Gazeta Esportiva.com
·05 de fevereiro de 2024
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Neste domingo (4), o Santos construiu no segundo tempo a vitória por 2 a 0 sobre o Guarani, na Vila Belmiro, pela quinta rodada do Campeonato Paulista. Na coletiva de imprensa depois do jogo, o técnico Fábio Carille analisou as etapas da partida e explicou as mudanças realizadas para conseguir o triunfo.
“No primeiro tempo, tivemos muita dificuldade, porque o Guarani, muito bem armado pelo Umberto, nos fez perder um pouco a paciência. O que mais cobrei no intervalo era que muitos jogadores estavam buscando a bola nos pés dos zagueiros e do João, e faltava jogadores entrelinhas para receber a bola e dar sequência para o ataque, foi isso que mudei. As duas substituições foram porque sentiram, tanto o Felipe [Jonatan] quanto o Julio [Furch]. Nesse momento, não foi nada tático”, disse.
“No segundo tempo, observamos a linha alta dele, começamos a trabalhar com calma, sem jogar a bola de qualquer jeito, e dali se originou o pênalti, um bom lançamento do Joaquim com um belo domínio do Guilherme, já entrando na área. Ali começou a nossa vitória. Cinco jogos, quatro vitórias… Estou muito feliz por esse início, sabendo que podemos melhorar muito mais”, continuou Carille.
Agora, o Peixe muda o foco para o clássico contra o Corinthians, previsto para a próxima quarta-feira (7), às 19h30 (de Brasília), novamente na Vila Belmiro. Com algumas dúvidas para o duelo, o treinador santista praticamente descartou o retorno do meia Giuliano, que ainda se recupera de uma lesão muscular na panturrilha esquerda.
“Difícil, não fez nenhum treino com bola ainda. Muito difícil para quarta-feira”, afirmou o comandante.
Além disso, Carille comentou sobre as situações do lateral Felipe Jonatan e do atacante Julio Furch, que deixaram o campo no intervalo, com desconfortos musculares. O Alvinegro Praiano ainda deve ter a baixa do jovem Kevyson, que foi substituído com muitas dores após sentir o joelho direito.
“Tanto o Felipe quanto o Julio, acho que pela experiência deles, não forçaram uma situação a mais. Felipe, se não me engano, é tornozelo. Serão avaliados, senão agora, amanhã cedo, e acredito que possam ter condições. Caso não tenhamos nenhum dos dois jogadores, vamos começar pensar no que é melhor fazer”, completou.
Com o resultado deste domingo, o Santos chegou a quatro vitórias no Paulistão e abriu ainda mais vantagem na liderança do Grupo A. Com 12 pontos somados, o time está oito à frente do Ituano, segundo colocado. Portuguesa, terceira com três, e Santo André, lanterna com dois, completam a chave.
Análise das opções para a lateral direita
São dois jogadores com características diferente, porém ocupam a mesma posição. O Hayner é mais um estilo de ala, com força, que chega e marca forte. O Aderlan é mais lateral, constrói mais por trás, posicionamento muito bom sem bola, acho que do tempo que trabalhou em Portugal e no Red Bull Bragantino. Ele foi uma surpresa e agradeço bastante à diretoria do Santos, porque ele estava jogando muito bem no Bragantino e fazendo boas campanhas, não pensei que fosse tão fácil para trazê-lo. Que bom que conseguimos. Tem sofrido ainda na parte física, ele mesmo tem passado isso para nós. Vem crescendo junto com a equipe e vai ser importante para a sequência da temporada.
Pituca atuar mais próximo dos volantes
Pode sim [o Pituca atuar mais próximo dos volantes]. Foi a falta de paciência no primeiro tempo, todo mundo querendo participar, abrindo muito pelos cantos. Chamei atenção que o Julio ficou muito isolado, os nossos estavam longe, o Cazares pela esquerda, Pituca muitas vezes pela direita e sem ninguém para construir perto do 9. Foi pela dificuldade do jogo e não tivemos paciência para ficar insistindo naquilo que seria melhor para nós.
