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·16 de maio de 2025
Coragem, pressão e até cultura: a estratégia de Filipe Luís para vencer LDU

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·16 de maio de 2025
O Flamengo fez o dever de casa e conseguiu vencer a LDU por 2 a 0 no Maracanã. Dessa forma, o time entra na zona de classificação para as oitavas de final da Libertadores, bastando confirmar a vaga contra o Deportivo Táchira.
O analista tático Victor Nicolau, do canal Falso Nove, detalhou como Filipe Luís superou a LDU no Maracanã.
Existiam dinâmicas de ambos os lados, mas o Flamengo soube aproveitar bem as fragilidades do lateral-esquerdo Daniel De La Cruz. O time criou volume pelo lado esquerdo de diversas formas, e a zona de guerra montada pela LDU propiciou isso.
"Vemos essa zona de guerra da LDU, e o Flamengo entendendo que para sair dessa marcação, que foi feita para um Flamengo com Pedro, o Flamengo precisaria balançar esse jogo. Assim, o Michael apareceria como homem livre, ou Arrascaeta. Isso acabava gerando volume do lado esquerdo do campo", explica.
A ideia da LDU era fechar rapidamente o quadrado dessa zona quando a bola chegasse a um jogador do Mengão naquele posicionamento, mas em vez de conseguir pressionar os flamenguistas, levaram um banho de bola, principalmente de Gerson.
"Dentro daquela zona de guerra, quando um jogador fosse acionado, essa zona de guerra era fechada nele para fazê-lo tomar decisões ruins. Nisso, Gerson e De La Cruz foram perfeitos. Meu Coringa estava inspiradíssimo. Ganhou 85% dos duelos, fez dribles, acelerou o jogo, saindo da zona congestionada, deu passe cavado, foi o campeão de passe decisivo na partida", exalta.
Do outro lado, Wesley perdeu Gerson, mas Luiz Araújo conseguiu se associar bem.
"O Flamengo conseguiu superioridade pelo lado esquerdo. De La Cruz saltando pressão, fazendo um pouco do que faz no 4-1-4-1, e esquecendo a dinâmica de proteger o time. Dois contra um nas costas dele e vai gerar jogo e bola na área. Do lado direito, existia dinâmica envolvendo Wesley e Luiz Araújo, que emulou o que fazia o Gerson", aponta.
Segundo o analista, o técnico do Flamengo contou com a torcida na escalação. Fazendo um gol rápido, ele sabia que incendiaria o Maracanã e a LDU não conseguiria sair de trás. Foi o que aconteceu. Foi um risco, mas que acabou se mostrando certeiro.
"O plano foi: vou pressionar, ganhar território, incendiar e jogar com 12 nesse período. Se der errado, nesse período, eu vou jogar com nove. Porque a torcida, além de sair, tira pelo menos uns dois, minando o emocional dessa galera. Conhecer a cultura Flamengo foi um grande trunfo do Filipe Luís na escalação e no plano tático desse jogo", afirma.
A marcação alta do Flamengo não é novidade, e a dupla de ataque deixou a saída de bola muito pressionada, fazendo com que o zagueiro se livrasse rápido da bola.
"O segundo gol viria como Filipe planejou seu primeiro bloco e quarto bloco. Notem a postura corporal de Bruno Henrique e Arrascaeta antes da bola estar em jogo. Já estavam sedentos, isso intimida, condiciona o jogo mental da saída de bola adversária. A bola chega no Adé e ele já estica", inicia.
Isso fez com que Léo Ortiz desempenhasse bem sua função na sobra.
"Ortiz corta na intermediária ofensiva, e ele já corta armando. O Luiz Araújo dá um chapéu e vai para a linha de fundo. Ele dá o passe para trás, movimentando os dois volantes, acionando os do Flamengo, que jogam rápido. Sem errar. A jogada vai no pé do Michael, com tempo e espaço. Vai para o um contra um e aciona Arrascaeta dentro da área. Ele quase consegue finalizar", comenta.
Apesar de Arrascaeta não conseguir a finalização, a jogada culminou em uma pressão absurda do Flamengo pela bola. O time retoma e a jogada resulta em gol.
"Perde a bola, mas ganha território. Muita gente na zona, ganha a bola no perde e pressiona. O Alex Sandro comprou um apartamento na cabeça do jovem lateral equatoriano. Gol de Luiz Araújo", conclui. Veja a análise completa abaixo.