Jogada10
·09 de dezembro de 2025
Corinthians aprofunda debate sobre SAF, enquanto conselheiros divergem sobre modelos

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·09 de dezembro de 2025

Em um ambiente que mesclou expectativa e forte mobilização da comunidade corintiana, o teatro do Parque São Jorge recebeu, na noite de segunda-feira (08/12), mais um capítulo do processo que pode redefinir o futuro estrutural do clube. O Corinthians, que durante anos tratou a possibilidade de se tornar uma Sociedade Anônima do Futebol como um tema quase proibido, passou a encarar a pauta com mais naturalidade.
O encontro fez parte de uma série de audiências públicas programadas até fevereiro, todas voltadas à revisão do estatuto. A expectativa é que a proposta de reforma, que pode ou não incluir a SAF, seja encaminhada para votação no primeiro semestre de 2026. A reunião avançou por temas jurídicos, tributários e administrativos, oferecendo um panorama detalhado dos caminhos possíveis para o clube na esfera empresarial.
Entre os projetos apresentados, o que mais chamou atenção foi o chamado SAFiel, uma proposta que pretende colocar o torcedor no centro da operação, permitindo sua participação como acionista. Segundo seus formuladores, o plano prevê a criação da empresa Invasão Fiel S/A, responsável por gerir todas as atividades de futebol masculino, feminino e das categorias de base. O clube social ficaria totalmente apartado dessa estrutura.
A empresa funcionaria como uma holding com ações em duas categorias. Uma delas exclusiva para corintianos que sejam sócios ou membros do Fiel Torcedor, garantindo direito a voto na gestão da SAF. Outra destinada a investidores institucionais sem vínculo afetivo com o clube, porém sem prerrogativa de participação administrativa. Os defensores do modelo estimam uma captação entre R$ 1,6 bilhão e R$ 2,7 bilhões, valores que poderiam viabilizar um salto financeiro e operacional.

SAF volta a ser assunto interno no Corinthians – Foto: José Manoel Idalgo
Contudo, críticas também apareceram durante a assembleia. Parte dos conselheiros se posicionou contra o SAFiel, mencionando fragilidades e riscos ainda não totalmente esclarecidos. Em contraponto, outros grupos apresentaram alternativas que mantêm maior centralização de poder no clube.
A chapa União dos Vitalícios levou à discussão um modelo no qual a futura empresa teria 51% das ações sob controle direto do Corinthians. O que preservaria a hegemonia política do clube associativo. Nesse formato, a estrutura empresarial cuidaria do departamento de futebol, mas seguiria submetida à fiscalização do Conselho Deliberativo.
Outras sugestões também entraram na pauta, incluindo contribuições do Coletivo Democracia Corinthiana e do Família Corinthians, que propuseram modelos próprios para a reconfiguração da governança.
Assim, diante da variedade de visões, ganhou força a ideia de criar um grupo de estudos dedicado exclusivamente a avaliar as implicações da SAF. Aliás, a expectativa é reunir dados, comparações e análises capazes de sustentar uma decisão que pode marcar definitivamente o futuro do Corinthians.









































