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Carter Batista·13 de maio de 2021
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Carter Batista·13 de maio de 2021
Depois de uma série de convincentes apresentações na Copa de 2018, os torcedores ingleses começaram a dizer que o futebol estava voltando pra casa: football’s coming home.
Na Copa do Mundo esse filho pródigo teve o caminho para casa interrompido na semifinal contra a Croácia, quando a Inglaterra sofreu uma dolorosa virada no estádio Lujniki em Moscou.
Por coincidência, fui testemunha ocular dessa partida e, in loco, pude acompanhar todo o entusiasmo dos ingleses, principalmente no pré-jogo, quando todos os sonhos são factíveis.
Depois disso, a Premier League se firmou como a mais importante liga nacional do mundo e estamos indo para a terceira final continental europeia disputada exclusivamente por clubes da Inglaterra.
A Velha Albion é, de fato, a casa do futebol desde a famosa reunião da Football Association de 1863, mas ainda nos falta saber quem é que manda nessa casa.
A primeira coisa a se dizer é que não é uma tarefa fácil se tornar o maior clube inglês e muito menos se manter lá em cima. Em toda a ilha estima-se que existam cerca de 40 mil clubes disputando uma miríade de ligas profissionais e amadoras.
Além disso, a importância de um clube será sempre maior ou menor a depender do recorte temporal que se aplica. Os próprios ingleses se referem ao grupo chamado BIG SIX (Arsenal, Tottenham, Chelsea, Manchester United, Manchester City e Liverpool) como as suas maiores potências, mas é bom lembrar que essa lista era de apenas 4, o BIG FOUR e que cresceu com os investimentos milionários que tiveram o Man City e o Tottenham mais recentemente.
Isso demonstra um pouco que não existe grandeza estacionária no futebol. Quem quer ser grande, deve se manter relevante, tão simples quanto isso.
Historicamente o Liverpool sempre esteve anos luz à frente da concorrência, mas com o advento da Era Alex Ferguson com o Manchester United vencendo 13 vezes a Premier League contra apenas uma do Liverpool essa distância foi obliterada.
Hoje o próprio United dá indícios de declínio de forma que é bem complicado cravá-lo no topo da lista, principalmente com as duas finais europeias que o Liverpool jogou recentemente, numa delas conquistando seu sexto título.
De qualquer forma, fazendo um recorte menor, pensando de forma doméstica, tendo apenas a Premier League como referência, somos forçados a concluir que o Chelsea e o Manchester City têm sido mais relevantes e mais protagonistas que Liverpool e United nos últimos tempos.
E um deles será campeão da UEFA Champions League em algumas semanas, reforçando ainda mais essa impressão.
Dito isso, eu preciso finalizar confessando aqui a minha própria incapacidade de escolher apenas um clube dentre os 40 mil que repousam sob o signo dos Três Leões e apontá-lo como o maior.
Você seria capaz?
Carter Batista é colunista convidado do OneFootball e escreve a coluna Clubismo OF às quintas-feiras.
Foto de destaque: IMAGO / PA Images