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·18 de setembro de 2024

Com plano de jogo perfeito, a Inter segurou o Manchester City pela Champions League

Imagem do artigo:Com plano de jogo perfeito, a Inter segurou o Manchester City pela Champions League

Quis o destino, ou melhor, o software que sorteou os duelos da nova Champions League e os dirigentes da Uefa responsáveis pela logística, que, logo na primeira rodada da fase de liga da competição, Manchester City e Inter reeditassem a decisão de 2022-23. Na Inglaterra, e não no campo neutro de Istambul, o roteiro foi similar: a equipe italiana conseguiu tirar os espaços dos britânicos, limitou o poder de fogo de Haaland e ainda ameaçou em contragolpes. Os finais dessas histórias, porém, foram diferentes. Na Turquia, o gol de Rodri deu o título aos Citizens; nesta quarta, os nerazzurri seguraram o 0 a 0 e arrancaram um valioso ponto.

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Nesta quarta, aliás, o citado Rodri estreou como titular do Manchester City na atual temporada, já que havia sofrido uma lesão na final da Euro, vencida pela Espanha. Além de ter seu cérebro de volta, o time de Pep Guardiola ainda contaria com um Haaland devastador, distante dos problemas físicos que viveu em 2023-24: o norueguês marcou nove dos 11 gols dos Citizens e balançou a rede mais vezes do que todos os outros times desta Premier League.


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A Inter, por outro lado, entrou no campo do Etihad Stadium cheia de alterações em relação a seu time titular habitual – um efeito colateral das contestáveis e inócuas mudanças que Simone Inzaghi efetuou no fim de semana, contra o Monza, pela Serie A. Com dores musculares, Dimarco foi poupado; já Lautaro, Mkhitaryan e Pavard começaram no banco. Dessa maneira, Carlos Augusto, Bisseck, Zielinski e Taremi integraram o onze inicial nerazzurro.

O jogo inteiro seguiu a mesma tendência. A Inter defendeu bem o espaço entre as suas linhas mais recuadas, se fechando num 5-3-2 e evitando que Haaland, De Bruyne, Grealish, Savinho e Bernardo Silva tivessem a chance de receber a bola de frente para o gol – o que ocorreu raras vezes na partida, e principalmente no fim, quando os defensores já estavam mais cansados e passaram a ser atacados por Foden, Doku e Gündogan. Além disso, o sacrifício contínuo dos atacantes Taremi e Thuram se aliou às conscientes atuações de Zielinski e Barella, permitindo que a marcação sob pressão e as transições fossem engatilhadas rapidamente, como numa coreografia muito bem ensaiada.

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Os meias da Inter fizeram uma boa partida e, além de se sacrificarem na marcação, tiveram astúcia para puxar contra-ataques (Getty)

Devido aos encaixes bem arquitetados por Inzaghi, que venceria o duelo tático com Guardiola, o Manchester City tornou a sua posse de bola quase estéril – considerando o volume de jogo que costuma gerar, evidentemente. Mesmo tendo vantagem no quesito, o time inglês não teve eficácia e cedeu campo para os contragolpes da Inter. Com a inteligência dos meias e atacantes citados acima, esses lances foram mais perigosos até meados da segunda etapa, quando o coletivo italiano rendeu menos, por cansaço e por conta das mudanças feitas nos times.

Durante os primeiros 25 minutos, a Inter se defendeu sem sustos e ainda soube circular a bola direitinho nos contra-ataques, quase sempre se fiando na astúcia de Taremi, Zielinski e Barella. Porém, não se achou nas finalizações: concluiu pouco e, na melhor oportunidade, Thuram chutou fraco e sem direção. O Manchester City, por outro lado, só conseguiu levar perigo numa cabeçada central de Haaland. Aos 29, numa jogada que fugiu desse cenário, Ederson tentou salvar um escanteio num carrinho desembestado, deixou o gol aberto e a Beneamata só não abriu o placar, com um canudo de Darmian, porque Gvardiol entrou no caminho da pelota e cedeu o corner.

