Jogada10
·29 de junho de 2025
China sedia primeiro campeonato de futebol sem interferência humana; vídeo

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·29 de junho de 2025
A cidade de Pequim sediou neste sábado (28) a primeira edição da Liga Mundial de Futebol de Robôs, conhecida como RoBoLeague. O torneio representou um marco inédito na robótica esportiva ao reunir quatro equipes compostas exclusivamente por robôs humanoides. Cada time contou com três jogadores em campo, totalizando doze competidores autônomos em ação.
A competição ocorreu com o propósito de testar, em ambiente esportivo, as capacidades de robôs dotados de inteligência artificial. Durante as partidas, diversos incidentes chamaram atenção. Alguns robôs caíram em campo e precisaram ser retirados em macas por uma equipe simulada de atendimento médico, o que acrescentou um curioso toque de realismo à experiência.
Todos os participantes atuaram de forma totalmente autônoma, ou seja, sem qualquer interferência humana. As decisões estratégicas, os deslocamentos e até os passes foram conduzidos exclusivamente por algoritmos. Para isso, os robôs utilizaram sensores visuais avançados, capazes de detectar a bola, calcular a posição dos oponentes e planejar movimentos em tempo real.
Os modelos também estavam projetados para se levantar sozinhos após tombos. Contudo, alguns não conseguiram executar essa função corretamente e foram removidos do gramado por membros da organização simulando socorristas. Depois dos ajustes técnicos, retornaram à disputa normalmente.
O campeonato integra uma série de iniciativas da China que utiliza esportes como ferramenta de teste para desenvolvimento de robôs. A aplicação prática em competições de maratona, boxe e agora futebol serve como laboratório para avançar os limites da integração entre hardware e software.
Cheng Hao, CEO da Booster Robotics — empresa responsável pelo fornecimento dos equipamentos — reforçou a importância dessas atividades. “As competições aceleram o aperfeiçoamento de algoritmos e garantem que os sistemas embarcados funcionem em condições imprevisíveis”, afirmou.
Ele também projetou novos formatos para o futuro: “Talvez organizemos partidas entre humanos e robôs. Isso exigirá garantir total segurança para ambos os lados”.
Na fase decisiva do torneio, a equipe THU Robotics, representante da Universidade Tsinghua, venceu a Mountain Sea, da Universidade Agrícola da China, por 5 a 3. O duelo atraiu entusiasmo de torcedores, inclusive de famílias que acompanhavam de perto o avanço dos times. O torcedor Sr. Wu celebrou a conquista e exaltou o desempenho dos adversários:
“Eles (THU) foram muito bem. Mas o time Mountain Sea também impressionou. Trouxeram muitas surpresas”.
A Booster Robotics forneceu o corpo mecânico dos competidores, enquanto as universidades desenvolveram os próprios códigos de movimentação, decisão e estratégia. Cada formação técnica considerou variáveis como velocidade, força e direção ao programar os jogadores.
Enquanto o futebol tradicional masculino da China amarga resultados discretos — o país participou de apenas uma Copa do Mundo e já está eliminado da edição de 2026 — os robôs ganham visibilidade.
O público local tem demonstrado crescente interesse pelas disputas automatizadas, mais pela inovação tecnológica do que pelas habilidades físicas dos jogadores artificiais.