Willian, Furch e Morelos jogarem juntos
Dos três atacantes, o único que é camisa 9 é o Julio. O Willian tem jogado de 9 nos últimos anos, mas sempre foi jogador de lado de campo e movimentação. O Morelos também é um cara que não fica, que sai, tem qualidade de jogo e pode ser um armador também. Podem jogar juntos. Não gosto de fazer algumas situações em jogo sem ter treinado, essa é uma questão que ainda não treinei, mas sei que pode.
Características de Cazares e Otero
O Cazares é 10. Tentei fazer uma situação contra o Palmeiras, fazer ele flutuar de fora para dentro e ser um meia, mas não tivemos controle do jogo e isso dificultou para ele. É um cara que precisa receber bola e fazer o time jogar. O Otero é um jogador de lado que pode jogar por dentro, mas é um meia-atacante, não é um meia-armador, que nem Cazares, Nonato e Giuliano. Ficamos com dois atacantes ter o Otero por dentro, parecido com Willian e Morelos. Já trabalhou comigo na Árabia, já utilizei ele assim e sei que não é um jogador que constrói e vai dar passe para gol. É um jogador de força, que bate muito bem na bola e se estiver oportunidade perto da área, vai finalizar bem e acertar no gol.
Consistência da dupla de zaga
É claro que eles [Gil e Joaquim] estão jogando bem, mas sem bola todos marcam, isso ajuda os zagueiros e facilita todo o sistema defensivo. Com bola, todos vão jogar. A construção do primeiro gol hoje veio de um passe de zagueiro, do Joaquim, que originou o pênalti. Ele é um jovem com potencial muito grande, tem que se preparar para coisas enormes, velocidade, força, imposição, tudo que um zagueiro precisa. A experiência do Gil está sendo importante. O João [Paulo] tem trabalhado muito pouco durante os jogos, estamos levando poucas finalizações e isso é muito importante, estou muito. Quem jogar vai ter esse auxílio de todo o time, porque todos vão marcar.
Início de João Schmidt no Santos
O [João] Schmidt não é um achado. Nós, que estamos no futebol, e eu ainda mais que estava no Japão… Ele jogou os últimos três anos no Kawasaki Frontale, um dos maiores da Ásia, time grande. Jogar no Japão é muito difícil, corrido, pegado, com muita técnica. Ele se sobressaiu, tinha propostas para continuar e conseguimos trazê-lo. Jogou no São Paulo, na Itália e em Portugal. É outro que achava difícil acontecer e aconteceu, está com início maravilhoso e acredito que possa crescer ainda mais, assim como toda a equipe.
Os primeiros gols de Guilherme pelo Santos
O Guilherme é outra questão, fez um ano muito bom no Fortaleza, enfrentei ele bastante na Árabia, onde foi bem também. Único lugar que não o acompanhei foi no Emirados, de resto, nos outros lugares, sempre manteve um nível muito legal. Acredito que, nos quatro primeiros jogos, ele foi prejudicado pelo campo, tanto em Ribeirão, Palmeiras, Ponte Preta, debaixo de muita água, e Água Santa também. Claro que os gols tiram peso, não só dele, mas de toda a equipe. Quantos mais gols fizermos, quanto mais jogadores fizer, dá um alívio geral.
Possibilidade de Willian jogar como meia
O Cazares é um cara que vai errar, porque é um meia que tem que tentar. No jogo contra o Palmeiras, ele deu um passe para o Willian, que não estava impedido. O bandeira deu, mas se acontece o gol, vai para o VAR e é gol. É um cara que precisa de liberdade para tentar, sim. É claro que a alta marcação das equipes dificulta para o meia e nós estamos nos encontrando ainda, por isso as vitórias, mesmo não sendo brilhantes, são importantes por dar confiança de que estamos no caminho certo. Estou feliz porque ele tenta, enxerga, tira do aperto. No primeiro tempo ele ficou muito aberto, para o segundo conseguimos trazê-lo para dentro. O Willian pode atuar por ali sim, talvez com mais trabalho e tempo para treinar. Não vejo isso tão cedo, nos próximos jogos. Mas, quando tivermos a semana aberta para trabalhar mais para frente, pode, sim, ser uma alternativa.