Jogada10
·16 de setembro de 2025
Boto explica desistência do Flamengo na negociação por Mikey Johnston: “Questão de timing”

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·16 de setembro de 2025
O Flamengo foi ativo na última janela de transferências e desembolsou quase R$ 300 milhões. Tudo isso ocorreu logo depois de desistir da contratação do irlandês Mikey Johnston, que chegou a ser monitorado pelo scout. O clube carioca pretendia comprá-lo junto ao West Bromwich, da segunda divisão da Inglaterra, por 5 milhões de libras (quase R$ 37 milhões).
Contudo, o veto do presidente Bap gerou um atrito com o diretor executivo de futebol José Boto na época. Assim, o dirigente português, em entrevista à Uol, criticou a cultura do futebol brasileiro e citou um erro de timing (tempo) na negociação.
“Acho que houve uma questão de timing, porque se ele não fosse o primeiro, se fosse no meio do Saúl e do Samuel Lino, se calhar a torcida tinha outra reação. É óbvio, o trabalho de scouting é trazer jogadores que ninguém conhece. Eu venho de um país que é bem famoso principalmente por esse tipo de movimentos, vim buscar aqui jogadores como o David Luiz, que em Portugal ninguém tinha ouvido falar. Há uma cultura enraizada de fazer isso em Portugal, que aqui no Brasil vão ter que acabar por fazer. Muitos dos clubes, o Flamengo não. Até porque não precisa. Mas muitos dos clubes vão ter que começar a fazer isso. Gerirem mais para aquilo que são as necessidades reais deles, do que gerirem para fora, para a mídia, para a torcida”, analisou.
Apesar da desistência, Boto afirmou que vai continuar buscando jogadores pouco conhecidos, como fez com Juninho no início do ano. Durante a entrevista, ele citou o centroavante sueco Gyökeres, que fez 54 gols em 52 jogos pelo Sporting e assinou com o Arsenal, da Inglaterra.
“O Sporting este ano vendeu o Gyökeres por 70 milhões de euros. Se eu quisesse trazê-lo para o Flamengo acho que ninguém diria nada. Mas quando o Sporting, que pagou 20 milhões de euros por ele na segunda liga inglesa, acho que isso aqui era impossível pela reação que vi com uma que custava 5 milhões. Aí nós também temos que ter inteligência de adaptarmos aquilo que são as diferenças culturais e das suas próprias torcidas. Se o Juninho tivesse feito 20 gols, se calhar a gente teria trazido o Mikey Johnston sem grande problema. Mas é óbvio que em um clube como o Flamengo, com a dimensão do Flamengo, acho que tem que fazer um mercado misto entre os jogadores. Os que são realmente nomes impressionáveis e jogadores que, não sendo esses nomes, vão agregar à equipe e vão dar ainda mais anos de rendimento esportivo ou até financeiro”, explicou.