Portal dos Dragões
·15 de setembro de 2025
Candonga no Dragão: FC Porto e PSP desmantelam esquema de dezenas de milhares de euros

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·15 de setembro de 2025
O FC Porto, em conjunto com a PSP, desmantelou um esquema de comercialização fraudulenta de bilhetes no Estádio do Dragão que gerava dezenas de milhares de euros por jogo.
Segundo apurou o Maisfutebol, detectaram-se 40 lugares de época destinados à revenda ilegal jogo a jogo, além de cerca de 300 bilhetes de sócio negociados por canais alternativos desde o início da época.
Para além deste esquema protagonizado por um associado, identificou-se outro envolvendo duas empresas de fachada usadas na venda ilícita de ingressos.
Os números referem-se à contagem efetuada nos primeiros três jogos oficiais no Dragão nesta temporada – receções ao Vitória de Guimarães, Casa Pia e Nacional, a contar para a Liga – e a investigação do clube, em estreita cooperação com o Comando Metropolitano da PSP do Porto, vinha a decorrer há meses; a polícia avançou agora com a ação, a cerca de três semanas do jogo frente ao Benfica.
Fonte do jornal revela que um sócio do FC Porto montou um esquema usando dados de outros associados para adquirir cerca de 40 lugares de época.
Por essa manipulação de identidades, um único indivíduo passou a controlar indevidamente esse elevado número de lugares, que revendia jogo a jogo através da Viagogo e da StubHub, transacionando ainda dezenas de bilhetes de sócio avulsos nessas plataformas.
As vítimas eram sobretudo emigrantes e turistas que compravam online e, no dia do jogo, eram impedidos de entrar pelo dispositivo da PSP por não apresentarem uma identificação compatível com os dados do titular nos bilhetes.
No encontro com o Vitória de Guimarães, na 1.ª jornada da Liga, chegaram a ser vendidos bilhetes por 600 euros neste esquema.
Numa estimativa conservadora, face ao volume de ingressos colocados no mercado (via lugares de época e bilhetes de sócio), as receitas desse tipo de cambismo terão rondado os 50 mil euros no primeiro jogo oficial da época no Dragão.
O jogo contra o Nacional, no sábado passado, terá gerado receitas inferiores, mas registaram-se dezenas de bilhetes fraudulentos vendidos por 300 a 400 euros, sobretudo para a bancada central poente e para a superior sul, onde costumam estar os elementos da claque Super Dragões.
Face à gravidade dos factos, o FC Porto vai remeter um dossier ao Ministério Público para integrar estes novos dados no âmbito do processo Bilhete Dourado.
No plano interno, o caso será remetido ao Conselho Fiscal e Disciplinar do clube, presidido por Angelino Ferreira, que decidirá a sanção a aplicar aos associados envolvidos – desde a suspensão até à expulsão.
O clube irá também recuperar os 40 lugares de época implicados e colocá-los à disposição dos sócios em lista de espera. Mais de meio milhar de associados aguardam por um lugar anual, depois de o FC Porto ter esgotado, pela primeira vez na sua história, os 31 mil lugares de época disponibilizados no Dragão – cuja lotação é de 50 mil lugares.
Recorde-se que a direção liderada por André Villas-Boas promoveu, no início da temporada 2025/26, uma profunda reestruturação do sistema de bilhética, tanto no futebol como nas modalidades.
Entre outras medidas, foi criada a revenda de lugares de época através das plataformas do próprio clube, que procede ao pagamento de uma compensação em conta corrente ao respetivo associado.
O combate à venda ilegal de bilhetes foi uma das bandeiras de Villas-Boas, eleito presidente do FC Porto em 27 de abril de 2024. Desde a entrada da nova administração que a venda ilícita de ingressos em dias de jogo deixou de ser prática corrente no Estádio do Dragão e na Dragão Arena.
Dada a mudança no padrão de oferta no mercado negro, o FC Porto continuará, em parceria com a PSP, a fiscalizar eventuais irregularidades no acesso às instalações do clube em dias de jogo.