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·22 de abril de 2025

Conheça a história do botafoguense que já fez loucuras pelo Estudiantes

Imagem do artigo:Conheça a história do botafoguense que já fez loucuras pelo Estudiantes

Em “O Segredo Dos Seus Olhos”, Pablo Sandoval, interpretado por Guillermo Francella, ensina a Benjamín Esposito, personagem de Ricardo Darín, que as pessoas podem mudar de tudo. De cara, casa, família, namorada, sexo, religião, Deus… Mas há algo imutável na vida do contribuinte. Não se pode mudar de paixão. A cena do filme mais cultuado da Argentina nos últimos anos resume a semana do alvinegro Wendel Gaspar. Longe do Rio de Janeiro, o estudante de Medicina até adotou outro relacionamento nos últimos anos. E olha que foi muito intenso! Porém, nada se compara ao reencontro com o primeiro amor, como na partida desta quarta-feira (23), entre Estudiantes e Botafogo, às 21h30, no Estádio Uno, em La Plata, pela terceira rodada do Grupo A da Copa Libertadores. Esse sentimento ninguém entende!

Aquela noite em Lanús

Sem a oportunidade de frequentar o Estádio Nilton Santos aos fins de semana por trocar a Cidade Maravilhosa pela Cidade das Diagonais, Wendel adotou o Estudiantes e passou a viver suas emoções futebolísticas seguindo o Pincha enquanto acompanhava o Mais Tradicional pela televisão. Desde 2020 em La Plata, levou a sério o gosto pelo León e tornou-se sócio do clube. Não só vestiu a camisa e frequentou a tribuna popular do Uno como também participou ativamente da torcida. Às vezes, aliás, cometendo loucuras. Em uma delas, foi parar em La Fortaleza de Lanús, na Grande Buenos Aires, na vitória sobre o Defensa y Justicia por 1 a 0, na final da Copa Argentina, em dezembro de 2023.


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“Vivi muito a arquibancada do Estudiantes. Os argentinos têm o costume de entrar cedo no estádio. Naquele dia, uma amiga estava lá e me avisou que os seguranças não estavam conferindo direito se os torcedores que ali estavam tinham ingressos. No próprio Uno, sem bilhete, desenrolei a entrada mostrando o carnê de sócio. Resolvi arriscar e, faltando uma hora e meia para o jogo, peguei um trem para a capital federal e outro de lá para Lanús. Quando teria a chance de ver uma final de novo. Foi uma loucura. Não me deixaram entrar. Não sabia como voltar. O trem já não circulava no horário. Mas aí uma menina passou mal e ficou na porta. Alguns torcedores, então, saíram do estádio para ajudá-lo. Tirei a camisa e, junto àquele grupo, comecei a abaná-la também. Pouco depois, na confusão, já estava dentro do estádio”, relatou Wendel, em entrevista ao Jogada10.

‘Entra aí’, diziam os barras-bravas do Estudiantes

A saga não terminou no apito final e com o Pincha levantando a taça no gramado. Estava tarde e já não havia mais transporte público para voltar a La Plata. Qual a solução? Entrar em um dos ônibus da caravana da torcida organizada do Estudiantes, a barra-brava do time alvirrubro. O sacrifício teve a sua recompensa, afinal, não é todo dia que a sorte sorri. Até os torcedores apontados como “mais baderneiros” se sensibilizaram com Wendel.

“Quando acabou o jogo, me toquei que não havia como regressar. Em seguida, me meti em um ônibus deles. Estava com medo de me colocarem para fora. Mas eles me convidaram para entrar. Chegamos em La Plata na madrugada e tomamos a Plaza Moreno. É um ponto muito central da cidade. Ficamos até 6h celebrando. Viajaria, no dia seguinte, para o Rio de Janeiro. Coloquei um monte de roupas de frio na mala. Para você ver o tamanho da loucura”, completou o estudante de 26 anos.

La Plata também é Terra Prometida

Nesta jornada da Libertadores, no entanto, o foco é outro. Hora de guardar a camisa do Estudiantes no armário. Wendel é um dos idealizadores da ArgenFogo, grupo de alvinegros que explodiu nas redes sociais durante a última Copa Libertadores e ganhou notoriedade no universo preto e branco. Depois de quase cinco anos, ele, enfim, terá a chance de ser o anfitrião dos botafoguenses que chegam do Rio de Janeiro, Buenos Aires e outras partes do continente sul-americano. No último domingo (20), La Plata ganhou até bandeira para marcar território. Melhor do que isso, só ir a pé ao Estádio Uno.

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Los Pibes de Botafogo marcam presença na Cidade das Diagonais – Foto: Divulgação

“Assim que saiu o sorteio dos grupos, abri um sorriso de orelha a orelha. Falei para os meus amigos do Estudiantes que teríamos esse encontro. Eles cantam ‘Cuando juega el Pincha, La Plata es um Carnaval‘. Eu respondo que, para falar sobre Carnaval, só com um carioca. Até agora, é uma rivalidade muito saudável. Vou caminhando até o estádio, onde chego em oito minutos. No Rio, estou a uma hora do Nilton Santos. Não tenho palavras para descrever o fato de o Botafogo jogar aqui. Parafraseando o Marlon Freitas, é uma Terra Prometida também”, agregou o escolhido.

Diante de tanta alegria e de reencontros, agora, resta ao atual campeão continental e brasileiro fazer sua parte.

“A expectativa é muito boa, mesmo levando em consideração o momento do Botafogo, com o atraso na definição do técnico, a adaptação ao estilo de jogo do Renato Paiva e a falta de solidez defensiva da equipe. O Estudiantes também não está bem, com só uma vitória nos últimos oito jogos, então, temos chances. A torcida está um pouco impaciente com a quantidade de gols que o time toma e a falta de jogo aproximado no ataque. A vitória, portanto, é essencial para assegurar uma certa paz”, finalizou.

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