Esporte News Mundo
·11 de novembro de 2025
CBF define modelo de Fair Play Financeiro e inicia monitoramento de dívidas dos clubes já em 2026

In partnership with
Yahoo sportsEsporte News Mundo
·11 de novembro de 2025

A CBF apresentou aos clubes o esboço final do seu projeto de Fair Play Financeiro, que começará a ser aplicado já em 2026.
O modelo, descrito por Rodrigo Mattos e Paulo Vinicius Coelho, estabelece uma nova estrutura de fiscalização voltada principalmente para o controle de dívidas, a busca por equilíbrio financeiro e a responsabilização gradual de equipes que descumprirem obrigações.
Segundo ambos os jornalistas, o projeto está pronto e deve ser detalhado na Cop30, dentro do programa “Impacta CBF”, voltado para impacto social, ambiental e de governança.
Entre as diretrizes, a entidade passará a monitorar de forma rigorosa tanto o pagamento de débitos quanto indicadores econômicos dos clubes, como solvência, endividamento e relação entre receitas e despesas.
O primeiro eixo do novo Fair Play mira as dívidas contraídas a partir de 2026. Esses pagamentos serão checados em três janelas anuais, previstas para março, julho e outubro, embora a CBF tenha apresentado inicialmente o intervalo de março, julho e novembro.
Nessas datas, os clubes deverão comprovar que estão em dia com obrigações fiscais, acordos da CNRD, quitações determinadas pela Fifa ou dívidas com atletas e outras entidades. A inadimplência resultará em monitoramento imediato e punições graduais, que começam com advertências.
As dívidas antigas, acumuladas antes de 2026, passarão a ser fiscalizadas a partir de novembro do próximo ano, dando às agremiações um período de cerca de 11 meses para reorganizar seus passivos e evitar penalidades.
Além do controle de débitos, a CBF implementará métricas de acompanhamento financeiro: déficit ou superávit operacional, dívidas de curto prazo e proporção entre custos do futebol e receitas. As sanções relacionadas a esses indicadores só entrarão em vigor em 2028.
Um dos pilares do projeto é a exigência de déficit zero ou superávit, com exceção de gastos voltados à infraestrutura, ao futebol feminino e às categorias de base.
Outro ponto relevante envolve clubes em Recuperação Judicial. Nessas situações, times deverão manter a folha salarial igual ao período anterior ao pedido de RJ por três meses consecutivos. Além disso, durante a janela de transferências, terão obrigatoriamente de registrar lucro, impedindo aumento de despesas no momento mais sensível do processo.
O plano também prevê limites para o custo do futebol profissional. De acordo com Mattos, despesas com salários, amortização de jogadores e direitos de imagem deverão ficar abaixo de 70% das receitas totais, um mecanismo que busca reduzir o endividamento estrutural e melhorar a saúde financeira das equipes.
Apesar das novas regras, não haverá restrições para aportes de investidores, caso de clubes como Bahia e Red Bull Bragantino, que poderão continuar utilizando contribuições externas, via patrocínio ou diretamente, para cobrir prejuízos.
Com implementação gradual, o sistema inaugura um novo estágio de controle e responsabilização no futebol brasileiro, visando modernizar a gestão e reduzir o ciclo de endividamento crônico dos clubes.









































