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·08 de fevereiro de 2021

Como o carrasco do Palmeiras se tornou uma lenda do futebol mexicano

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Quando André-Pierre Gignac foi anunciado como reforço do Tigres, em junho de 2015, muita gente estranhou. Afinal, o francês, no auge de seus 29 anos, havia terminado como vice-artilheiro da Ligue 1 com 21 gols, à frente de craques como Zlatan Ibrahimovic e Edinson Cavani, e tinha propostas de diversos clubes europeus. Ainda assim, sem contrato após deixar o Olympique de Marselha, decidiu ir para o México.

A priori, era uma transferência inusitada. Jogadores europeus não costumam emigrar para a Liga MX, principalmente em um bom momento de suas carreiras. Pep Guardiola, Emilio Butragueño e Luis García tentaram a sorte no Dorados, Celaya y Puebla e Pumas, entre outros. A lenda portuguesa Eusébio também se aventurou por lá no Rayados. Mas Gignac, desde o princípio, era diferente.


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Nos últimos cinco anos, a transferência de Gignac se tornou um momento decisivo na longa história da instituição. Sua contratação deu início a um período de conquistas sem precedentes, que transformou o astro francês em um fenômeno único no esporte mexicano. Não apenas pelos gols e títulos com o Tigres, mas o francês mergulhou de cabeça do país, transformando-se em uma figura carismática e querida.

Marcado na história do Tigres não só apenas pelo gol da vitória contra o Palmeiras, que classificou o time mexicano para a inédita final do Mundial de Clubes, mas por uma trajetória que começou a ser escrita justamente contra uma equipe brasileira. O francês demorou dois jogos para balançar as redes pelo Tigres. O primeiro gol saiu contra Internacional, eliminando o clube gaúcho nas semifinais da Libertadores de 2015.

O título sul-americano não veio, mas o início da relação Tigres-Gignac era promissora. Quase seis anos após sua chegada, o francês bateu recordes no atacado, consolidando-se como uma potência nacional e em toda a Concacaf. Ele levou os Felinos a quatro títulos da Liga MX e, mais recentemente, à tão esperada conquista da Concachampions, o primeiro troféu internacional do time. Ele é o maior artilheiro de todos os tempos do Tigres, com 153 gols.

“Quando chegou, Gignac já falava mais ou menos espanhol", relembrou Jurgen Damm em entrevista à Goal. “Ele adora ser muito bom em tudo. Queria dominar o idioma porque ia ficar muito tempo no México e isso facilitaria a comunicação. Com o tempo, ficou melhor. E hoje ele fala como um mexicano!".

Após o título inédito da Concachampions, o Tigres partiu para o Mundial com a missão de fazer história e Gignac personifica esta ideia. Fez dois gols para virar o duelo contra o Ulsan Hyundai e foi o autor do gol da vitória contra o Palmeiras na semifinal. Desafiar o Bayern de Munique pelo título de campeão do mundo é um território desconhecido para um clube mexicano. Mas, com o francês envolvido, certamente os Felinos não podem ser descartados previamente.

"Ele é o melhor jogador do México no momento. Ele é o mais bem pago e vale a cada centavo. Ele é uma fera, como o Black Mamba do futebol", disse José Francisco Torres, companheiro de clube, comparando o francês a Kobe Bryant.

"Ele é um modelo por onde passa. Desde o início, sentimos sua presença, qualidade e objetivos. Ele é a contratação mais importante da história (do Tigres)", acrescentou Damm.