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·18 de novembro de 2025

Clube com mais dívidas do mundo, Barcelona busca soluções para sair de crise financeira

Imagem do artigo:Clube com mais dívidas do mundo, Barcelona busca soluções para sair de crise financeira

O Barcelona atravessa um dos períodos mais complicados de sua história. Segundo levantamento publicado por Chris Weatherspoon no “The Athletic”, os catalães têm dívidas de 1,45 bilhão de euros (R$ 9,02 bilhões), o que o coloca como o clube mais endividado do mundo. A crise é resultado de anos de má gestão, queda de receitas durante a pandemia e de uma política agressiva de salários e contratações de alto custo.

O Barcelona já havia finalizado a temporada 2020/21 com um prejuízo recorde no futebol mundial: 555,4 de euros milhões. Desde então, a situação financeira se agravou. O clube ainda tem pendências de pagamentos por atletas como Raphinha, Dani Olmo e Jules Koundé, além de Vitor Roque, Ferran Torres e Lewandowski.


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“O caso do Barcelona ilustra como o sucesso esportivo nem sempre garante o sucesso geral do clube. Se não bem administrado ou se baseado em objetivos de curto prazo, ou fundeados por recursos muitas vezes superiores à capacidade de pagamento do clube ou inadequados ao seu perfil de geração de caixa, pode gerar uma crise mais adiante. A pandemia acelerou um problema que já existia: uma operação inchada, dependente de receitas imediatas e com pouca margem para imprevistos. Durante anos, o clube priorizou o sucesso em campo com contratações caras e salários elevados”, analisa Moises Assayag, sócio-diretor da Channel Associados e especialista em finanças no esporte.

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Barcelona ainda deve ao Bayern pela contratação de Lewandowski – Judit Cartiel/Getty Images

Barcelona busca novas estratégias de monetização

Mesmo diante desse cenário alarmante, o Barcelona busca reverter o quadro por meio de novas estratégias de monetização, que incluem acordos de patrocínio, uso mais intenso de atletas formados na base e a venda parcial de direitos de mídia e marketing. O desafio, no entanto, é conciliar sustentabilidade financeira com a necessidade de manter o time competitivo em nível europeu.

“Isso dá um fôlego a curto prazo, mas não resolve o problema estrutural. A estratégia funciona para manter a competitividade imediata e para alavancar receitas. A ideia dessas parcerias é de multiplicar o volume de receitas de forma a aumentar os ganhos do clube em relação ao modelo atual. Não é uma transação meramente financeira, é uma decisão estratégico-operacional do clube que modifica sua perspectiva de geração de receitas. É algo como se candidatar a partilhar um pedaço menor de um bolo maior, de forma a ter um saldo de ganho positivo em relação ao modelo atual, em que tem 100% de um bolo menor,” comentou Assayag.

Mas quais medidas o Barcelona tem que fazer para se recuperar financeiramente? Para Moises, o caminho pode ser longo, mas só alguns anos com boas gestões podem tirar o clube catalão da situação em que está.

“O Barcelona precisará tomar medidas que equilibrem a conta entre ambição e responsabilidade, entre investimento, custos e capacidade de geração de receitas, com medidas direcionadas a reconstruir sua credibilidade financeira, como, de fato, tem tomado. O clube tem uma marca global muito forte, o que é um ativo poderoso, mas precisará de disciplina e paciência para voltar ao patamar de ganhos e de sustentabilidade financeira e desportiva que já teve”, completa.

Que lições os clubes do Brasil podem tirar desse problema?

Os outros clubes do mundo e principalmente no Brasil podem tirar muitas lições da situação atual do Barcelona. No entanto, precisam partir de uma gestão sustentável em que não se deve gastar mais do que se arrecada.

“O caso do Barcelona mostra que o tamanho da torcida e o poder da marca não garantem estabilidade. Algo como ‘camisa não ganha jogo’, como se diz entre os torcedores. Gestão em geral e a financeira, em particular, são fatores determinantes, independentemente do potencial comercial. Para clubes brasileiros, é um alerta sobre o risco de gastar mais do que se arrecada, de comprometer receitas futuras e de tomar decisões com base apenas em resultados imediatos. Sustentabilidade precisa estar no centro do projeto,” finalizou Assayag.

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