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Jogada10

·23 de junho de 2025

Copa de clubes da Fifa ameaça atual ordem do futebol mundial

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A Europa não poupa críticas ao Mundial de Clubes da Fifa, mas não se engane: o motivo vai além do forte calor nos Estados Unidos. Embora as declarações recentes de alguns técnicos justifiquem a alta temperatura como o fator preponderante para o baixo rendimento de suas equipes no torneio, há uma disputa ainda maior.

A oposição ao Mundial, aliás, se dá em três frentes: ligas nacionais, classe de jogadores e uma parcela revelante da imprensa do Velho Continente.


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Premier League e La Liga, por exemplo, travam longa batalha com a Fifa em relação ao calendário mundial. Já houve até mesmo processo por parte destas ligas em face da federação internacional com questionamentos sobre a autoridade para firmar o cronograma de partidas.

Prova disso é que Javier Tebas, presidente de La Liga e principal opositor do Mundial, se articula para o novo torneio não ter vida longa. Apesar do discurso voltado para o desgaste excessivo dos atletas ao fim da temporada europeia, ele admite o receio por conta dos efeitos econômicos em seu campeonato.

Afinal, o objetivo é comprar a baixo custo e, após a “industrialização” (com a formação de campeonatos nacionais de alta qualidade, além da continental Champions), vender por muito mais caro para outros centros. Inclusive o dos Estados Unidos.

Não esqueçamos, ainda, das altas cifras recebidas com a comercialização de torneios para o mundo árabe. Foi o caso da Supercopa da Espanha entre Barcelona e Real Madrid. Este é um claro exemplo do mecanismo de funcionamento da ordem atual do futebol mundial.

Diante desse cenário, contudo, aparece um concorrente que dá notável visibilidade aos mercados habitualmente explorados. Soma-se a isso os maus resultados dos europeus contra os sul-americanos, líderes de suas chaves, na primeira fase do Mundial. A saída, assim, era clara e altamente previsível: criticar para desvalorizar o produto.

Sistema europeu não vai ruir, apesar da ‘ameaça’ da Fifa

Logo, basta uma reflexão pontual: como os europeus irão manter o status quo de “colonizador” e explorar com o mesmo afinco o mercado sul-americano e parte do africano com a grande exposição destes clubes em um novo torneio? Fora outro elemento importante: o aumento da receita destes representantes não-europeus.

Além disso, é preciso ressaltar que o mercado é limitado para compra de direitos. Assim, a entrada de novos torneios resulta em prejuízos para as ligas nacionais.

A ameaça não vai chegar a ruir o sistema europeu, com uma nova realidade financeira. Entretanto, se o planeta passar a observar com olhos mais apurados diante do sucesso parcial dos sul-americanos no Mundial, a possibilidade de novos acordos para rivalizar com o Velho Continente se tornaria altamente possível.

Quem sabe assim os nossos clubes, além dos argentinos, conseguirão segurar por mais tempo suas joias e, consequentemente, proporcionar as ferramentas necessárias para a criação de competições fortes. Ainda que o patamar europeu, embora não se demonstre mais inalcançável, ainda seja mais elevado.

É verdade, porém, que o Mundial de Clubes apresenta falhas e ainda não se sustenta em receitas orgânicas. Mas, apesar da necessidade da injeção de fundos da Arábia Saudita para firmar o torneio, o mandatário da Fifa Gianni Infantino sabe movimentar as peças, levando a Uefa à loucura.

Os tempos, de fato, são outros. Fica a torcida e a expectativa para que este torneio da Fifa produza os frutos necessários a fim de movimentar a tão famigerada roda da fortuna.

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