
Gazeta Esportiva.com
·14 de outubro de 2025
Casares diz que São Paulo divulgará relatório financeiro e aponta redução da dívida em R$ 57 milhões

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·14 de outubro de 2025
O São Paulo está adotando uma série de medidas para trazer mais transparência neste fim de mandato do presidente Julio Casares. Uma delas será a divulgação de valores de transferências de atletas e uma prestação de contas mais frequente, que deve ter início já nos próximos dias, segundo o mandatário.
Em coletiva concedida nesta terça-feira no SuperCT, Casares afirmou que o São Paulo deve divulgar, entre amanhã e quinta-feira, um relatório da finanças da gestão de janeiro a setembro deste ano. O presidente tricolor contou que, em reunião na última segunda-feira, ficou sabendo de números que indicariam que o clube está “no caminho certo”.
De acordo com o mandatário são-paulino, o São Paulo apresentará neste relatório uma redução de R$ 57 milhões na dívida do clube, que chegou a R$ 968,2 milhões em balanço divulgado em abril deste ano. Além disso, o documento indicado por Casares preverá um superávit de R$ 20 milhões.
“Tínhamos que reconectar o torcedor com a vitória. O São Paulo voltou a receber torcedores quebrando recordes, quebrou outros tabus contra o Fortaleza. Mas isso, claro, não conta a espiral que tivemos no crescimento da dívida, que também faz parte de um custo competitivo. Quanto mais você tem custo competitivo, mais você tem que investir. É uma dificuldade. Você tem que fazer a opção e buscar o equilíbrio. O relatório financeiro que deverá sair entre amanhã e depois, já aponta que, de janeiro a setembro, o São Paulo diminuiu a dívida em R$ 57 milhões. Esse é um dado novo que estou dando agora. E dá um superávit de quase R$ 20 milhões. O relatório será disponibilizado amanhã ou depois, estou conversando com o pessoal”, explicou o presidente.
O presidente também chegou a mencionar algumas conquistas do São Paulo no período de sua gestão, como o Campeonato Paulista de 2021 e a Copa do Brasil de 2023, mas focou no lado financeiro para tentar convencer os torcedores que, em sua visão, o Tricolor está no caminho certo.
“Acredito que, com esse viés de baixar dívida, com o viés de superávit, o São Paulo demonstra ao torcedor que agora, a segunda parte do mandato… é como se fosse o primeiro tempo. O primeiro tempo foi reconectar o torcedor com conquistas. O segundo é priorizar a revelação da base como ativo estratégico e o pilar financeiro de equalização da dívida. Já tem bons resultados, o FIDC [fundo de investimentos em direitos creditórios] está funcionando muito bem. Reduzir em R$ 57 milhões uma dívida nominal é algo muito importante. As dívidas dos clubes estão subindo e a nossa está em viés de baixa. Mais do que isso, um superávit até setembro. Além das conquistas em campo, acho que esses números mostram que o São Paulo está no caminho certo”, disse.
A atual gestão do São Paulo já negociou seis garotos da base apenas neste ano. Foram eles: Henrique Carmo, ao CSKA Moscou; William Gomes e Moreira; ao Porto, Luiz Henrique, ao Real Múrcia; Matheus Alves, ao CSKA Moscou; e Lucas Ferreira, ao Shakhtar Donetsk.
Julio Casares voltou a justificar a venda de tais jovens nesta terça-feira. Após a partida contra o Ceará, o presidente foi alvo de protestos e pediu desculpas à torcida, citando que o clube vivia um “período de sacríficios”. Ele, então, justificou a declaração nas redes sociais.
“Assumimos o São Paulo com uma dívida e ela aumentou. Esse aumento foi exatamente para investir em competições. Estavam previstas vendas de Pablo e o Nestor, que tiveram lesões gravíssimas, e criou-se um buraco dentro da nossa situação financeira. Nessa transição, depois dessas conquistas de reconexão com o torcedor, tínhamos que, pela necessidade, priorizar a recuperação financeira. Quando você vende um menino da base, você tem que vender para pagar outras contas. A despesa do futebol aumentou porque você precisa competir. Em alguns itens do custo total, você tem renovações de contratos e tem e luvas. Tem uma série de itens que traz um aumento natural da folha salarial”, avaliou.
(Foto: Thais Bueno/Gazeta Press)
O São Paulo, deste modo, tem sido obrigado a se desfazer se jovens promissores por valores aquém do potencial em razão da necessidade de fazer caixa e se adequar às demandas financeiras impostas pelo FIDC, fundo de investimento do clube.
“Temos que cumprir os números que aderimos ao FIDC, que é responsável. Temos uma responsabilidade hoje que é cobrir custos e equilibrar o São Paulo. Esses números que soube ontem a noite me deixaram feliz. Claro que eu gostaria que o jogador da base conseguisse ficar mais tempo, e vamos conseguir no momento em que tivermos menor pressão financeira. O São Paulo está em reconstrução, e não temos dúvidas que o São Paulo para 2030, onde não há adiantamento de receitas, o São Paulo traz bons contratos na mesa do futuro presidente, diferente de quando assumi”, concluiu Casares.