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·13 de outubro de 2020
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A coluna Lado B do Futebol, traz hoje a primeira parte da entrevista com o treinador e ex-jogador de futebol Marcos Falopa. Marcos nasceu em 2 de abril de 1949 e em anos de carreira no esporte já teve a oportunidade de trabalhar nos cinco continentes. Além disso, obteve importantes cargos e até mesmo conquistou títulos como treinador ou diretor de futebol pelos clubes em que passou ao redor do mundo.
Desde pequeno Marcos jogava bola na rua, nos campinhos e na várzea. Posteriormente, acabou indo jogar no futebol mirim do Palmeiras e no Nacional AC. Contudo, foi parar no futebol de campo na base do Palmeiras a convite do treinador Mário Travaglini. Além disso, passou pelo Botafogo FR, do Rio de Janeiro, Campo Grande do Rio, EC Saad de São Caetano, atual EC São Caetano e na sequência foi para o Santo André FC.
Desse modo, em sua passagem pelo Santo André ingressou na faculdade de educação física da cidade com o objetivo de trabalhar na parte técnica do futebol. No entanto, enquanto ainda estudava, se tornou treinador em 1973 trabalhando em escolas de futebol e na base de clubes. Todavia, a primeira escola em que trabalhou foi na Escola de Futebol da Aclimação-SEME (Secretaria Municipal de Esportes).
Sendo assim, na SEME também fez parte da organização técnica da Taça São Paulo de Futebol Juniores. Segundo Marcos, nessa época, a Taça São Paulo era mais seleta em 73, tinha menos equipes, mas os jogadores eram de bom nível técnico. Ele afirma ter visto grandes jogadores começarem, como Muller e Silas, do São Paulo, Batista, Caçapava e Jair, do Internacional, Mendonça, do Botafogo, entre outros.
Depois de se formar na faculdade e fazer uma especialização em futebol pela USP, em 1976 Marcos Falopa foi para os Estados Unidos a convite dos Partners of América & Coca-Cola com mais quatro técnicos brasileiros. Sendo assim, por lá ele deu cursos e Soccer Clinics em escolas e universidades Norte-Americanas. De acordo com Falopa, gostaram tanto do trabalho dos técnicos que os convidaram para visitar a Casa Branca e o Capitólio.
“Em 1977, devido ao sucesso do trabalho em 1976, os Partners, Coca-Cola, NSCAA (Associação de Treinadores dos EUA), ABTF (Associação Brasileira de Treinadores) e CBF, nos chamaram novamente para o programa, levando agora 20 técnicos brasileiros, entre eles, ex-jogadores campeões do mundo. Foi sucesso absoluto, recebemos cartas de agradecimento das universidades e do governo americano, ajudamos a abrir portas para os treinadores brasileiros nos Estados Unidos“.
Ao voltar para o Brasil, o ex-jogador foi contratado pelo EC Pinheiros para montar o futebol de base no clube. Desse modo, por lá ele montaria uma academia de futebol para disputar campeonatos. Posteriormente, o treinador Otto Glória, que também era presidente da ABFT em São Paulo, o indicou para a equipe profissional do Marília AC. Depois dali, Marcos foi para o Palmeiras.
Em 1979, a convite da Confederação e do Comitê Olímpico do Catar, e por indicação de Otto Glória, o empresário de futebol Elias Zacur foi até São Paulo bucar Marcos. Dessa forma, Falopa e mais oito treinadores brasileiros foram levados para a península árabe para treinar as equipes do país. Todavia, o trabalho dos técnicos por lá foi pioneiro e árduo como explica o ex-atleta.
“Fomos pioneiros no Catar, um trabalho árduo no deserto, formar e treinar. Treinei o Al Tawoon FC, hoje o Al Khor FC, e montei uma academia de futebol para o sheik. Trabalhei com os juniores e a equipe principal, ainda amadores, chegamos à final da Copa do Sheik. Até hoje os resultados são bem lembrados por eles. Dá li segui para outros países do mundo árabe, dos quais tenho boas lembranças”.
Marcos Falopa não só passou por clubes e seleções nacionais em diversos países, como também esteve em diversas categorias e divisões. Sendo assim, ele trabalhou nos cinco continentes, como treinador e diretor técnico. Ele também disputou torneios, competições, amistosos e dava cursos pela CONCACAF, CAF, FIFA e Federações/Associações de Futebol.
Além disso, no Brasil trabalhou com a Seleção Brasileira Sêniors. Entre os jogadores que teve a oportunidade de atuar estão; Pelé, Edu, Felix, Rivelino, Jairzinho, Clodoaldo, Ado, Dicá e Dadá Maravilha. Aqui também esteve em vários clubes, entre eles o Comercial FC, Marilia AC, AA Ponte Preta, Penapolense, Palmeiras, Santos FC, União de Mogi, ECO, de Osasco, e ECOS, de Suzano.
“No exterior, treinei clubes na Índia, Japão, Camarões, Catar, Bahrain, Emirados Árabes e na Itália. Esteve fazendo Scouting e formando talentos em clubes, tendo sido pioneiro no Catar e em Camarões. Como diretor técnico da CONCACAF, fiz trabalho nos 40 países que a compõem, citando os principais: Estados Unidos, Canada, México, Costa Rica, Trinidad & Tobago, El Salvador, Guatemala, Panamá, Cuba, etc. Fui também, treinador e diretor técnico das Seleções Nacionais da África do Sul, Omã, Myanmar, São Cristóvão, São Vicente, Ilhas Virgens, entre outras”, conta Marcos.
Em breve, a coluna Lado B do Futebol irá trazer a segunda parte da entrevista com o ex-jogador. Sendo assim, ele falará um pouco do porque decidiu virar treinador, sobre os títulos que ganhou, sua maior realização como técnico e em qual, ou quais, país(es) mais gostou de trabalhar.
Foto destaque: Divulgação/Acervo pessoal
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