Na casa dos 35 minutos, Savinho deu trabalho pelo flanco direito e a Inter hesitou muito na hora de cortar a bola com um balão, nas várias oportunidades que teve. No “deixa que eu deixo”, a pelota sobrou para Haaland, que arrematou mascado da meia-lua e tirou tinta da trave. A Beneamata respondeu logo após, com pressão alta na saída adversária e um chute para fora, de Thuram. Na tréplica, os Citizens fizeram Sommer crescer na frente de De Bruyne. Já nos acréscimos da primeira etapa, num novo contragolpe nerazzurro, Carlos Augusto forçou Ederson a rebater a sua conclusão para escanteio. No fim das contas, foram os italianos que finalizaram mais vezes – três contra duas.

Apagado e, aparentemente, desgastado do ponto de vista físico, De Bruyne saiu no intervalo, dando lugar a Gündogan. A troca mudou pouco o funcionamento do Manchester City e os mecanismos do jogo em si, já que a Inter manteve o seu plano. Aos 53, a estratégia de Inzaghi quase ganhou uma cereja no bolo, já que a sua equipe engatou ótimo contra-ataque, quando Taremi achou Darmian livre, na avenida aberta nas costas de Gvardiol e Grealish. Entretanto, o lateral preferiu passar de calcanhar, para quem vinha de trás, ao invés de chutar – e ele estava cara a cara com Ederson.

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Inteligente taticamente e na busca de espaços, Taremi foi importante para o plano de jogo nerazzurro (Getty)

Dali em diante, o jogo se desenvolveu na alternância entre raras chances do Manchester City, que pouco conseguiu impor sua capacidade de criar espaços e apelou até para a bola aérea, e contragolpes da Inter. Aos 69, na melhor trama inglesa na partida, de pé em pé, a pelota ficou com Foden, que chutou para a agasalhada segura de Sommer. O goleiro suíço trabalharia bem novamente aos 79, num arremate de média distância de Gvardiol, e aos 87, quando sua defesa saiu jogando mal e deixou Foden com muito espaço para finalizar. Porém, o inglês se precipitou e pegou mascado.

Renovada em fôlego com a entrada de peças importantes, como Lautaro, Mkhitaryan e Dumfries, a Inter também levou perigo em dois contra-ataques, aos 76 e aos 84 minutos. No primeiro, o argentino dialogou com Barella, que acionou o ala holandês. O cruzamento rasteiro chegou ao meia armeno, que finalizou por cima. Depois, o camisa 23 nerazzurro confundiu a marcação ao buscar Martínez na esquerda e não Dumfries, no lado oposto. O artilheiro interista centralizou e bateu para a defesa segura de Ederson.

No finalzinho, o Manchester City foi para o abafa, com Doku buscando jogadas individuais para cima dos desgastados Bastoni e Carlos Augusto – e não sobre Pavard e Dumfries, que entraram pouco antes. Porém, foram de Gündogan as grandes ocasiões britânicas. Aos 89, o meia conseguiu subir sozinho, após Acerbi saltar no vazio, mas cabeceou no meio e Sommer segurou firme. No último lance do jogo, o alemão também errou na testada a partir do centro da área e mandou por cima da baliza.

Em Istambul, muita gente avaliou que a Inter talvez não tivesse merecido levar aquele gol de Rodri – e, portanto, deixou o campo com uma derrota injusta. Dessa vez deve haver convergência na análise: a equipe italiana foi mais eficiente na execução de seu plano de jogo e pode ficar feliz com o resultado. O ponto é muito valioso para os nerazzurri, considerando a sua agenda na Champions League, já que têm amplo favoritismo nos confrontos das próximas duas rodadas, contra Estrela Vermelha e Young Boys, e terão a chance de chegar ao duelo com o Arsenal, na quarta jornada, em boa situação. Ademais, a Beneamata enviou um recado para o Milan, seu adversário de domingo, pela Serie A.

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