Calciopédia
·11 de dezembro de 2025
Benfica domina, José Mourinho varre Antonio Conte e Napoli se complica na Champions League

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·11 de dezembro de 2025

Em Lisboa, pela sexta rodada da Champions League, o Benfica dominou o Napoli do início ao fim e venceu com autoridade por 2 a 0 no Estádio da Luz, em uma atuação que combinou pressão alta, organização tática e superioridade técnica. A equipe de José Mourinho sufocou os italianos desde a saída de bola, explorou falhas individuais e praticamente não permitiu que o time de Antonio Conte competisse, enfatizando a diferença de pedigree europeu entre os dois treinadores – ambos vencedores, mas apenas um deles em nível continental, enquanto o outro acumula fracassos. O resultado mantém os encarnados vivos na briga pelos playoffs e aprofunda a crise napolitana na competição.
A expectativa era de um duelo tenso, sobretudo pela urgência napolitana de pontuar para seguir sonhando com os playoffs. Porém, ficou evidente desde cedo que apenas um dos lados estava pronto para responder à pressão. Mourinho, conhecendo bem a oscilação recente do time de Conte no torneio continental, montou uma estratégia clara: pressionar a saída de bola, bloquear a construção curta e forçar erros defensivos.
O italiano, mais cauteloso e castigado pelos desfalques (Meret, Gutiérrez, Gilmour, Lobotka, Anguissa, De Bruyne e Lukaku), apostou em transições rápidas que quase nunca se materializaram – e, à medida que o jogo se desenvolvia, sua equipe revelava fraquezas estruturais e um desconforto crescente sob a pressão encarnada. Desde o início, se notou que os mandantes estavam mais confortáveis no jogo.
Milinkovic-Savic até se esforçou, mas não conseguiu evitar a derrota do Napoli em Portugal (Ansa)
O primeiro tempo se transformou rapidamente em um monólogo português. Logo aos 5 minutos, Otamendi apareceu com perigo após cobrança de falta de Sudakov, anunciando o tom da partida. Aursnes, muito ativo entrelinhas, criou duas grandes chances logo na sequência: primeiro, um passe de calcanhar que permitiu a Ivanovic exigir boa defesa de Milinkovic-Savic; depois, aos 19, desperdiçou gol claro após erro grotesco do próprio sérvio na saída de bola. Era só questão de tempo até que o Benfica traduzisse a superioridade no placar.
Aos 20 minutos, veio o gol que já estava amadurecendo: Dahl cruzou, a bola desviou em McTominay e sobrou limpa para Ríos, ex-Palmeiras, empurrar para o fundo da rede. A partir dali, o Napoli desapareceu ofensivamente. Sem aproximação, sem criatividade e com movimentações previsíveis, a equipe de Conte parecia travada e totalmente anulada pela estratégia de Mourinho, que controlava o jogo com precisão cirúrgica e engoliu taticamente o rival no primeiro tempo.
O único lampejo napolitano foi um cabeceio discreto de Di Lorenzo, aos 30. O Benfica manteve o controle com cruzamentos precisos e presença constante na área, como na chance desperdiçada por Aursnes, aos 40, e no voleio que Otamendi arriscou voleio no minuto seguinte. Os lusos tinham superioridade técnica e mental. O Napoli, por outro lado, parecia completamente perdido.
O segundo tempo começou com o mesmo roteiro. O Napoli ensaiou uma chegada isolada com Buongiorno, mas imediatamente foi punido. Aos 49 minutos, Ríos cruzou rasteiro e Barreiro – contando com a lentidão de Milinkovic-Savic na reação – marcou um golaço de letra, ampliando a vantagem, castigando a desatenção defensiva napolitana e aprofundando o colapso do time de Conte.
Com 2 a 0 no placar, o Benfica passou a administrar o jogo com maturidade. Do outro lado, David Neres, ex-encarnado, tentou recolocar o Napoli no jogo ao comandar as jogadas individuais e quase diminuiu aos 70, obrigando Trubin a ceder escanteio. Mas a verdade é que os azzurri aceitaram o domínio adversário e Milinkovic-Savic, apesar da insegurança, ainda evitou uma margem mais elástica ao defender finalizações potentes de Pavlidis aos 79 e 84.
O balanço final expôs um contraste gritante entre os dois treinadores. O Napoli protagonizou uma das piores atuações recentes na Champions League: sem compactação, sem agressividade, sem repertório e com erros individuais em sequência. A equipe de Conte foi engolida pela organização e pelo pragmatismo de Mourinho, que venceu pela clareza de ideias e pela capacidade de sufocar um adversário fragilizado. Já o projeto azzurro, sem respostas e sem evolução, vê sua permanência na competição seriamente ameaçada.
O Napoli chegará à sétima rodada na 23ª posição – a penúltima que dá vaga nos playoffs – da Liga dos Campeões e justamente para medir forças num confronto direto com o Kobenhavn, 24º, também com sete pontos. Se não reagir imediatamente na visita à Dinamarca, o time italiano corre o risco concreto de ficar pelo caminho muito cedo, já que o seu derradeiro compromisso será contra o Chelsea, campeão mundial, em casa. Conte terá trabalho pesado para ajustar a sua equipe e reconstruir confiança na busca por impedir outro fracasso europeu em sua carreira. Mourinho, por outro lado, sai fortalecido: mostrou mais uma vez que, em jogos grandes, sua leitura tática continua sendo um diferencial decisivo. Em recuperação desde a chegada do treinador, os lusos ganharam esperança e, na 25ª colocação, com seis pontinhos, tentarão superar a Juventus, 17ª e sua freguesa, em Turim.









































