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·23 de outubro de 2025
Carlinhos Violino se despedia há 25 anos: Reinaldo lembra do técnico com emoção

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·23 de outubro de 2025

Há 25 anos, no dia 21 de outubro de 2000, Carlinhos Violino comandava o Flamengo pela última vez. A derrota por 2 a 1 para a Portuguesa, no Canindé, marcou o fim de um ciclo que atravessou gerações e consolidou a imagem de Luís Carlos Nunes da Silva como um dos maiores símbolos da história rubro-negra.
Figura lendária do Flamengo em todas as funções que exerceu, Carlinhos dirigiu o clube em 315 partidas, somando 161 vitórias, 83 empates e 71 derrotas. É o terceiro técnico com mais jogos na história rubro-negra.
Em sete passagens (1983, 1987, 1991, 1994, 1998, 1999 e 2000), foi chamado em momentos de instabilidade e sempre respondeu com conquistas. Sob seu comando, o Flamengo levantou os títulos do Campeonato Brasileiro de 1987 e 1992, da Copa Mercosul de 1999 e dos Cariocas de 1991, 1999 e 2000.
Antes, Carlinhos disputou 567 partidas com o Manto Sagrado entre 1958 e 1969, conquistando a Rio-São Paulo de 1961 e os Campeonatos Cariocas de 1963 e 1965. Meio-campista técnico, ficou conhecido pelo toque refinado e pela leitura de jogo apurada, virtudes que lhe renderam o apelido de “Violino”.
O ex-treinador encerrou o ciclo à beira do campo em 2000. Desde então, e mesmo após sua morte em 2015, sua influência segue viva nas lembranças de quem trabalhou com ele. Reinaldo é um desses nomes.
Formado na base rubro-negra, Reinaldo foi promovido ao elenco profissional por Carlinhos no fim dos anos 1990. Hoje, 25 anos depois da despedida do técnico, o ex-atacante recorda o período de convivência com carinho e gratidão.
“O Carlinhos, para mim, é uma das pessoas mais importantes da minha carreira, por tudo que fez por mim. Acreditou no meu futebol quando o Flamengo tinha grandes atacantes. Ele via em mim um talento, via que eu tinha condições de jogar no profissional e me deu a chance. Serei eternamente grato”, afirmou, em entrevista ao MundoBola Flamengo.
Reinaldo trabalhou com Carlinhos por cerca de duas temporadas desde que chegou ao profissional. Nesse tempo, aprendeu o valor da cobrança justa, da inteligência tática e da atenção aos detalhes. “Ele era uma pessoa inteligentíssima, sempre dava bons conselhos e ensinamentos, principalmente sobre posicionamento. Foi fundamental ter trabalhado com um treinador do nível dele, vencedor e humano.”

O ex-jogador lembra que a serenidade de Carlinhos vista do lado de fora escondia uma liderança firme e um senso de justiça. Essa combinação de sensibilidade e rigor marca a memória de Reinaldo. Além de ajudar a explicar o sucesso das passagens por diferentes gerações.
Carlinhos entendia como poucos o ambiente do Flamengo, transitava com naturalidade entre jovens e veteranos e também sabia reconstruir a moral do elenco quando o momento não era bom.
“Ele sempre dava um carinho especial para a gente da base, talvez por também ter sido um cria do Flamengo. Mas era um treinador de pulso firme, que sabia o momento de cobrar e o momento de acalmar. Esse equilíbrio fazia dele um treinador diferenciado. Se tivesse que cobrar, ele cobrava olho no olho. Ao mesmo tempo, passava tranquilidade durante o jogo e deixava o grupo confiante para jogar.”
O último jogo de Carlinhos como técnico do Flamengo aconteceu em 21 de outubro de 2000, na derrota por 2 a 1 para a Portuguesa, pelo Campeonato Brasileiro. Era o encerramento de uma trajetória de décadas no clube, primeiro como jogador e, depois, como treinador vencedor.
“Perder é sempre ruim, mas aquele jogo foi marcante. O grupo gostava muito do Carlinhos, ele tinha o elenco na mão. Não conseguimos dar a vitória que ele merecia, mas nada apaga a história dele. Foi um treinador vitorioso e um homem respeitado por todos. E como jogador, foi intocável. Era o Violino, elegante e competitivo”, recordou Reinaldo.
Mesmo em sua despedida, Carlinhos manteve o comportamento que o definiu por toda a vida: discreto, leal e sereno. Em 2011, o Flamengo inaugurou uma praça e um busto em sua homenagem na sede da Gávea.

Mais do que títulos, Carlinhos deixou uma filosofia de liderança baseada em empatia e verdade. Reinaldo, hoje técnico do Maricá, reconhece a influência direta do mestre em sua forma de conduzir grupos.
“O Carlinhos é um caso à parte. Aprendi muito com ele sobre o lado humano, sobre entender o atleta, saber o que está acontecendo com ele fora de campo. Isso é fundamental. Ele me ensinou que o treinador precisa olhar no olho do jogador e falar a verdade, sem curva. Esse caráter é o maior legado que ele deixou.”
O ex-atacante também revela que aplica no dia a dia de trabalho o mesmo método aprendido com o Violino. “Procuro saber como o atleta está, se dormiu bem, como está a família. O Carlinhos dizia que só assim dá para extrair o máximo de cada um. Ele me ensinou a ser verdadeiro, a conversar olho no olho, e isso é algo que levo comigo como treinador.”
Sereno, íntegro e profundamente identificado com o Flamengo, Carlinhos Violino atravessou gerações como exemplo de conduta e amor ao clube. Sua história permanece viva não apenas nas homenagens erguidas na Gávea, mas nas memórias daqueles que tiveram o privilégio de aprender com ele.
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