma vez que a Série C é um torneio sub-23.
O Brasileirinho é um clube originário de um projeto social, o Instituto Quésia Santos Leopoldo – por isso o IQSL do nome do clube. O projeto foi criado em 2001 e atende a jovens do bairro de Anchieta, zona norte do Rio de Janeiro.
Já o clube de futebol foi criado em 2007, mas só estreou em competições da Ferj em 2015, jogando o Amador da Capital, campeonato organizado pela federação para times sub-15 e sub-17 e de onde vieram o Ação (atual Rio de Janeiro), o Unisouza, o 7 de Abril (time que hoje joga a Série B1) e o CAAC Brasil, além do Independente (que cedeu sua filiação para o Paraty).
Nos dois anos que jogou o Amador da Capital, teve péssimas campanhas. Em 2015, foi 16º colocado dentre 20 times no sub-15 e antepenúltimo dentre 24 times no sub-17. Já em 2016, foi 12º colocado em ambas as categorias, sendo que a mais baixa tinha 17 times e a mais alta tinha 26. Esse desempenho mediano no sub-17, no entanto, foi suficiente para convencer o Brasileirinho a se profissionalizar.
E em 2017, veio a primeira competição profissional. Antes do começo da Série C, o clube sonhava alto: queria em dez anos ser campeão mundial. Mas diz o ditado: quem fala demais dá bom dia a cavalo. No primeiro ano, foi excluído do campeonato por não conseguir inscrever jogadores a tempo. Em 2018, conseguiu passar para a segunda fase, mas não foi páreo para o Itaboraí Profute, que naquele ano tinha Emerson Carioca – aquele mesmo que ficou peladão pra comemorar o acesso do Sampaio Corrêa em 2020. Em 2019, veio a melhor campanha de toda a história do clube, mesmo parando nas quartas de final para o Teresópolis: ficou em quinto lugar, muito por causa do desempenho excelente na primeira fase, quando somou 17 pontos.
Mas como vários clubes de futebol ao redor do mundo, o Brasileirinho foi afetado pela pandemia. Em 2021, nem conseguiu registrar atletas e foi excluído da Série C, perdendo todos os seus jogos por WO. Agora, em 2022, o clube tenta se recuperar do desastre do ano passado. Fez avaliações para todos os times, incluindo o profissional, mas não havia anunciado nenhuma contratação a menos de uma semana do torneio. O sonho do Mundial vai ficando complicado.
Confira os jogos da primeira rodada:
12 de maio (quinta-feira) 10h: CAAC Brasil x Império Serrano (Joaquim A. Flores) 15h: Belford Roxo x IQSL Brasileirinho (Nélio Gomes) 15h: Barcelona x Vera Cruz (Eduardo Guinle) 15h: Bréscia x Juventus (Joaquim A. Flores) 15h: Paraty x Rio de Janeiro (Jair Toscano)
13 de maio (sexta-feira) 15h: EC Resende x Atlético Carioca (Joaquim A. Flores)
De folga Uni Souza