Jogada10
·02 de outubro de 2022
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A tragédia que deixou mais de uma centena de mortos no estádio Kanjuruhan, na Indonésia, neste sábado (1/10), durante a partida entre Arema e Persebaya, poderia ter causado, também, a morte de três jogadores brasileiros do time visitante. Higor Vidal, Léo Lelis e Sílvio Júnior, do Persebaya Surabaya, tiveram que sair do estádio num veículo blindado. Mesmo assim, torcedores criminosos do Arema (que conta com um brasileiro) partiram para o ataque, tentando atingir – em vão – quem estava no carro.
“Se a gente estivesse de ônibus lá, a gente morria. Com certeza. Teríamos sido queimados vivos dentro do ônibus”, d disseram os atletas ao GE, impressionados com o nível de selvageria que tomou conta do estádio.
Leo Lélis, que chegou a jogar na base do Fluminense, defende o Persebaya – Reprodução/Instagram
A invasão de torcedores fanáticos do time anfitrião, o Arema FC, ocorreu logo após a derrota por 3 a 2 para os visitantes do Persebaya Surabay, que disputam a primeira divisão da liga da Indonésia. Assim, as primeiras estimativas eram de 125 mortos, mas este número foi atualizado. Além disso, mais de 320 pessoas ficaram feridas.
Os jogadores brasileiros do Persebaya Surabay comentaram que, ainda no vestiário, quando o time festejava a vitória por 3 a 2, a polícia chegou pedindo que todos fossem embora rapidamente. Assim, não houve tempo nem mesmo para o banho. O clássico Arema x Persebaya Surabaya ocorre desde 1992 e esta foi a primeira vitória dos visitantes em mais de duas décadas. Mas ninguém pôde comemorar.
Higor Vidal também defende o Persebaya, time visitante que protagonizou os atos de violência – Reprodução/Instagram
O paranaense Higor Vidal, de 26 anos, disse que, a princípio, imaginava que presenciaria algo como um Atletiba (o tradicional confronto entre Athletico-PR e Coritiba, clássico no sul do Brasil). Porém, o que ele viu foi algo inimaginável.
“As pessoas vão lá (no estádio indonésio) para dar a vida pelo time mesmo. É uma tensão do começo ao fim”, disse, ainda espantado com a violência.
Adilson Maringá é goleiro do Arema Reprodução/Instagram
O Arema FC, anfitrião cujos torcedores atacaram os rivais, tem um brasileiro na equipe: o goleiro Adilson Maringá. Formado pelo Rondonópolis (MT) em 2014, ele está no Arema desde julho de 2021. Tem 32 anos. E, por ser do time da casa, não sofreu ameaças após a partida.
Já os três brasileiros do Persebaya Surabaya, que tiveram que fugir do estádio, são:
Higor Vidal – Paranaense de Londrina, o meia ofensivo começou a carreira no Paraná Clube em 2014 e está no Persebaya desde junho deste ano. Tem 26 anos.
Léo Lelis – Paulista de Ipuã, o zagueiro se formou pelo Fluminense em 2013 e está no Persebaya desde abril deste ano. Tem 28 anos.
Sílvio Júnior – Paulista de Ribeirão Preto, o centroavante começou a carreira em 2015, no Ituano (SP) e está no Persebaya desde junho deste ano. Tem 28 anos.
Silvio Júnior, o terceiro brasileiro do Persebaya – Divulgação/Persebaya
Com a tragédia, a liga nacional suspendeu as partidas da competição por uma semana. A Associação de Futebol da Indonésia vai investigar o caso.
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