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·30 de abril de 2020
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O polonês Jakub Blaszczykowski destacou-se no futebol mundial atuando pelo futebol alemão. Ele é ídolo do Borussia Dortmund e chegou a conquistar o bicampeonato da Bundesliga nas temporadas 2010-2011, 2011-2012 sob o comando de Jürgen Klopp. Embora tenha conquistado outros inúmeros títulos com os Aurinegros, o maior destaque dado a Kuba são ações realizadas a favor de seu clube de coração, o multicampeão polonês Wisła Kraków.
Kuba é ídolo na Polônia por seu grandes feitos a frente da seleção de seu país. Ele é um dos recordistas de partidas pelo selecionado Alvirrubro com 106 jogos e 21 gols marcados. Além disso, Blaszsczykowski é um daqueles atletas que, com certeza deixaram sua marca no futebol. Não só pelas conquistas alcançadas, mas também pelo amor demonstrado ao clube de sua terra natal. Que há pouco tempo atrás vivia sob a eminência de uma grave crise financeira e, por pouco, não fechou as portas.
Mas para entender melhor essa relação de afeto pelo Wisła Kraków, vamos entender melhor sobre a trajetória de vida deste lendário guerreiros dos campos de futebol.
Kuba não teve uma infância nada fácil. Com apenas 15 anos ele vivenciou uma experiência traumática. Em setembro de 1996 ele testemunho o assassinato de sua própria mãe, Anna. Ela foi esfaqueada pelo seu pai, preso pouco tempo depois. Assim sendo, o jovem teve de ser criado pelos seus avós e encontrou no futebol uma chance para mudar de vida e evitar um futuro trágico para seu destino.
Um de seus maiores apoiadores no futebol foi seu próprio tio, Jerzy Brzęczek, ex-jogador da seleção polonesa e medalhista olímpico dos jogos de Barcelona em 1992. Através dele, Blaszczykowski chegou ao modesto Raków Częstochowa, da 4ª divisão da Polônia. Em pouco tempo, Kuba foi contratado por míseros 14 mil Euros (cerca de 83 mil reais) pelo Wisła Kraków. E foi lá que ele ganhou destaque nacional rapidamente.
Nesse meio tempo, já em 2005, ele teve a oportunidade de jogar como titular da equipe e ganhar seu primeiro título nacional. Simultaneamente foi convocado pela primeira vez para a seleção polonesa e de quebra, no ano seguinte, eleito o melhor jogador da polonês do ano. Todo esse destaque chamou a atenção dos alemães do Borussia Dortmund, que pagou três milhões de Euros em janeiro de 2007 para contratar o jogador.
Logo depois de se transferir para a Alemanha, Kuba já demonstrava que não iria ter problemas para se adaptar ao novo ambiente. Apesar de ser baixinho, sua incrível força de vontade e raça dentro de campo, além de sua excepcional velocidade faziam do jogador peça fundamental do time. Seu momento de maior destaque atuando com a camisa dos Aurinegros foi na temporada 2012-2013. Ele foi vice-campeão da Champions League ao perder o título para o Bayern de Munique.
Entretanto, nem tudo correu como o planejado para o jogador. Após um ano incrível em 2013, diversas lesões no ano seguinte atrapalharam demais o rendimento do jogador. No comecinho de 2014, depois de lesionar o ligamento do joelho direito, Kuba viu sua carreira entrar em declínio. Sem conseguir uma sequência de jogos no Borussia, em 2015 ele foi emprestado à Fiorentina. Porém, em 2016, retornou à Alemanha, dessa vez, vendido ao Wolfsburg.
Apesar de ter conseguido retomar o bom futebol que o consagrou, as lesões mais uma vez o atrapalharam. Para se ter uma ideia, na temporada 2018-2019 ele conseguiu entrar em campo em apenas 13 oportunidades. Dessa forma, em janeiro de 2019 e com 33 anos ele anunciou a sua saída do Wolfsburg. Na época, o jogador dizia que iria atrás de outros projetos para sua carreira. Embora tenha sido especulado em vários mercados, o polonês decidiu retornar às raízes e vestir mais uma vez a camisa do seu clube do coração, o Wisła Kraków.
Em um ato de gratidão, Blaszczykowski decidiu voltar ao seu país de origem e dar uma oportunidade ao clube que o revelou e o fez ser um grande jogador. Além disso, ciente da situação do clube na época, Kuba decidiu jogar sem receber um tostão, além disso, através de uma parceria com um grupo de investidores, o jogador doou um milhão de Euros (cerca de 6 milhões de Reais) para quitar as dívidas do time.
A ação foi muito elogiada na imprensa nacional e internacional. Inclusive, o próprio Borussia Dortmund mencionou o ato de caridade de Kuba, parabenizando o craque nas redes sociais oficiais do clube. Mesmo que dentro das quatro linhas o atleta não tenha conseguido ajudar o Wisła Kraków da forma que gostaria, a luta para reerguer o seu time de coração não parou apenas nesta ação.
Ainda passando por uma grave crise financeira em 2020, Kuba, em parceria com outros dois investidores decidiram comprar o clube para livrá-lo de uma eminente falência. Os valores da negociação não foram divulgados. Porém o acordo há foi formalizado na Polônia desde a última semana. Tanto é que Blaszczykowski, com o aval dos outros donos do time, já colocou seu irmão David como presidente da entidade.
Ainda é muito cedo para fazer qualquer tipo de análise depois deste amo. Mesmo porque, no início de 2020, por conta das altas dívidas que o Wisła Kraków tem, o clube foi ameaçado de perder o seu visto profissional. Entretanto, só o fato de ter alguém apaixonado a este ponto por seu clube do coração no comando da equipe, já dá ao seu torcedor a esperança de dias melhores.
Capitão e agora dono do time que o projetou para o futebol mundial, Kuba ainda é cotado para ser convocado para a seleção da Polônia. No auge dos seus 34 anos. A expectativa é que agora, após ter passado por tantas dificuldades em sua carreira, ele possa escrever uma nova história no futebol. Portanto, espera-se que Blaszczykowski possa terminar sua passagem no futebol de um modo mais tranquilo sendo sempre lembrado deste ato incrível de paixão ao futebol seu país.
Foto Destaque: Reprodução/Trivela