Jogada10
·23 de outubro de 2024
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A carreira de Martin Braithwaite é única. O jogador de futebol dinamarquês não nasceu com o maior talento, de acordo com ele mesmo, mas conseguiu construir um currículo que poucos conseguiriam igualar. Um currículo que inclui uma transferência para o Barcelona, além de 69 jogos pela seleção da Dinamarca.
Em entrevista ao “Tipsbladet”, ele falou sobre a quase transferência para o Olympiakos, antes de fechar com o Grêmio. Comentou também esse passo inesperado na carreira, ao trocar o status de artilheiro, com 22 gols na La Liga 2, por uma transferência inusitada para o futebol brasileiro.
A surpreendente transferência ocorreu poucos dias após ele não fechar com o Olympiakos, para quem ele já havia feito exames médicos e apenas precisava assinar o contrato. Mas as coisas não aconteceram como esperado, e agora ele explica pela primeira vez o motivo.
“Simplesmente aconteceram muitas coisas. É verdade que estive em Atenas. Tudo estava certo. Passei nos exames médicos e só precisava assinar o contrato, mas não era para ser”, diz Martin Braithwaite, que hoje está feliz por a sorte ter o levado para um clube em um continente completamente diferente.
“Algumas coisas ficaram fora do meu controle, e houve algo com meu representante e o Olympiakos. Não tinha nada a ver comigo, então assinei com o Grêmio, e acredito que era para ser. Era o plano de Deus. Tudo parece certo agora”, diz o atacante.
“Quem me conhece sabe que, se há caos, sou muito direto e calmo. Tive uma experiência semelhante com o Espanyol, mas sei que tudo acontece por uma razão. Claro que foi diferente, pois estava com minha família e estive lá por dois dias, e só faltava assinar. Minha esposa perguntava como eu conseguia ser tão calmo, mas sempre serei assim. O caos não me afeta”, afirma Braithwaite.
“O problema com o Olympiakos fez com que eu viesse para o Brasil, e é fantástico. Adoro aprender coisas novas – inclusive sobre mim mesmo, e só se consegue isso saindo da zona de conforto. Desde o meu adeus ao Espanyol, queria tentar algo novo e sempre tive uma grande admiração pelo futebol brasileiro.
“Por isso, sou grato por estar agora em um país que sempre admirei esportivamente e que é uma inspiração para mim desde a infância. Eu me apaixonei pelo futebol por causa dos jogadores brasileiros e lembro-me dos comerciais da Nike na infância. O Brasil simboliza o futebol, e agora faço parte disso. Isso me enche de orgulho.
Braithwaite tem motivos para estar orgulhoso, pois ele não é apenas parte do futebol brasileiro. Já é uma estrela em seu novo time e marcou cinco gols nos primeiros nove jogos, mantendo a forma que tinha no futebol espanhol.
Um estilo que faz com que ele mantenha outra grande estrela, Diego Costa, no banco de reservas.
“Não penso muito sobre isso. Diego Costa é um jogador fantástico, e conversamos muito bem. Jogamos com apenas um atacante, então um de nós tem que ficar no banco, e é uma escolha do treinador. Trata-se de desempenho, e eu também tenho que fazer o meu”, disse.
“Luto pelo meu time e por mim mesmo. Em toda a minha carreira, houve outros com mais talento, mas sempre acreditei em mim mesmo e sei que, se trabalhar duro o suficiente, vou superá-los algum dia. Sempre vi a mim mesmo indo além do Campeonato Dinamarquês. A vida é uma maratona, não uma corrida de 100 metros”, diz o atacante de 33 anos.
Braithwaite afirma que ainda não pensa em encerrar a carreira, caso alguém pense que esse é o motivo para ele não jogar mais na Europa.
“Não. Estou me sentindo ótimo e pretendo jogar por muitos anos ainda. Cuidado bem do meu corpo e continuo melhorando.
É o que Martin Braithwaite está mostrando no país apaixonado por futebol com mais de 210 milhões de pessoas, onde praticamente todos se dedicam ao jogo com todo fervor.
Até agora, Martin Braithwaite só tem coisas boas a dizer sobre morar no Brasil.
“Ouve-se muito sobre os riscos de viver no Brasil, e claro que há bastante criminalidade, mas não vi nada disso na minha cidade. Mas você precisa ter cuidado no dia a dia e estar atento, que tudo corre bem. Costumo dizer que é preciso ser esperto, então é perfeitamente possível viver aqui com segurança.
“Só posso dizer que os brasileiros são exatamente como os jogadores que se mudam para a Europa daqui. São todos cheios de vida, prestativos e apaixonados por música e comida, além de extremamente apaixonados por futebol. Não se deve subestimar a liga brasileira, e também se vê que nomes cada vez maiores vêm para cá, pois ela tem uma economia surpreendentemente boa”, colocou.
“No geral, há uma enorme pressão sobre os jogadores aqui. Todos têm opinião sobre você. O futebol é a vida das pessoas aqui, e você sente isso em todo lugar”, afirmou.
“Eu prospero nisso. Sou como um camaleão. Sempre me adapto às condições ao meu redor.
Seu currículo demonstra isso. Tudo começou há 11 anos com futebol em Esbjerg, e desde então ele esteve em lugares como o Championship e até o Camp Nou, há apenas dois anos.
Agora, o plano de Deus trouxe Martin Braithwaite para o Brasil. Nada menos que isso.