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·07 de março de 2025
Conmebol publica nota contra racismo, mas segue sem agir

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·07 de março de 2025
Mais um caso de racismo aconteceu no futebol sul-americano. A Conmebol publicou nota oficial sobre o episódio em que Luighi e Figueiredo, jogadores do Palmeiras, sofreram nesta quinta-feira pela Copa Libertadores Sub-20.
Após a partida, a entidade sul-americana publicou na rede social "X": "A CONMEBOL rejeita categoricamente todo ato de racismo ou discriminação de qualquer tipo. Medidas disciplinares apropriadas serão implementadas, e outras ações estão sendo avaliadas em consulta com especialistas da área", disse a instituição, que segue sem agir com rigidez nesses casos.
Apesar das palavras afirmando rejeitar os casos preconceituosos e que irão tomar medidas, um fato é: a entidade segue em inércia nos episódios de racismo no continente sul-americano, em muitos casos até ignorando o ocorrido.
O caso desta quinta-feira não foi o primeiro em confrontos entre as equipes. Em 2022, a Conmebol não respondeu a um comunicado do Palmeiras, no qual o clube cobrou punições mais severas em casos de racismo.
Em confronto contra a equipe paraguaia, um torcedor do Cerro Porteño imitou um macaco em direção aos torcedores do Palmeiras. O caso se repetiu com Luighi e Figueiredo.
Na partida disputada na Neo Química Arena, um torcedor argentino fez gestos racistas e foi detido pela polícia, contudo, foi solto após pagamento de fiança. Não satisfeito, o adepto do Boca Juniors ainda debochou do ocorrido após ser solto.
Uma infeliz certeza que os torcedores e jogadores possuem atualmente, é que ao disputar uma partida fora de casa pela Libertadores ou Sul-Americana, sofrerão racismo da torcida rival. Recentemente, diversas partidas do Flamengo foram palco para o preconceito.
A mais recente foi contra o Bolívar, na fase de grupos da Libertadores de 2024, quando um torcedor da equipe boliviana cometeu o crime em direção à cabine de imprensa no estádio Hernando Siles. Além do episódio, o ônibus do Flamengo foi apedrejado na chegada ao local da partida.
Na Libertadores de 2022, o Rubro-Negro expôs nas redes sociais um caso de racismo na partida contra a Universidad Católica, do Chile. Torcedores chilenos jogaram pedras, garrafas e sinalizadores na torcida do Flamengo, com uma criança sendo ferida.
No artigo 17 do Código Disciplinar da Conmebol, está previsto uma multa de 100 mil dólares para casos de racismo e outros motivos:"2. Qualquer Associação Membro ou clube cujos apoiadores insultem ou ofendam a dignidade humana de outra pessoa ou grupo de pessoas, por qualquer meio, por motivos de cor de pele, raça, sexo ou orientação sexual, etnia, idioma, credo ou origem, estará sujeito a uma multa de no mínimo CEM MIL DÓLARES AMERICANOS (USD 100.000). Outrossim, o Órgão Judicial competente também poderá impor a sanção de jogar um ou mais partidas à portas fechadas ou o fechamento parcial do estádio".
Um fato intrigante é a punição branda e demorada para casos de racismo, no entanto, em episódios de atrasos, usos de sinalizadores e bombas, a entidade é rápida.
Em dezembro de 2024, o Cruzeiro foi multado em 157,5 mil dólares (cerca de 950 mil na cotação da época) devido ao uso de bombas e pirotecnia na partida contra o Lanús pela Sul-Americana. Além de ser multado em um jogo com portões fechados.
Toda a Libertadores Sub-20 será disputada no país, que abriga a sede da entidade na cidade de Luque, vizinha da capital Assunção. Nesta sexta-feira (7), o Flamengo atua contra o O'Higgins-CHI pela terceira rodada da fase de grupos.
O Mais Querido é o atual campeão do torneio e um dos favoritos ao título de 2025. O clube já está classificado para as semifinais da competição.