Jogada10
·15 de setembro de 2025
Com ou sem título, efeito Ancelotti é para uma única Copa

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·15 de setembro de 2025
Menos de um ano separa a Seleção Brasileira da Copa do Mundo de 2026, e Carlo Ancelotti não vê como obrigação a conquista do troféu, que não desembarca em solo nacional desde 2002. Em entrevista ao L’Équipe, o treinador foi claro: “A obrigação é tentar (a conquista do Mundial), ninguém tem obrigação de ganhar. Quem no futebol tem obrigação de ganhar?”.
De duas, uma: ou a afirmação de Carleto é uma tentativa (precipitada, que fique claro) de tirar a pressão sobre o Brasil ou então ainda não entendeu que, sim, foi contratado para findar uma seca que em 2026 chegará aos mesmos 24 anos entre as conquistas do tri e do tetra pela Canarinho.
“Assinei por um ano porque acho que foi a coisa certa a fazer. Mas estou muito feliz aqui. Posso ficar por mais dois anos. Ou mais quatro anos”, declarou o italiano.
Quisera eu acreditar, mas não consigo. Dificilmente Ancelotti ficará na Seleção Brasileira para um ciclo inteiro. Ainda mais em caso de insucesso na Copa do Canadá, EUA e México. Com (ou sem) título, não aposto uma ficha sequer na continuidade para o Mundial de 2030.
Supervitorioso campeão em clubes, Carleto permitiu se aventurar na Seleção Brasileira em uma Copa do Mundo. E a CBF o queria mais que tudo, então por que recusar? Todavia, não acredito que ele tome gosto por um ciclo completo.
Até porque foi escolha dele assinar por um ano. E como ainda não provou o amargor das críticas (o que viria a ocorrer somente em caso de insucesso na Copa), é normal dizer que está se sentindo feliz no cargo. Sentimentos passam. E a felicidade de hoje em nada garante a continuidade no pós-2026.
Fora que a representatividade de Ancelotti o blinda de qualquer dura crítica nos amistosos até o Mundial. Sejamos realistas: Trata-se do quarto e último nome à frente do Brasil neste ciclo, que teve Ramon Menezes, Fernando Diniz e Dorival Júnior. Se houver críticas, jamais serão na mesma medida de seus antecessores.
Antes de assumir a Seleção Brasileira, aliás, Ancelotti comentou que encerraria a carreira como técnico na Espanha: “Vou me aposentar no Real Madrid. Minha carreira vai se encerrar no Real Madrid. Enquanto o clube me quiser, estarei disponível para ele”, afirmou, em maio de 2024, ao jornal italiano “La Repubblica”.
A entrevista do treinador ao “L’Équipe” foi decepcionante. Ao colocar o Real Madrid como única opção após a Seleção Brasileira, revela questões. Por mais que fosse perguntado, o papel do Mister seria, no mínimo, desconversar.
Como tantas vezes ele fez enquanto técnico dos merengues e convivia com perguntas sobre assumir o Brasil. Por que não manteve o mesmo senso?
Ancelotti já mostra, sim, um sinal de que não resistirá a um futuro convite dos espanhóis. E convenhamos. Com ou sem título do Brasil, o Real Madrid (que não vai chegar a lugar algum com Xabi Alonso) vai procurar pelo seu ex-treinador, que estará de braços abertos para o reencontro.